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Últimos dias para conferir “Do que permanece” no Goeldi
Agência Museu Goeldi – Desde sua abertura, no dia 8 de outubro, a exposição “Do que permanece”, que faz parte da 34ª edição do salão Arte Pará, recebeu uma média de mais de 50 visitantes por dia. Quase três mil pessoas já conferiram as obras dos artistas Carlos Meló, Romy Pocztaruck e Yuri Firmeza, integrantes da exposição. Quem ainda não viu ou deseja rever “Do que permanece” tem apenas mais esse final de semana.
A exposição está aberta até este domingo, 6 de dezembro, no Parque Zoobotânico do Museu Goeldi, de 9h às 15h, no pavilhão Domingos Soares Ferreira Penna, a “Rocinha” (avenida Magalhães Barata, 376, Belém). A entrada no Parque custa R$ 2, com meia para estudantes e gratuidades para menores de 10 e maiores de 65 anos.
Especialmente neste final de semana, quem optar por participar da campanha “Natal Solidário” terá acesso gratuito ao Parque e à exposição. Saiba mais clicando aqui.
Procura - A coordenadora de Museologia, Wanda Okada, faz o balanço de mais um ano de parceria do Museu Goeldi com o Arte Pará: “Nós tivemos um número exitoso de visitantes para uma exposição de dois meses”, diz. “Nessa parceria, sempre procuramos unir os conhecimentos da ciência do Museu Goeldi com a arte contemporânea. A proposta dessa edição veio em cima do que é a memória e a perda dela. Realizamos oficinas educativas para os idosos de um dos nossos projetos” (saiba mais sobre a oficina, abaixo).
As obras - O trabalho de Carlos Meló se intitula “Emissão”. O artista traz um vídeo em que lê o “Manifesto do Rio Negro”, escrito pelo crítico francês Pierre Restany, em 1978. Sua leitura é dublada pela voz da atriz Renata Sorrah. Palavra por palavra, o texto apresenta e define o conceito de naturalismo integral, enquanto o artista incorpora a expressão feminina, como uma espécie de xamã.
Já o trabalho de Romy Pocztaruck, intitulado “A Última Aventura”, é composto de oito fotos coloridas acompanhadas de legendas e texto explicativo. Elas revelam a jornada de aproximadamente um mês que o artista fez pela rodovia Transamazônica, em outubro de 2011. Atravessando de carro partes dos quase quatro mil quilômetros da estrada, o artista registrou o vazio, o fracasso e os resquícios de aventura desse projeto ufanista, rapidamente fadado ao esquecimento.
Já Yuri Firmeza está na exposição com o vídeo-instalação “Vida de minha vida”, que traz o cotidiano da avó do artista, portadora do mal de Alzheimer. É uma narrativa delicada, na qual Yuri revela a nobreza e altivez de sua vó nesse processo de perda de memória.
Potencialização - Uma das atividades realizadas a partir da exposição foi a oficina “A oralidade: no princípio era o verbo - os fios da memória na voz do contador de histórias”, realizada pela Coordenação de Museologia e o Serviço de Educação do Museu Goeldi junto ao Movimento dos Contadores de História da Amazônia (Mocoham).
A oficina aconteceu nos dias 17 e 19 de novembro. Teve a participação de idosos que frequentam as atividades do Espaço Cultural Nossa Biblioteca, do bairro do Guamá, do Centro de Referência de Atendimento Social (CRAS), do bairro da Cremação, e também do projeto Potencialização e Valorização do Saber do Idoso, do MPEG/Funpapa.
Os participantes realizaram dinâmicas corporais, de uso da voz, fizeram rotas na exposição e também rodas de conversas para ativar reflexões e debates sobre a idade, sobre o que realmente permanece na memória, sobre o esquecimento, e de que forma isso tudo é representado.
Arte Pará 2015 - Em sua 34ª edição, o evento, promovido pela Fundação Rômulo Maiorana, traz 16 artistas e coletivos de todo o Brasil. Além do Museu Goeldi, estão no circuito de exposições o Museu Histórico do Estado do Pará (MHEP), o Espaço Cultural Casa das Onze Janelas e o Museu de Arte Sacra.
Texto: Uriel Pinho