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Projeto do Museu Goeldi conquista primeiro lugar em premiação do Iphan
Agência Museu Goeldi – O Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) foi novamente vencedor do prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, concedido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Desta vez, o reconhecimento é fruto do projeto Origens, Cultura e Ambiente – OCA, liderado pela pesquisadora Helena Lima (COCHS), desenvolvido na cidade de Gurupá, situado na região nordeste da Amazônia paraense. No total, o Museu Goeldi concorreu com outras 94 ações de todo o Brasil.
A escolha dos premiados foi feita pela Comissão Nacional de Avaliação, que se reuniu na sede do instituto. O OCA foi condecorado com primeiro lugar na categoria "Iniciativas de excelência no campo do patrimônio cultural material" e recebe o prêmio no valor de R$ 30 mil, além do Selo do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade 2018.
O prêmio Rodrigo Melo Franco foi instituído pelo Iphan em 1987 e tem como objetivo dar reconhecimento a ações de proteção, preservação e divulgação do patrimônio cultural brasileiro. Anteriormente, o Museu Goeldi já havia sido premiado com projetos como "Arte rupestre de Monte Alegre", de Edithe Pereira, e "Documentos da Língua Puruborá", de Ana Vilacy Moreira Galucio, ambas pesquisadoras da mais antiga instituição científica da Amazônia.
Além do MPEG, o Pará também foi destaque com o projeto “Circular Campina Cidade Velha”, que ganhou o segundo lugar da categoria de patrimônio material, e o “Letras que flutuam”, que ficou com a segunda colocação na categoria de patrimônio imaterial.
OCA – O projeto Origens, Cultura e Ambiente (OCA) vem contribuindo para a pesquisa arqueológica na região de Gurupá desde 2014. Coordenado pela pesquisadora Helena Lima, durante esse período o OCA tem atuado não apenas na recuperação de vestígios arqueológicos como também para a educação patrimonial dos moradores da região, no intuito de construir conhecimentos sobre o local em suas diferentes temporalidades.
Até agora o projeto identificou mais de 50 sítios arqueológicos, sendo alguns deles pesquisados mais intensamente, com mapeamentos e escavações detalhadas. Esse é o caso do Forte Santo Antônio de Gurupá, que em abril deste ano foi o foco central da exposição “Gurupá na encruzilhada da história”, como parte de um conjunto de ações vinculadas à proposta do Iphan para restaurar, reformar e adequar o forte.
As ações de preservação do patrimônio cultural ultrapassaram os limites dessa construção ímpar no estado. Como Gurupá está assentada sobre um grande sítio arqueológico, gerou-se um notável trabalho de pesquisa na cidade, que conseguiu sensibilizar a população quanto à história e importância do local.
Dado esse potencial, ao longo das ações de restauração de patrimônio, foram realizadas diversas oficinas integrando professores da rede municipal de Gurupá e foram ainda criados materiais de apoio para a comunidade local. A ideia foi proporcionar uma produção compartilhada de conhecimentos sobre a história, cultura e ambiente da cidade. Essas ações resultaram na curadoria coletiva da exposição entre a população e profissionais do Museu Goeldi.
Prêmio – Este ano a festa de premiação ocorrerá em novembro, em Belém. A escolha da cidade se deu em razão do Iphan estar voltado para a promoção do patrimônio cultural no Norte do país. O local também está de acordo com a proposta do instituto de realizar a cerimônia em todas as regiões brasileiras.
Nessa perspectiva, a celebração do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade será em ritmo de carimbó, gênero musical registrado pelo Iphan como Patrimônio Cultural do Brasil, e contará com apresentações de outras expressões tradicionais dos estados do Norte, como o boi-bumbá, de Parintins (AM).