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Um debate necessário: o papel dos jardins botânicos na sociedade
Agência Museu Goeldi - Eles formam coleções, cultivam e expõem uma ampla diversidade de plantas, para fins de investigação científica, conservação e educação. E fazem parte de uma longa tradição humana que atravessa os séculos, e provém conhecimento, beleza, paz e tem valor comercial. Esses lugares especiais são conhecidos como jardins botânicos.
Representantes de jardins botânicos de todo o país se reúnem, em Belém, de 6 a 10 de novembro , para conversar sobre “Inovação e renovação para conservação da biodiversidade. Ampliação do papel dos jardins botânicos na sociedade”. Este é o tema principal da XXIV Reunião da Rede Brasileira de Jardins Botânicos (RBJB), que ter á como sede o Parque Zoobotânico, do Museu Paraense Emílio Goeldi, mas que envolverá também atividades em outros locais da Região Metropolitana de Belém.
Durante as mesas redondas e palestras do evento, especialistas e gestores dos estados do Pará, Amapá, Amazonas, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro , Santa Catarina e São Paulo e ainda do vão debater temas e trocar experiências.
Logo nas palestras de abertura, os pesquisadores Ely Simone Gurgel , botânica do Museu Goeldi e coordenadora local do evento, e Ennio Candotti, diretor do Museu da Amazônia (Amazonas), estabelecem um diálogo entre a mais antiga e a mais nova experiência de jardim botânico público em curso na Amazônia brasileira.
Haverá ainda 11 mesas redondas que possibilitarão visão mais ampla sobre temas diversos, como: a relação entre organizações da sociedade civil de interesse público e os jardins botânicos; do Banco de Recursos Genéticos e o papel dos jardins botânicos para pesquisa e conservação; da conservação dos recursos naturais e cultura; da popularização da botânica e educação ambiental; da conservação e extensão rural e os agentes de conservação e agroecologia, reservas legais; entre outros.
Mais três palestras completam a programação: “A importância dos jardins botânicos para o turismo”; “Novas possibilidades de jardins botânicos”; “Museus vivos e inovação para conservação da biodiversidade”. Tanto as mesas quanto as palestras se darão no auditório Alexandre Rodrigues Ferreira, do Parque Zoobotânico do Museu Goeldi. Entretanto, a organização do evento vai possibilitar que os participantes da reunião conheçam in loco outras experiências em Belém. Um relato institucional ocorrerá no Horto Municipal de Belém, de onde os participantes sairão para uma visita técnica ao Mangal das Garças.
Acesse a programação completa .
A Rede Brasileira de Jardins Botânicos foi criada há 26 anos e conta com mais de 60 jardins associados. Ela atua tanto no apoio à criação e estruturação de jardins botânicos quanto na atividade de regulamentação junto aos governos.
Primeiro jardim botânico de Belém - O Parque Zoobotânico do Museu Goeldi foi criado em agosto de 1895 pelos naturalistas Emílio Goeldi e Jacques Huber, sendo o primeiro do seu gênero no Brasil. Atualmente abriga 100 espécies de mamíferos, aves, quelônios, répteis e peixes, reunindo mais de 3 mil animais, em cativeiro e em liberdade, além de contar com 500 espécies botânicas com 2 mil indivíduos. A equipe técnica do Parque apoia ações de paisagismo de Belém, formação de hortos e ações de conservação de animais vítimas de tráfico, desmatamento e cativeiro ilegal. O Zoobotânico é a base física mais antiga e o principal local das atividades educativas do sesquicentenário Museu Goeldi. Funciona como espaço de investigação e como sala de aula sobre o universo amazônico. Recebe anualmente cerca de 400 mil visitantes, sendo destacado pelo governo brasileiro como um dos pontos indutores do turismo nacional. Desde o início do século XXI também é oficialmente um jardim botânico.
Texto: Érika Morhy e Joice Santos