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Pesquisa, Inovação e Comunicação da Ciência são destaque no Goeldi
Agência Museu Goeldi – A evolução na qualidade dos trabalhos, o intercâmbio de informações científicas e as possibilidades de aplicação dessas informações para o desenvolvimento da Amazônia. Esses foram os destaques do 6º Seminário do Programa de Capacitação Institucional (PCI) do Museu Goeldi. O Seminário contou com trinta e cinco trabalhos de desenvolvimento científico e tecnológico, apresentados de 16 a 18 de novembro no Campus de Pesquisa da Instituição.
A Dra. Ana Vilacy Galúcio , coordenadora de Pesquisa e Pós-Graduação do Museu Goeldi, diz que a maior qualificação das pesquisas desenvolvidas no âmbito do Programa de Capacitação Institucional é uma das metas do programa: “Desde 2014, temos procurado selecionar bolsistas com maior titulação, com mestrado e doutorado. E isso tem surtido efeito no aumento da produtividade acadêmica”, pondera.
Premiada como autora do melhor trabalho apresentado na sessão temática “Sistemas Naturais, Diversidade Biológica e Conservação na Amazônia”, a Dra. Nara Mota é um dos exemplos de bom aproveitamento do programa. Bolsista PCI na Coordenação de Botânica do MPEG, o projeto de Nara tinha como objetivo fazer uma revisão da lista de flora de Carajás (Pará), enviando o material para especialistas que verificassem a autenticidade de identificações já realizadas.
Por meio de parceria com o Instituto Tecnológico Vale e financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o projeto cresceu. A pesquisa de Nara Mota foi institucionalizada pelo Museu Goeldi, sob coordenação do Dr. Pedro Viana , e terminou envolvendo 50 pesquisadores de 34 instituições diferentes.
A partir dos resultados desse trabalho coletivo, será possível gerar dados para subsidiar tanto políticas públicas para conservação das espécies quanto auxiliar o setor empresarial a desenvolver seu manejo, já que elas são diretamente afetadas pelos empreendimentos minerários da região.
Nara destaca que a experiência como bolsista PCI têm sido muito boa: “Na verdade, é a primeira vez que me vejo como pesquisadora, apesar de estar fazendo pesquisa desde a graduação. O Museu sempre teve as portas abertas e não foi à toa que conseguimos tantas parcerias. O Museu é uma referência. Não basta você fazer um bom projeto, você tem que ter bons parceiros. E sem dúvida o Museu foi um parceiro que ajudou a mim e a todos os envolvidos no projeto a traçar esse caminho.”
Oportunidade - A antropóloga Dra. Claudia Cunha fez parte de bancas avaliadoras do seminário e destaca a oportunidade que o evento oferece a quem está começando na área da pesquisa: “O seminário valoriza o trabalho das pessoas que estão começando em Ciências e lhes dá a oportunidade de se familiarizar com a apresentação de resultados em público”, avalia.
Uma das jovens pesquisadoras presentes foi Clarisse Andrade, que atuou como bolsista PCI do Núcleo de Inovação Tecnológica da Amazônia Oriental (Rede Namor), coordenado pelo Museu Goeldi. Seu trabalho envolveu assessoria na implantação do Núcleo de Inovação Tecnológica da Universidade Federal do Tocantins (UFT). Clarisse destaca que o Seminário PCI foi proveitoso não somente para compartilhar esse trabalho: “aqui conhecemos outros bolsistas de várias áreas e temos a oportunidade de trazer essas pesquisas e encaixá-las no trabalho de inovação tecnológica do nosso Núcleo”, comenta.
Esse intercâmbio também é observado pela Dra. Ana Cláudia Tavares , professora da Universidade do Estado do Pará e uma das avaliadoras dos trabalhos apresentados no evento: “Os trabalhos vêm evoluindo e têm um excelente nível de qualidade. As novas tendências que vemos aqui são importantes pra auxiliar a própria atividade docente e pra nortear as metodologias que estamos utilizando nas pesquisas na nossa instituição. Inclusive, selecionei pesquisadores que convidaremos para participar dos nossos seminários de pós-graduação”, conclui.
O Seminário - Com o tema “Integrando pesquisa, inovação e comunicação da ciência” a 6ª edição do Seminário PCI/MPEG contou com 35 exposições de trabalhos científicos, com diferentes metodologias e enfoques, em várias áreas do conhecimento. Confira a programação completa e o livro de resumos do evento clicando aqui e aqui .
As exposições se dividiram em quatro sessões temáticas: “Sistemas Naturais, Diversidade Biológica e Conservação na Amazônia”, “Inovação e Proteção ao Conhecimento”, “Diversidades e Dinâmicas Socioculturais na Amazônia”, e “Comunicação e Educação da Ciência na Amazônia”.
Os bolsistas tiveram a qualidade de seus trabalhos avaliada por membros da comunidade científica e em reconhecimento ao mérito dos participantes, quatro trabalhos foram indicados para concorrer ao prêmio nacional Bolsista Destaque, concedido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
Foram premiados como os melhores trabalhos as pesquisas “Investigação das diferentes percepções subjetivas de alunos surdos e ouvintes sobre elementos da fauna e flora em espaços não formais de educação”, de Cezar Filipe Ferreira Silva ; “Manejo de Chelus fimbriatus (Schneider, 1783) – Chelidae, em condições seminaturais no Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emílio Goeldi Belém – PA”, de Jéssica San Martin Matos .
Também foram premiados os trabalhos “A Flora da Serra de Carajás revisitada: florística e estudos biossistemáticos no complexo Xyris paraensis (Xyridaceae)”, de Nara Furtado de Oliveira Mota; e “Uma nova espécie de Imantodes Duméril, 1853 (Serpentes, Dipsadidae) para a Cordilheira Oriental, Colômbia”, de Alexandre Felipe Raimundo Missassi .
Texto: Uriel Pinho