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Revista científica reúne estudos sobre impactos ambientais no Brasil
Agência Museu Goeldi - Publicação digital e trimestral criada em 1995, a revista científica Oecologia Australis lançou uma edição especial dedicada a estudos sobre impactos ambientais, sob a coordenação da bióloga do Museu Paraense Emílio Goeldi Alexandra Maria Ramos Bezerra. A revista pode ser acessada livremente e está hospedada no portal da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Outros dois pesquisadores do Museu Goeldi participam desta edição, os biólogos Alberto Akama e Ricardo Arturo Guerra-Fuentes.
Em onze artigos, a revista oferece uma diversidade de temas relacionados aos impactos ambientais.
Em seu editorial, Alexandra Bezerra defende a importância dos estudos ecológicos e faz uma observação crítica: “As informações contidas nos relatórios dos Estudos de Impactos Ambientais (EIAs), por vezes, ficam restritas aos órgãos fiscalizadores competentes, ou não podem ser facilmente utilizadas de maneira prática pela academia e/ou sociedade. Além disso, muitos dos estudos de impacto ambiental, mesmo quando voltados a um mesmo tipo de empreendimento, seguem metodologias não padronizadas, tornando-os não comparáveis entre si”.
Esta edição especial da revista Oecologia Australis traz para seus leitores resultados e dados de estudos de impactos ambientais no Brasil, a padronização de métodos de amostragem, identificação de impactos e mitigações propostas em diversas fontes. A edição não ficou restrita a temas ou grupos-alvo. “Assim, o presente volume traz contribuições sobre empreendimentos de implantações eólicas, pavimentação de rodovias, de represamento de rios para formação de áreas de aproveitamento hidrelétrico, assim como efeitos de caça, desmatamento e introdução de espécies exóticas em diversas regiões do Brasil”, explica a editora.
O biólogo Alberto Akama assina o estudo intitulado “Impacts of the hydroelectric power generation over the fish fauna of the Tocantins river, Brazil: Marabá dam, the final blowd”, no qual faz uma revisão bibliográfica sobre as sete hidrelétricas implantadas no rio Tocantins e os possíveis impactos da construção da usina de Marabá na fauna de peixes da bacia Araguaia-Tocantins. Ele alerta para graves consequências sobre espécies já ameaçadas de extinção e defende o suporte científico a populações locais para que defendam os recursos ambientais da região em consultas públicas.
Já o herpetólogo Ricardo Arturo Guerra-Fuentes, ex- bolsista PCI no Museu Goeldi e hoje professor da Universidade Federal do Pará (UFPA), publica, em colaboração com outros dois autores, o artigo intitulado “Numa selva de pedra uma ilha de mata Atlântica: a hipertofauna da reserva biológica Tamboré, Santana de Parnaíba, SP”. O pesquisador relata ter observado uma forte influência de ações humanas na área, problemas de conservação semelhantes aos de outras unidades da Mata Atlântica.
Texto: Erika Morhy