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Nota de Pesar - Thomas Lovejoy
Ele chegou na Amazônia para desenvolver sua tese de doutorado em 1965 a convite de uma iniciativa conjunta do Instituto Evandro Chagas e do Museu Paraense Emílio Goeldi. E desde então sua trajetória foi de pesquisar, consolidar projetos de estudos de longo prazo, formação de novos especialistas, propor políticas políticas públicas para a conservação ambiental do planeta, especialmente da maior floresta tropical do mundo e compartilhar seu conhecimento e preocupações. O biólogo americano Thomas Lovejoy partiu no dia 25 de dezembro, deixando como legado muito conhecimento, amizades, pupilos, concepções para problemas de conservação ambiental e alertando como a perda de florestas e ecossistemas afetam a coletividade. Tom Lovejoy foi um exemplo concreto de cidadão do seu tempo.
Com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) criou o Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais (PDBFF), que se converteu no maior estudo de fragmentação florestal da Amazônia e também gerou importantes informações sobre a recuperação da floresta.
O termo Biodiversidade surgiu com Lovejoy e com ele ganhou o Brasil e o mundo, chamando atenção de autoridades e de gestores de organizações multilaterais.
Chegando aos 80 anos, Thomas Lovejoy ainda tinha muito desejo de continuar quando um câncer no pâncreas alterou seus planos de "se aposentar com as botas calçadas".
"Há 30 anos trabalho no que se chama biologia da mudança climática, as mudanças afetando a natureza. Mas também, nos últimos anos, em como a natureza pode contribuir para resolver o problema da mudança climática", disse Lovejoy em entrevista a revista Pesquisa Fapesp. Sua preocupação contínua era o futuro da Amazônia. Sonhava que os países amazônicos trabalhassem juntos para gerenciar a Amazônia como um sistema integrado, incluindo florestas e cidades. Dizia: "A qualidade de vida nas cidades amazônicas é uma parte muito importante para se atingir a solução ideal".
Lovejoy, cujo sobrenome dá pistas do que lhe movia, fez a conferência inaugural do III Simpósio da Biota Amazônica, evento internacional que celebrou os 150 anos do Museu Goeldi, com o texto intitulado “A terra de canela e ouro: 500 anos de ciência
e exploração na Amazônia”, que pode ser acessado na aba Livros Digitais no portal do MPEG.
Há muito mais para escrever sobre Thomas Lovejoy e talvez nenhum texto dará conta propriamente da importância do homem e do cientista.
Neste momento em que a comunidade científica lamenta profundamente sua perda, o Museu Paraense Emílio Goeldi presta homenagem, agradece profundamente as contribuições deixadas para o conhecimento científico e conservação da Amazônia e presta as condolências aos familiares, amigos e a todos que sofrem com a partida do mestre.
Gratidão a Thomas Lovejoy!
Museu Paraense Emílio Goeldi