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Servidores do Museu Goeldi são homenageados em comemoração por 40 anos da profissão de museólogo
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Agência Museu Goeldi - Preservar, pesquisar e comunicar sobre a relação dos grupos sociais com os seus objetos culturais e a sua memória. Esta é uma breve síntese do trabalho de um museólogo, profissão que até a década de 1980 não tinha definição na legislação do Brasil. A Lei 7.287 de 18 de dezembro de 1984 dispõe sobre a regulamentação e neste ano de 2024 são comemorados 40 anos da promulgação.
O Conselho Regional de Museologia da 1ª Região (Corem-1R), que abrange o Pará, realizou em Belém no sábado (07), no Centro de Cultura e Turismo Sesc Ver-o-Peso, o evento “40 anos da regulamentação da profissão de museólogo: conquistas, desafios e perspectivas”. A cerimônia contou com a concessão do Diploma de Mérito Museológico a profissionais, professores e coletivos paraenses de museologia que tiveram significativa contribuição para o campo, dentre eles, três servidores do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG).
Relacionados ao Museu Goeldi receberam homenagens a servidora Helena do Socorro Alves Quadros (in memoriam), os servidores aposentados Antônio Carlos Lobo Soares e Maria das Graças Alves Santana, além do Fórum de Museus de Base Comunitária e Práticas Socioculturais da Amazônia, coletivo criado em movimento estimulado pelo MPEG e que conta na coordenação com a servidora Lúcia Santana.
A campanha para a regulamentação da profissão de museólogo contou com o engajamento de servidores do Museu Goeldi que lutaram pela formação dos conselhos profissionais e pela criação da coordenação de Museologia na instituição. Os profissionais homenageados atuavam em atividades de expografia, conservação e documentação de acervos, educação museal e no que viria ser reconhecida como museologia social, e, na ocasião da implementação da legislação da profissão, tiveram a oportunidade de se registrar como museólogos.
Com história recente, iniciada em 2018, como resultante do I Encontro de Ecomuseus, Pontos de Memória e Cultura e Museus Rurais da Amazônia, o
o Fórum de Museus é ativo na popularização dos pontos de memória do Pará e já contribuiu na certificação de 30 pontos de memória amazônicos junto ao Instituto Brasileiro de Museus (Ibram).
Na quarta-feira, 18, será comemorado o Dia do Museólogo, e Lúcia Santana, profissional do campo dedicada a museologia social, ressalta a importância dos museus brasileiros possam ter museólogos desenvolvendo pesquisas, principalmente nas coleções. “Atualmente, no Pará, estamos com um déficit muito grande de museólogos [contratados] ”, pontua a doutora em museologia do Goeldi.
O interesse de Lúcia Santana pela museologia começou em casa ao acompanhar sua mãe. Geógrafa de formação, com anos de trabalho no Museu Goeldi dedicado à documentação e conservação de acervos na Reserva Etnográfica, Maria das Graças Santana também foi membra da equipe do extinto Conselho Regional de Museologia da 6ª Região. Hoje, aposentada no Museu Goeldi, se dedica ao Fórum de Museus de Base Comunitária, ao lado da filha, Lúcia Santana. “Eu me sinto orgulhosa com 78 anos [de] receber essa homenagem e estar na ativa. [...] Eu não sei quando sairei, mas espero que ainda consiga fazer muita coisa pela museologia amazônica e esta rede a qual pertenço”, enfatiza Graça Santana.
A história das duas museólogas contada brevemente acima ilustra a mudança na formação e os desafios que persistem no campo profissional.
Formação em Museologia no Brasil e na Amazônia - A primeira formação em museologia do Brasil, à época intitulada Curso de Museus, foi criada no âmbito do Museu Histórico Nacional (MNH), no Rio de Janeiro, em 1932, há quase um século. Após mais de quatro décadas, em 1977, negociações entre o MNH e a Federação das Escolas Federais Isoladas do Estado do Rio de Janeiro (FEFIERJ) oficializaram a absorção do Curso de Museus à estrutura acadêmica da entidade, que agregava outros cursos superiores em instituições federais do Rio de Janeiro, passando a ser intitulado Curso de Museologia. Dois anos depois, a FEFIERJ se transformou no que hoje é a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) e o curso integra a Escola de Museologia da instituição.
Na Amazônia e no Norte do país, o primeiro curso de graduação foi implementado apenas em 2010, na Universidade Federal do Pará.
Se voce tem interesse no campo museal na Amazônia, não perca: atualmente o Museu Goeldi, uma instituição pioneira no campo museal do país, está com inscrições abertas para concurso à vaga de Tecnologista com graduação em Museologia. O prazo das inscrições encerra em 10 de janeiro de 2025, clique na notícia. Para acessar os editais e anexos do concurso, Clique Aqui.
Texto: Henrique Pimenta
Edição: Joice Santos