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Projeto OCA realiza em Gurupá oficinas sobre a arte cerâmica e a arqueologia
Agência Museu Goeldi – Nesta quinta-feira (12), o projeto OCA – Origens, Cultura e Ambiente encerrou uma semana especial em Gurupá, no Marajó, onde foram realizadas ações ligadas ao patrimônio histórico, arqueológico e cultural do município. A programação iniciou na última segunda (9), com oficinas sobre cerâmica, arqueologia e documentação. Envolvendo a comunidade local, as atividades contaram com a participação de ceramistas de Icoaraci, de pesquisadores e técnicos do Museu Goeldi e alunos do Programa de Pós-Graduação em Diversidade Sociocultural (PPGDS/MPEG).
Além de aspectos teóricos, as duas oficinas possibilitaram aos participantes a produção de cerâmicas e visitas técnicas ao cartório do município de Gurupá. A oficina “Arte cerâmica e arqueologia” teve como facilitadores a professora Marcelle Rolim, ceramista e mestranda do PPGDS; os ceramistas de Icoaraci, João Sarmento e Stefano Cunico, ambos ligados ao projeto Replicando o passado; e os arqueólogos Helena Lima e Bruno Moraes, do projeto OCA. A oficina “Metodologia de pesquisa histórica com documentos de arquivo” teve como facilitadores o historiador e mestrando do PPGDS, Pablo Santos da Silva; e o antropólogo Márcio Meira, pesquisador do Museu Goeldi.
Coordenado pela pesquisadora do Museu Goeldi, Helena Lima, o projeto OCA – Origens, Cultura e Ambiente foi um dos vencedores, em 2018, da 31ª edição do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). As ações realizadas em Gurupá neste ano foram viabilizadas com a premiação e contaram com o apoio do coletivo “Nós, os Guardiões”, do Programa de Pós-Graduação em Diversidade Sociocultural (PPGDS/MPEG) e do projeto Replicando o Passado (MPEG).
OCA – O projeto OCA – Origens, Cultura e Ambiente vem contribuindo para a pesquisa arqueológica na região de Gurupá desde 2014. Durante esse período, o OCA tem atuado não apenas na recuperação de vestígios arqueológicos como também para a educação patrimonial dos moradores da região, no intuito de construir conhecimentos sobre o local em suas diferentes temporalidades.
O projeto identificou mais de 50 sítios arqueológicos, sendo alguns deles pesquisados mais intensamente, com mapeamentos e escavações detalhadas. Esse é o caso do Forte Santo Antônio de Gurupá, que em 2018 foi o foco central da exposição Gurupá na encruzilhada da história, como parte de um conjunto de ações vinculadas à proposta do Iphan para restaurar, reformar e adequar o forte.
As ações de preservação do patrimônio cultural ultrapassaram os limites dessa construção ímpar no estado. Como Gurupá está assentada sobre um grande sítio arqueológico, gerou-se um notável trabalho de pesquisa na cidade, que conseguiu sensibilizar a população quanto à história e importância do local.
Dado esse potencial, ao longo das ações de restauração de patrimônio, foram realizadas diversas oficinas integrando professores da rede municipal de Gurupá e foram ainda criados materiais de apoio para a comunidade local. A ideia foi proporcionar uma produção compartilhada de conhecimentos sobre a história, cultura e ambiente da cidade. Essas ações resultaram na curadoria coletiva da exposição entre a população e profissionais do Museu Goeldi.