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Pesquisadores abordam distintas possibilidades da biologia
Agência Museu Goeldi – A Biologia estará em pauta no próximo encontro virtual promovido pelo Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG). Nesta quinta-feira (03), quando se celebra o Dia do Biólogo, os internautas poderão conhecer a trajetória de pesquisadores da instituição dedicados à investigação dos organismos vivos, desde o nível molecular até as interações entre diferentes espécies, processos evolutivos e ainda a relação das comunidades humanas com ambientes e outras espécies que estão inseridas no seu modo de viver. O encontro dos biólogos mostra que partem de uma graduação comum para seguir rumos diversos ao longo de suas carreiras científicas. A live “Quatro perspectivas de biólogos no Museu Goeldi” inicia às 14h30 e será transmitida pelo canal oficial no YouTube.
Participam do encontro os pesquisadores e docentes de pós-graduação Ana Prudente, curadora da Coleção Herpetológica e atual coordenadora do Laboratório de Biologia Molecular; Pedro Viana, curador do Herbário MG e atual coordenador de Botânica; Regina Oliveira, coordenadora substituta de Ciências Humanas e do Laboratório dos Meios Aquáticos; e Sue Costa, paleontóloga e coordenadora de Museologia. A mediação será feita por um convidado especial, Abílio Ohana, mastozoólogo e sócio-fundador da Associação de Biólogos no Pará, com vínculos estreitos com o Museu Goeldi desde o Clube do Pesquisador Mirim da instituição.
Riquezas – O Brasil e a Amazônia ocupam lugar estratégico para a sobrevivência humana no planeta tamanha a variedade de espécies de fauna e flora que abrigam em seus territórios. Para se ter ideia, “a maior diversidade de vertebrados no mundo é encontrada no Brasil, que apresenta a maior riqueza de espécies de peixes de água doce e de mamíferos, bem como a segunda maior diversidade de anfíbios, a terceira de aves e a quinta de répteis”, indica Ana Prudente, em seu artigo publicado no boletim Destaque Amazônia, edição especial sobre novas espécies. Entre 2014 e 2018, pesquisadores da Coordenação de Zoologia do Museu Goeldi participaram da descrição de 14 espécies de répteis, incluindo serpentes venenosas, ainda desconhecidas para a ciência. Especializada nos estudos dos aspectos evolutivos deste grupo de seres vivos, a bióloga assumiu a curadoria da segunda maior coleção herpetológica do país, que pertence à instituição, e chefia o Laboratório de Biologia Molecular. Amplia, assim, sua atuação da pesquisa para a gestão na ciência. Prudente é docente nos cursos de pós-graduação em Zoologia e também em Biodiversidade e Evolução.
Já Pedro Viana investe em meticulosa aventura pelo mundo dos ecossistemas vegetais. Recentemente, tem contribuído para a expansão do conhecimento e documentação sistemática de espécies localizadas em áreas impactadas pela disputa do mercado internacional na Amazônia brasileira, a exemplo da província mineral de Carajás, no Pará. Como curador do herbário do Museu Goeldi, o cientista participa da gestão do mais antigo acervo botânico da região e o terceiro a ser criado no Brasil. Este ambiente privilegiado da história do conhecimento sobre a flora da Amazônia tem se tornado cada vez mais acessível à sociedade por meio da internet, com o Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr). Viana é docente nos cursos de pós-graduação em Botânica Tropical e também em Biodiversidade e Evolução.
Há também biólogos que dialogam fortemente com disciplinas das Ciências Humanas e vêm consolidando outras perspectivas de estudo neste campo de saber, como a ecologia humana e a etnobiologia. É o caso de Regina Oliveira, que tem atuado ainda no manejo participativo, desenvolvimento comunitário, populações tradicionais na Amazônia, plano de manejo participativo em unidades de conservação, elaboração de diagnósticos socioambiental para criação de unidades de conservação; conservação e biodiversidade em unidades de conservação. E o Museu Goeldi tem participado e se destacado neste processo, como se denota com a realização do primeiro Congresso Internacional de Etnobiologia na capital paraense, em 1988, e novamente na organização da décima sexta edição do evento trinta anos depois, em 2018, refletindo sobre os avanços e novos desafios para a ciência, a biodiversidade e os direitos dos povos indígenas e tradicionais no mundo. Oliveira é docente nos cursos de pós-graduação em Diversidade Sociocultural e no Mestrado Profissional em Gestão de Áreas Protegidas.
Paleontóloga e professora de Museologia da Universidade Federal do Pará (UFPA), Sue Costa é atual titular da Coordenadoria de Museologia do Museu Goeldi, o que tem lhe possibilitado divulgar junto à população não especializada a existência de patrimônios formalmente tombados ou não como bens culturais. Desde a graduação, como bolsista de iniciação científica do Museu Goeldi, o foco dessa bióloga tem sido o estudo de seres orgânicos que habitaram a terra em épocas bem remotas e cujos fósseis podem estar salvaguardados em reservas técnicas, exibidos em salas expositivas, encravados em camadas rochosas ou no chão pisado pelos pés de banhistas nas praias. Costa é docente no Programa de Pós-Graduação em Ciências do Patrimônio.
Esses quatro diferentes recortes científicos da Biologia serão conectados entre si e junto aos internautas na próxima live do Museu Goeldi, com mediação de Abílio Ohana, pesquisador de mamíferos, doutorando da Rede Bionorte e sócio-fundador Associação de Biólogos no Pará (Abiopa). A associação reúne, no estado, a categoria de profissionais homenageada em todo o país nesta quinta-feira (03), data em que profissão foi regulamentada, há 41 anos.
Texto: Erika Morhy
Serviço | Live “Quatro perspectivas de biólogos no Museu Goeldi”
Dia: 03 (quinta), às 14h30.
Participantes: Ana Prudente (Herpetologia); Pedro Viana (Biologia Vegetal); Regina Oliveira (Ecologia Humana); Sue Costa (Paleontologia e Musealização).
Mediação: Abílio Ohana (sócio-fundador da Associação de Biólogos no Pará)