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Museu Goeldi oferece oficina de Língua Geral Amazônica
Agência Museu Goeldi - A vida nos povoados amazônicos nem sempre ecoou em português. Até por volta da metade do século XIX, a língua mais falada no atual estado do Pará e ao longo da bacia amazônica era o nheengatu. O idioma será tema de oficina realizada no Parque Zoobotânico do Museu Goeldi na próxima quinta-feira (14).
Aberta a todos os interessados, a oficina “Nheengatu: não perca seu latim nem seu tupi” é parte da programação pelo Mês dos Povos Indígenas do Museu Goeldi. Ela será ministrada a partir das 9h30, por Antônio Maria de Souza Santos, antropólogo da Coordenação de Ciências Humanas da instituição.
No mesmo dia, o Parque do Goeldi recebe também a Mostra da Cultura Kayapó - com vídeos, danças, músicas, fotografias e pintura corporal –, às 10h. Já às 10h30, tem início a Feira de Artesanato, com a presença de artesãos de diferentes etnias indígenas.
A programação do Mês dos Povos Indígenas no Museu Goeldi começou no último dia 7 e segue nos próximos dias 14 e 20. Nos três dias, são aguardados representantes de etnias como a Kayapó, Aikanã, Kambeba e Munduruku, moradores da região metropolitana de Belém e outros pontos do estado do Pará.
Nheengatu – Também conhecida como Língua Geral Amazônica, o nheengatu surgiu da língua falada pelos índios Tupinambá nos atuais estados do Pará e Maranhão. Essa língua sofreu modificações por influência do idioma dos colonizadores, resultando em uma língua “misturada”, usada nas relações entre as diferentes nações indígenas e povos europeus e africanos que se estabeleceram na região.
O nheengatu não é mais tão difundido quanto no passado, mas ainda hoje é falado em regiões como o alto Rio Negro, no estado do Amazonas. Apesar do pequeno número de falantes, é crescente o interesse pela língua, tanto por especialistas e estudantes não-indígenas quanto por populações tradicionais que enxergam no nheengatu, outrora usado como instrumento de dominação, um importante elemento na recuperação de sua história e cultura.
Texto: Uriel Pinho
Fonte: “O retorno do nheengatu, língua geral amazônica”, de Júlio César Pedrosa
Serviço
Mês dos Povos Indígenas
“Culturas indígenas na Amazônia: 150 anos de intercâmbio com o MPEG”
14/04 (quinta-feira)
Oficina: “Nheengatu: não perca seu latim nem seu tupi”
Hora: 9h30
Ministrante: Antônio Maria de Souza Santos
Local: Auditório Alexandre Rodrigues Ferreira, Parque Zoobotânico.
Mostra da Cultura Kayapó: vídeos, danças, músicas, fotografias e pintura corporal
Hora: 10h
Paulinho Payakan e representantes Kayapó
Local: Auditório Alexandre Rodrigues e Bambuzal, Parque Zoobotânico.
Feira de Artesanato
Hora: 10h30
Local: Bambuzal, Parque Zoobotânico.
20/04 (quarta-feira)
Palestra: Experiência desde a aldeia Caripuna, até o Museu Goeldi.
Hora: 9h
Ministrante: Suzana Primo
Local: Auditório Paulo Cavalcante, Campus de Pesquisa.
Mostra da Cultura Kayapó: vídeos, danças, músicas, fotografias e pintura corporal
Hora: 10h
Paulinho Payakan e representantes Kayapó
Local: Auditório Paulo Cavalcante e Bosquinho, Campus de Pesquisa.
Feira de Artesanato
Hora: 10h30
Local: Bosquinho, Campus de Pesquisa.
Roda de conversa: 150 anos de interação
Hora: 14h
Mediação: Pesquisadores do Museu Goeldi e representantes de comunidades indígenas.
Local: Auditório Paulo Cavalcante, Campus de Pesquisa
Parque Zoobotânico do Museu Goeldi: Av. Magalhães Barata, 376, São Braz (entrada R$3,00, com meia entrada para estudantes e gratuidades para idosos e crianças).
Campus de Pesquisa: Av. Perimetral, 1901, Terra Firme.