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Pesquisadora do Museu Goeldi é homenageada por pioneirismo e legado à Antropologia
Agência Museu Goeldi - A antropóloga Lourdes de Fátima Gonçalves Furtado, pesquisadora aposentada do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) e professora do Programa de Pós-Graduação em Diversidade Sociocultural (PPGDS), está entre as premiadas com a medalha Roquette Pinto, entregue pela Associação Brasileira de Antropologia (ABA) a cientistas de referência nos diferentes campos. A cerimônia de premiação ocorre nesta terça-feira (23), durante a abertura da 34ª Reunião Anual de Antropologia, realizada em Belo Horizonte (MG).
Ao longo de sua trajetória acadêmica, Lourdes Furtado se destaca pelo trabalho pioneiro desenvolvido na Antropologia da Pesca, realizando estudos sobre a pesca artesanal na Amazônia e a organização social das comunidades haliêuticas com interesse especial em torno das tradições culturais, as crenças, os costumes e os modos de vida das populações ribeirinhas, que foram temas de diversas pesquisas do projeto Recursos Naturais e Antropologia das Sociedades Marítimas, Ribeirinhas e Estuarinas da Amazônia: Relações do Homem com o seu Meio Ambiente (RENAS).
A atuação do RENAS deu origem, em 2003, ao Laboratório de Antropologia dos Meios Aquáticos (LAMAq), que realiza estudos que auxiliam a implantação e gestão de Unidades de Conservação (UC), a elaboração de planos de manejo de recursos naturais e o atendimento das demandas de comunidades extrativistas marinhas da região. Ambos os projetos possuem ainda uma forte característica extensionista, estabelecendo trocas e parcerias com as comunidades pesqueiras da zona costeira, das águas interiores do Médio Amazonas e do estuário amazônico.
“Todas essas pessoas que, com seus conhecimentos empíricos sobre a natureza, me ajudaram a desvendar particularismos socioculturais e ambientais dessas regiões, vencer desafios e a me defrontar com meus primeiros estranhamentos antropológicos face ao mundo das águas em sua materialidade, especificidades e simbologias”, declarou a antropóloga quando foi eleita para ocupar a cadeira nº 3 do Instituto Histórico e Geográfico do Pará (IHGP).
Honraria - A Medalha Roquette Pinto de Contribuição à Antropologia Brasileira foi instituída em 2003, por ocasião da comemoração dos 50 anos da ABA e, desde então, se tornou a principal distinção atribuída a pesquisadores, cuja trajetória e obra tenham contribuído para as diversas dimensões da Antropologia no país. Entre os cientistas já homenageados estão: Lux Vidal, Roque Laraia, Gilberto Velho, Roberto da Matta, Ruth Cardoso, Raymundo Heraldo Maués, Jane Felipe Beltrão e Alfredo Wagner de Almeida.
Texto: Fabrício Queiroz