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Projeto “Trilha Afro Amazônicos e seus símbolos” abre circuito para escolas
Agência Museu Goeldi – Olhos atentos em direção à tela, para se enxergar e reconhecer. Reunidos no auditório do Parque Zoobotânico do Museu Goeldi, em Belém, membros da comunidade religiosa de matriz africana viam pela primeira vez o resultado de meses de trabalho, do qual foram os guias e protagonistas. Eles foram o público da exibição inicial do vídeo da “ Trilha Afro Amazônicos e seus símbolos ”. O projeto educativo do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) abre, essa semana, chamadas para o público escolar do ensino médio.
Como agendar a trilha – O projeto "Afro Amazônicos e seus símbolos" é um conjunto de duas ações, o roteiro interpretativo no Parque Zoobotânico e o vídeo didático. O vídeo será exibido e o conteúdo previamente trabalhado no dia da visita, antes da trilha.
Se você é professor do 1º ao 3º ano do ensino médio saiba abaixo o passo-a-passo para marcar a visita do seu grupo escolar ao Museu e conheça alguns dos símbolos afro amazônicos presentes na coleção do Jardim Botânico do Goeldi:
1. Agende a sua visita através de um ofício, onde inclua os dados completos da instituição, do responsável pela instituição, do professor responsável pela visita e os dados específicos da visita e do grupo escolar (data para visita, número de alunos, faixa etária, série, nível de ensino e conteúdo a ser trabalho com a orientação);
2. Ao agendar a visita de seu grupo, o professor será capacitado para explorar o conteúdo da trilha. É uma atividade direcionada somente aos educadores e será realizada através de dois grupos por mês, sendo a mesma marcada durante o agendamento da visita do grupo escolar;
3. As visitas dos escolares podem ser agendadas pessoalmente no Núcleo de Visitas Orientadas ao Parque (NUVOP), que se localiza na Biblioteca Clara Galvão, no Parque Zoobotânico, situado na Avenida Magalhães Barata, 376. Bairro São Braz. Horário de funcionamento: De 9h as 12h e de 14h as 17h. Ou podem ser agendadas através do email nuvop@museu-goeldi.br , com cópia para acsilva@museu-goeldi.br . Mas, atenção, aguarde a confirmação do recebimento do mesmo, garantindo o agendamento. Em caso de dúvidas, entre em contato pelo telefone 3182-3249;
4. As visitas orientadas acontecem três dias na semana: quartas, quintas e sextas, turnos da manhã e tarde.
Protagonismo na tela - O vídeo didático da “Trilha Afro Amazônicos e seus símbolos” é um material didático complementar ao roteiro pelo Parque Zoobotânico em que são apresentados relações entre a natureza e divindades da cultura afro-amazônica.
O audiovisual foi realizado em parceria com seis lideranças de religiões de matriz africana em Belém. No vídeo, eles identificaram um elemento da natureza no parque e forneceram informações sobre o simbolismo para sua respectiva crença.
Os participantes e os pontos do Zoobotânico que estão na trilha são: a samaumeira, árvore escolhida por Mametu Nangetu da nação Angola e por Baba Tayando da nação da Pajelança; o “Lago dos Tambaquis” simbolizando a água, símbolo eleito por Mãe Nalva da tradição Iorubá; a jaqueira apresentada por Mãe Jocolocy da nação Jeje Savalu; a dendezeira, escolha de Mãe Vanda da Umbanda e a árvore mamorana, símbolo importante para o Tambor de Mina, representado por Pai Alfredo.
A bolsista de educação do Museu Goeldi e idealizadora do projeto, Tainah Jorge, ressalta a relevância dessa iniciativa. “A trilha e o vídeo são uma ferramenta pedagógica para educandos e educadores exercitarem as diretrizes da Lei 10.639 , e estabelecer uma ponte de compreensão cultural entre grupos sociais presentes na comunidade amazônica e brasileira”. A lei, sancionada em 2003, tornou obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana nas redes públicas e particulares do Brasil.
Mametu Nangetu, representante da nação angola, aprovou o resultado final do vídeo e disse a importância do projeto para a comunidade negra. “Para nós, é o ensino para as pessoas, principalmente para os jovens, das nossas culturas de matrizes africanas. É quebrar o preconceito, fazer com que as pessoas entendam que somos povos tradicionais, cultuamos a natureza, que nós somos um povo do bem”.
Negros na Amazônia - Apesar de obras relevantes sobre o tema, como O Negro no Pará (1971) de Vicente Salles, a presença do negro na Amazônia brasileira ainda é pouco estudada. Prática que não corresponde à realidade.
Cativos, trazidos à força para o trabalho escravo, os africanos vieram principalmente das regiões ocidental e central do continente, onde atualmente estão as Repúblicas de Gana, do Togo, Benin, Nigéria, entre outros países, e ajudaram a construir a formação identitária da Amazônia. Segundo o Censo Demográfico de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Estado do Pará é a unidade da federação com o maior número de pessoas que se auto declaram pretas ou pardas no Brasil, 76,7%.
Serviço
Trilha "Afro Amazônicos e Seus Símbolos
Agendamento prévio, obrigatório e gratuito
Data: Quartas, quintas e sextas-feiras
Hora: 9h às 17h
Local: Núcleo de Visitas Orientadas do Parque Zoobotânico(Avenida Magalhães Barata, nº376, bairro São Braz)
Para mais informações, ligue (91) 3182-3249