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O que aprendemos com a observação da natureza
Agência Museu Goeldi - Pense em um macaco. Já? É bem provável que a primeira imagem formada pela sua mente tenha sido a de um gorila, um chimpanzé ou quem sabe um babuíno, primatas do continente africano e nossos velhos conhecidos do cinema, dos games e da TV. Mas e o macaco-aranha, conhece? O sagüi-anão? E o caiarara? Todos esses animais vivem no Brasil, especificamente na região amazônica e foram as estrelas da palestra “Cada macaco no seu galho”, que aconteceu na manhã dessa terça-feira (25), no Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG).
Dos 20 gêneros de macacos que existem no país, 17 são encontrados na Amazônia. Essa diversidade animal é explicada em parte pela presença e extensão dos afluentes do Rio Amazonas. Eles funcionam como um divisor de espécies. Cada área entre os rios, chamada de interflúvio, pode compartilhar grupos de espécies em comum, ou seja, as espécies que têm ali podem ser diferentes das espécies da outra margem do rio.
“Todo macaco possui um área de vida, que depende de condições ecológicas e evolutivas da espécie. O impacto ambiental causado por madeireiros, grileiros e pela expansão agrícola, por exemplo, são fatores que causam alterações na floresta e podem mudar a distribuição geográfica desses e de outros animais no mundo”, disse o palestrante e biólogo André Ravetta.
Para Ravetta, o Parque Zoobotânico do Museu Goeldi cumpre uma função importante de disseminar conhecimentos sobre a riqueza da fauna nativa. “Vários zoológicos no Brasil tem chimpanzés, mas não é em todo lugar que você encontra macacos-aranhas como aqui no parque”, afirma.
Com as informações da palestra, o estudante de Ensino Médio e monitor do Núcleo de Visitas Orientadas (NUVOP), Vinicius Simião, acredita estar muito mais preparado para atender à curiosidade do público. “Os macacos são um dos animais preferidos das crianças que visitam o parque, e elas sempre têm muitas perguntas a fazer sobre eles”.
Explorações – O “namoro” entre dois guarás no alto do Viveiro dos Pássaros. O cheiro adocicado que exalam as vitórias-régias no fim de tarde. A florada dos ipês-amarelos e jambeiros que colorem os caminhos. A palestra seguinte, “O Parque Zoobotânico é muito mais do que parece”, convidou o público a olhar além. Além dos viveiros dos animais que são “xodós” dos visitantes, do Castelinho, da Rocinha e de outros pontos famosos do Parque Zoobotânico do Museu Goeldi.
Apesar de estar de portas abertas há 120 anos para visitantes de Belém e do mundo, o Zoobotânico ainda guarda surpresas e novidades para quem souber enxergar com atenção e carinho. Quem diz isso é o palestrante e veterinário Messias Costa, com a experiência de quem vive esse lugar há quase 3 décadas. Messias trabalha no Serviço do Parque Zoobotânico (SPZ) e coordena o tratamento das 70 espécies de animais de fauna do parque.
Para ele, o PZB reúne um conjunto especial de características que o torna um local singular no mundo, receptivo a quem procuram lazer, educação, pesquisa, história e arte. “Em Belém, o Parque Zoobotânico é um elo entre diferentes gerações de pessoas que compartilham momentos de afeto com esse espaço”, afirma. Da próxima vez que entrar no Zoobotânico, olhe pra cima, olhe pro chão e observe o Zoobotânico que você ainda não conhece.
120 anos de Parque Zoobotânico – O ciclo de palestras em comemoração ao aniversário do Parque do Goeldi prossegue nesta quinta-feira, 27, com palestras sobre as plantas. Embora criem uma ambientação agradável e bela para pessoas e animais, as mais de 600 plantas do Parque passam geralmente despercebidas no conjunto do Zoobotânico.
Pela parte da manhã o curador do Herbário do Museu Goeldi, Dr. Pedro Viana , convidará o público para participar de uma trilha de observação das coleções de plantas encontradas no Zoobotânico. Viana e o setor Flora do Parque querem demonstrar o quão prazeroso e instrutivo pode ser um caminhar com olhar atento nessas belezas. À tarde, o Dr Natalino Corrêa, aborda as plantas para o paisagismo.
No último domingo de agosto, 30, haverá a “Expo-Feira Arte Goeldi”, que apresentará uma mostra de artesanato regional, exposições de plantas e de itens confeccionados nas oficinas “Alternativas à Utilização de resíduos florestais” e “A fauna do Parque Zoobotânico em vitrais”.
Texto: João Cunha
Serviço:
Programação no Parque Zoobotânico
27/08, Manhã – 9h
A Importância das coleções ex-situ em jardins botânicos
Ministrantes: Dr. Pedro Viana (Museu Goeldi)
Público: Estudantes, professores e interessados no assunto
Local: Auditório Alexandre Ferreira Penna
27/08, Tarde – 14h30
Plantas com potencial paisagístico
Ministrante: Dr. Natalino Correia (Paraíso Verde)
Público: Estudantes, professores e interessados no assunto
Local: Auditório Alexandre Ferreira Penna
27/08, Manhã - das 9h às 11h30
Oficina “A fauna do Parque Zoobotânico em vitrais”
Ministrantes: Me. Antônio Messias (Museu Goeldi), Esp. Filomena Secco (Museu Goeldi) e Esp. Izabel Cristina (FUNPAPA)
Público: Terceira idade
Local:Coleção Didática
Inscrição: Sala de atendimento da Coleção Didática
Fone: (91) 3182-3216
30/08, Manhã – 9h
Expo-feira Arte Goeldi
Público: Visitantes
Local: Bambuzal
Contação de histórias com Movimento de Contadores de História da Amazônia
Público: Visitantes