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Uma atração popular
Agência Museu Goeldi – Desde que abriu os portões, naquele agosto de 1895, o Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emílio Goeldi caiu no gosto popular, atraindo milhares de visitantes a cada ano.O 120º aniversário do Parque, comemorado durante todo o mês de agosto, mostrou que o Zoobotânico guarda muitos encantos para quem busca os seus caminhos. Este bem querer ganha novas dimensões com as diferentes atividades que dinamizam o espaço. Em agosto, quem foi ao logradouro encontrou oficinas, ciclo de palestras, atividades educativas, contação de histórias, bolo de plantas e feira de artesanato.
Fauna em vitrais – Há dez anos, a escritora Austregéssila Marques da Silva, 86 anos, aumentou a frequência de visitas ao Parque Zoobotânico. O projeto “Potencializando e Valorizando o saber do Idoso”é o motivo dessa assiduidade. Dedicado a pessoas da terceira idade, o projeto do Museu Goeldi em parceria com a Funpapa ofereceu a oficina “A fauna do Parque Zoobotânico em vitrais”nos dias 20 e 27 de agosto, como parte da agenda de aniversário do Zoobotânico. As 18 participantes da oficina produziram pequenos vitrais retratando animais escolhidos por elas, como cotias, araras, onças e antas, animais que fazem parte do acervo faunístico do Zoobotânico e da Coleção Didática do Museu Goeldi.
Curiosa, Austregéssila, uma das participantes da oficina, destaca que gosta de aprender sobre aves e plantas e de estar no Parque, um lazer que sempre recomenda a seus 13 filhos e aos netos.
Coleções ex-situ – “Seu” João Batista Costa dos Anjos, morador da Terra Firme e representante do Ponto de Memória do bairro, estava impressionado. Durante a palestra e trilha"A Importância das coleções ex-situ em jardins botânicos" desenvolvida no Parque do Goeldi ele tirou dúvidas, fez comentários e argumentou uma questão. Sua curiosidade foi prontamente alimentada pelo biólogo Pedro Viana, curador do Herbário do Museu Goeldi e que organizou a caminhada com o apoio do setor Flora do Parque. “ O mais importante de tudo o que ele falou aqui é a preservação. Eu continuo aprendendo demais com o Museu. Eu quero levar ele (Pedro Viana) lá no bairro pra dar uma ‘andada’ com a gente, temos várias plantações, nós preservamos a natureza”, disse João Batista.
Na manhã de quinta-feira, 27 de agosto, Pedro conduziu os visitantes por caminhos do Zoobotânico e mostrou algumas das mais famosas plantas entre as 500 espécies do Parque. Viana apontou a função de conservar uma mostra da flora amazônica em um centro urbano, como a capital paraense: “manter uma coleção de espécies ex-situ, ou seja, fora de seu habitat natural, é importante, dentre outras coisas, para educação ambiental e a realização de pesquisas”.
Paisagismo e cultura – “Eu acho importante que a arquitetura tenha esse complemento com o paisagismo porque além do bem-estar, se criam pontos verdes na cidade. Se tivessem mais iniciativas que estimulassem a cultura do paisagismo, nós teríamos uma Belém menos quente, muito mais bonita e saudável”. A opinião é da arquiteta Emanuelle Araújo. Ela fez parte do público que participou da palestra "Plantas com potencial paisagístico", oferecida pelo Museu Goeldi nos 120 anos de aniversário do Parque.
O agrônomo e coordenador do espaço Paraíso Verde, Natalino Correa, falouao público sobre a criação de espaços funcionais e bonitos utilizando as plantas ornamentais e quais espécies são mais adequadas ao clima amazônico.
Domingo no parque com arte e feira – A programação de aniversário do Parque do Museu Goeldi encerrou no último domingo, 30 de agosto com um bolo de plantas, feira de artesanato, teatro e muitas histórias. O público visitante foi recebido pela atriz Ariane Caldas, que vestida com roupas femininas típicas da transição entre os séculos XIX e XX, interpretou EmiliaSnethalge, zoóloga alemã que dirigiu o Museu Goeldi e foi a primeira mulher a chefiar uma instituição científica na América do Sul. A encenação fez parte da atividade de contação de histórias realizada pelo grupo MOCOHAM (Movimento de Contadores de História da Amazônia). “ Esse trabalho contribui para a valorização do cientista, que muitas vezes é quase invisível. O objetivo é mostrar como o trabalho do cientista é grandioso e ajuda o Museu a ser o que é hoje”, disse Ariane.
Durante o dia, o público pôde adquirir produtos artesanais como adornos, camisetas, lembranças para presente e livros, todos fazendo parte da Expo-Feira Arte Goeldi. Além de conferir os trabalhos produzidos nas oficinas.
O “parabéns” ao Parque foi cantado em volta do “Bolo Ecológico”, criado por Enadil Alves sob coordenação de Hedayson Rogério (Setor Flora/SPZ/MPEG). O bolo foi construído com cerca de 70 flores de 7 espécies encontradas no Zoobotânico, como alpinias, bromélias, lírios e outras espécies de palmeiras. Ao final, as flores foram distribuídas ao público visitante, um presente de mais um aniversário do Parque do Museu Goeldi.
Texto: Lorena do Couto e João Cunha