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Nova marca do Museu Goeldi: uma janela da ciência para o universo amazônico
Agência Museu Goeldi – Hoje, quarta-feira (5), Dia Mundial do Meio Ambiente, o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) inaugura uma importante fase na construção de sua nova identidade visual: uma nova marca, síntese da complexidade da região amazônica e do universo de pesquisa da instituição. O Museu Goeldi tem papel fundamental na construção do conhecimento sobre a Amazônia, missão desafiadora diante de um cenário de avanço do desmatamento, perda da biodiversidade e ameaças aos povos e comunidades tradicionais.
“Aos 153 anos de existência, que serão celebrados em outubro, o Museu Emílio Goeldi enfatiza na nova marca a inovação possibilitada pelas pesquisas que desenvolve. Torcemos para que cada pessoa que, de alguma forma, possui uma relação com o Museu Goeldi, possa ver em nossa nova identidade visual todo o universo de conhecimentos e atividades abarcados pelo Museu. Afinal, todos contribuem para construir as narrativas sobre a Amazônia a partir da ciência e da educação, em parcerias que, felizmente, só se fortalecem com o tempo”, afirma a diretora do Museu Goeldi, Ana Luisa Albernaz .
Processo – Com recursos das Centrais Elétricas do Pará (Celpa), captados pelo ProGoeldi por meio do Instituto Peabiru , a Mapinguari Design assina o projeto da nova identidade visual do Museu Goeldi. As designers e pesquisadoras premiadas Fernanda Martins e Sâmia Batista são as fundadoras da empresa, que é reconhecida pela sua atuação na Amazônia, com destaque para o design estratégico e para a sustentabilidade. A parceria entre o Museu Goeldi e a Mapinguari ocorre pela segunda vez. Em 2016, o selo comemorativo dos 150 anos da instituição também foi um trabalho realizado pelas designers.
“A nova identidade visual do Museu Goeldi é resultado de um amplo trabalho para valorizar a sua importância, enquanto espaço de produção de conhecimento científico sobre a Amazônia. Mais do que um sinal gráfico, a nova marca reposiciona a instituição, enfatizando a inovação do trabalho de pesquisa do Museu”, resume a designer Fernanda Martins, que se define como uma apaixonada pela instituição que conheceu em 2002.
Por meio de três consultas públicas realizadas em momentos distintos, a construção da nova marca contou com a participação da comunidade interna e externa do Museu Emílio Goeldi. As ideias e palavras-chave, resultado da consulta ao público, auxiliaram na compreensão do Museu Goeldi como uma instituição que constrói a percepção da Amazônia a partir da ciência e como um ator fundamental no fortalecimento da identidade amazônica.
“A marca simboliza o olhar do pesquisador sobre a Amazônia, que revela toda a sua riqueza e complexidade. É uma janela de conhecimento, é um portal da experiência da floresta. A marca também se adequa às novas tecnologias, equilibrando traços orgânicos com uma tipografia robusta. O desenho simples e direto favorece o estabelecimento de uma comunicação efetiva com o público, e adequa a assinatura do Museu Goeldi aos mais diferentes suportes e situações”, acrescenta Fernanda.
As marcas do Museu – A nova identidade visual do Museu Emílio Goeldi possibilita o uso de diferentes texturas e imagens, numa forma de contemplar a multiplicidade de características da região amazônica e da própria instituição. O lançamento oficial acontece nesta quarta-feira (5), em um café da manhã oferecido a imprensa, no Parque Zoobotânico.
Ao longo dos seus quase 153 anos, esta é a oitava vez que o Museu Goeldi lança uma marca. No século 19, foram duas marcas baseadas apenas em recursos tipográficos – uma em 1893, no então Museu Paraense, e outra em 1894, quando a instituição se chamava Muzeu Paraense de História Natural e Ethnographia. A terceira marca veio em 1942, sem utilizar imagens e fazendo referência ao novo nome, Muzeu Paraense Emílio Goeldi de História Natural e Ethnographia.
Entre 1954 e 2016, foram quatro novas marcas e dois selos comemorativos já com o nome atual da instituição: a primeira, de 1954, utilizava o brasão da República; outras duas (1981 e 1983) usavam como imagem peças da coleção arqueológica da instituição; em 1987, o destaque foi dado ao prédio histórico da Rocinha, marco que simboliza a consolidação do Museu Goeldi como o primeiro projeto científico nacional para o estudo da Amazônia. Dois selos comemorativos foram criados em 1986 e 2016, em alusão ao aniversário de 120 e de 150 anos da instituição, respectivamente.
Parceria – No início deste ano, a Celpa, em parceria com o Programa ProGoeldi, coordenado pelo Instituto Peabiru, anunciou o projeto de revitalização do Aquário Jacques Huber, uma das principais atrações do Parque Zoobotânico do MPEG. A iniciativa faz parte do projeto Celpa Mais Desenvolvimento Social e conta com um investimento social e cultural na ordem de 418 mil reais. Além do Aquário, o trabalho inclui a concepção de um sistema de sinalização e identidade visual. E a primeira etapa deste projeto é o lançamento da nova marca do Museu Goeldi.
O presidente da Celpa, Marcos Almeida, destaca que a nova marca indica a chegada de bons momentos para a instituição. “Em breve, o Museu estará com o seu Aquário e sinalização das vias internas totalmente reformulados e nada mais justo também termos uma identidade visual que dialogue com essa nova fase, que esperamos atrair ainda mais visitantes e turistas para este espaço de extrema importância para a cultura mundial. Afinal, é um pedacinho da nossa rica fauna e flora amazônica bem no centro da cidade”, afirma o presidente.
João Meirelles, diretor do Instituto Peabiru e coordenador do ProGoeldi, por sua vez, destaca a importância da parceria entre empresas e organizações públicas em benefício da população. "O ProGoeldi, como iniciativa da sociedade civil, propôs e pode contribuir com o projeto graças a articulação que conectou a demanda do Museu com o apoio da iniciativa privada". É Meirelles que anuncia mais uma boa notícia aos apaixonados pelo Museu Goeldi: camisetas com a nova marca em quatro belas texturas já estão disponíveis para aquisição na loja do Café do Museu Goeldi a partir de hoje, 5 de junho.
Pesquisa e inovação – Desde a sua fundação, o Museu Emílio Goeldi desenvolve estudos científicos dos sistemas naturais e socioculturais amazônicos, além de atuar na divulgação de conhecimentos e acervos. Vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, a instituição possui quatro bases físicas: o Parque Zoobotânico e o Campus de Pesquisa em Belém (PA); a Estação Científica Ferreira Penna, no arquipélago do Marajó (PA); e um Campus Avançado, em Cuiabá (MT).
Como resultado de seus estudos, somente no século 21 o Museu Goeldi e seus parceiros já apresentaram 587 novas espécies para o mundo. Em 2018, a instituição desenvolveu 175 projetos, 90% dos quais se referem à pesquisa científica. Outros 10% são projetos de educação, comunicação e extensão, desenvolvidos por pesquisadores e tecnologistas do quadro funcional, com ou sem participação de instituições parceiras nacionais e internacionais.
O Museu Goeldi mantém em parceria, ou sozinho, sete cursos de pós-graduação. Em duas décadas, proveu mais de 650 novos mestres e doutores, sendo uma das instituições mais importantes na formação de especialistas para a Amazônia.
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Texto: Phillippe Sendas e Joice Santos.