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O maior felino das Américas
Agência Museu Goeldi – A onça-pintada ( Panthera onca ) é um dos mamíferos mais significativos da Amazônia, considerando sua importância para os ecossistemas, sua beleza, força e a presença na cultura material de diversos povos. A última espécie da série Aves e Mamíferos do projeto Viva Amazônia é o animal mais procurado pelos visitantes no Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emílio Goeldi - MPEG .
Clique aqui e baixe a versão da onça-pintada em miniatura de papel e aqui a versão para colorir.
Onça - Grande e robusto, o maior felino das Américas chega a medir mais de dois metros quando adulto e pesa em média de 60 a 90 quilos. Ela está no topo da cadeia alimentar, por isso não possui predadores naturais. Assista aqui ao vídeo e saiba as curiosidades sobre a onça pintada e o manejo no Parque Zoobotânico do Goeldi.
Uma característica a se destacar são os sons emitidos pelas onças, chamados de esturros. São barulhos utilizados para a comunicação entre os membros da espécie, especialmente em época de acasalamento. Os esturros são proporcionados por uma “falha” na região da garganta. As espécies do gênero Panthera, como a onça-pintada, o leopardo das neves, o tigre, o leão e o leopardo, têm ossificação incompleta do osso hióide, o que permite estes sons fortes e graves.
Cada animal possui uma identificação diferente, que pode ser observada nas pintas da pelagem que cobre seu corpo. A coloração desta pelagem varia entre o amarelo, marrom, castanho e preto, mas alguns animais podem nascer com a pelagem negra.
Atualmente existem dois exemplares de onça-pintada no Parque Zoobotânico, um macho e uma fêmea. Guma é o morador mais antigo e já tem 12 anos de idade. Chegou na instituição com aproximadamente 5 anos, quando foi resgatado em uma apreensão do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA.
“Antes de chegar ao Museu Goeldi, o Guma era um animal criado em cativeiro e já havia sido domesticado. Ele acumulou uma série de problemas comportamentais devido a essa criação durante a fase de filhote. No Parque Zoobotânico do Museu Goeldi, tentamos contornar isso com o enriquecimento ambiental, criando novas atividades, ambientes e cheiros novos no recinto para que ele possa interagir”, conta a bióloga Thatiana Figueiredo.
Há cerca de cinco anos o Guma ganhou uma companhia feminina. Luakã, nome dado à fêmea, chegou ao Parque ainda filhote, com um ano de idade. Apesar do pouco tempo de vida, não foi possível reintroduzi-la à natureza, pois também foi alvo de domesticação, como detectou o IBAMA no processo de apreensão do animal.
“A Luakã preservou alguns instintos naturais da espécie. É um animal que sobrevive muito bem em cativeiro e interage muito bem com os enriquecimentos ambientais que nós fazemos. Ela é bem mais ativa e está muito bem”, complementa Thatiana.
Alimentação - Caçadora oportunista, a onça-pintada geralmente possui hábitos noturnos, e é neste período que captura suas presas, mas é possível que este hábito altere de acordo com a região onde o animal se encontra.
Na base da alimentação da onça-pintada estão os vertebrados terrestres e semi-aquáticos de todos os portes. No Parque Zoobotânico, as duas onças (Guma e Luakã) são alimentadas com carne, frango e ocasionalmente presas vivas para estimular a caça, que é uma característica fundamental da espécie. A alimentação é oferecida em dias alternados, pois em cativeiro as onças não gastam tanta energia quanto se estivessem na natureza.
Distribuição e vulnerabilidade – Este mamífero originalmente habitava territórios desde o sudoeste dos Estados Unidos até o sudeste da Argentina, mas em função da caça predatória e da degradação de seu ambiente natural, houve um declínio na quantidade de indivíduos. Atualmente a espécie está distribuída somente em alguns países da América do Sul e da América Central. A onça-pintada é uma espécie considerada ameaçada de extinção no Brasil pelo Ministério do Meio Ambiente.
Reprodução – As onças-pintadas são animais solitários que só se encontram em época de reprodução. Quando atinge sua maturidade sexual, aos três anos de idade, o macho demarca sua área com urina e arranhões em árvores, já as fêmeas alcançam o período reprodutivo um pouco mais cedo, aos dois anos de vida, aproximadamente. O tempo de reprodução pode se estender por até um ano e a gestação por mais de 100 dias, gerando até quatro filhotes, que deixam de ser amamentados aos 6 meses de vida. O Parque Zoobotânico já teve sucesso na reprodução em cativeiro. Bemp, uma onça-pintada negra nascida em cativeiro, viveu no Museu Goeldi por 22 anos.
Venha conhecer nosso mais poderoso felino no Parque Zoobotânico do Goeldi de quarta-feira a domingo, de 9h às 17h.
Texto: Mayara Maciel