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Um Parque para tocar, ouvir e sentir
Agência Museu Goeldi – Como bons turistas experientes que são, Heléne e Fernando Pinto da Silva se preparam bem antes de cada viagem. Analisam preços de passagens e hotéis, e pesquisam o que comer e visitar em cada destino. Uma das preocupações mais importantes para os dois é a acessibilidade. Foi assim que, durante os planos de conhecer a Belém do Pará, o casal com deficiência visual soube do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG).
“Procuramos se haviam parques botânicos e zoológicos e encontrei o Museu Goeldi. Mandei um e-mail, entrei em contato com o pessoal daqui e agendamos a visita”, conta o português Fernando. Na sexta-feira (22), ele e Hélene conheceram o Parque Zoobotânico do Goeldi, guiados por uma equipe multidisciplinar da instituição e pelos sentidos do tato, audição e olfato.
Localizado no centro de Belém, o “Zoobotânico” é um dos pontos turísticos da cidade e atrai milhares de pessoas anualmente pela exuberância de sua área verde bem preservada e pelas espécies de animais que ali vivem. As exposições que mostram recortes das culturas e da história da Amazônia também são destaques do passeio.
O casal de turistas conferiu todas essas atrações. Os dois sentiram nas mãos como é a cestaria e as peças de caça e vestimenta dos Ka´apor do Alto Turiaçú (MA) expostas na mostra “ A Festa do Cauim ”. Conheceram parte da pré-história amazônica em reproduções em argila de sítios arqueológicos em Monte Alegre com a exposição “ Visões de Monte Alegre ”. Experimentaram os cheiros e formas de plantas nativas, como a costela-de-adão, a samaumeira e a paixiubá. Ouviram os sons e tocaram na jibóia, em muçuãs, tucanos e preguiças, espécimes da fauna local.
Visitando o Pará e a Amazônia pela primeira vez, Fernando afirmou que o passeio ao Parque foi “uma possibilidade de conhecer as árvores, os animais e tocar também. Para nós é importante, já que não podemos ver. Ouvir e tocar é uma maneira de conhecer o ambiente. Nós adoramos”.
A arquiteta da Coordenação de Museologia, Martha Cavalho, informa que a acessibilidade é uma das diretrizes da visitação no Parque do Museu Goeldi, que vem melhorando os métodos para incluir e receber com qualidade pessoas com deficiência. “Acessibilidade também é inclusão social e queremos incluir e atender as pessoas como um todo”, afirma. Atualmente, o Parque possui parcelas de seu espaço adequado a acessibilidade, caso do Pavilhão Expositivo Domingos Soares Ferreira Penna. O projeto é tornar o Parque Zoobotânico inteiramente acessível.
Martha afirma que para o público com deficiência visitar o Parque não é necessário agendamento. Pessoas com deficiência podem solicitar visitas orientadas na portaria do Zoobotânico.
Texto: João Cunha