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Museu Goeldi leva tecnologias da Amazônia para evento de inovação
Agência Museu Goeldi – A partir desta quinta (13) até domingo (16) o Museu Goeldi apresenta produtos, serviços e tecnologias inovadoras desenvolvidas por seu corpo científico na Rio Innovation Week. O evento reúne pesquisadores, empreendedores, investidores e outros atores interessados no uso da tecnologia em segmentos do mercado como Turismo, Saúde, Agricultura e Sustentabilidade. O objetivo do evento é ser o mais completo encontro de tecnologia e inovação da América Latina
A Rio Innovation Week será realizada no Jockey Club Brasileiro, na Gávea (RJ). O Museu Goeldi estará no estande 25 do espaço “Vila da Ciência”. É lá que as 27 entidades vinculadas ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) apresentarão suas tecnologias e projetos.
O estande contará com a presença de especialistas do Museu Goeldi: a botânica Ely Simone Gurgel (vice-diretora e coordenadora de Pesquisa e Pós-Graduação), o geólogo Amilcar Mendes (coordenador do NITT MPEG e da RedeNamor), a química Milena Moraes (pesquisadora de projeto experimental para a detecção e redução da vulnerabilidade da vegetação em áreas de linhas de distribuição de energia, financiada pelo Grupo Equatorial), o químico Mozaniel Oliveira (pesquisador do Laboratório Adolpho Ducke/COBOT/MPEG), o zoólogo Alberto Akama (coordenador do PPBio Amazônia Oriental) e a especialista em gestão da inovação e propriedade intelectual Clarisse Andrade (Bolsista PCI NITT).
Além da presença no estande, os pesquisadores do Goeldi também estão na programação de palestras da Rio Innovation Week. No sábado (15), às 12h20, a química Milena Moraes apresenta palestra sobre o Tecnossolo no Palco Agro Tech, que trata de agricultura familiar. No mesmo dia, às 14h, o zoólogo Alberto Akama apresenta palestra sobre Genômica e Sustentabilidade no Palco Health Tech, dedicado a inovações na área de saúde.
De acordo com Amilcar Mendes, coordenador do Núcleo de Inovação e Transferência de Tecnologia (NITT) do Museu Goeldi, a expectativa é mostrar as tecnologias que estão sendo geradas pelas diferentes Coordenações do MPEG e com isso “estabelecer parcerias estratégicas pro desenvolvimento daquelas que ainda estão em estado mediano de desenvolvimento. E quem sabe até procurar parceiros para fazer a transferência de tecnologias que já estão em nível de maturidade tecnológica elevado”.
Tecnologias - Dentre os produtos que são objeto de patente e serão apresentados no estande do Museu Goeldi, estão um larvicida à base de aninga (planta do gênero Montrichardia); um equipamento para uso laboratorial chamado Histomolde; o Ecopainel, painel feito com fibras do caroço do açaí para uso na construção civil; além do Tecnossolo, uma tecnologia para recuperação de solos degradados inspirada em estudos de solos arqueológicos da Amazônia.
Para Amilcar Mendes, que além de coordenar o NITT do Museu Goeldi também coordena o arranjo de NITTs das instituições de pesquisa da Amazônia Oriental, a REDENAMOR, o MPEG vem passando por uma quebra de paradigmas nos últimos anos, com a conquista de sua primeira patente, além de estar com um passivo de produtos tecnológicos na faixa de 8 registros de patente e três softwares desenvolvidos.
“Nesse momento, o Museu Goeldi não é somente uma instituição de pesquisa básica. Nós estamos adentrando a área de inovação, buscando levar o conhecimento desenvolvido na instituição e trabalhando com os ativos da biodiversidade amazônica. Transformando-os em produtos e processos inovadores que buscam resolver problemas e gerar negócios e produtos sustentáveis para a Amazônia” explica Amilcar.
Projetos e laboratórios – Além das tecnologias, o Museu Goeldi apresentará também projetos e laboratórios que geram informações para aplicação junto a governos e entes privados. É o caso do projeto “Restauração ambiental em áreas degradadas”, que por meio da análise de interações ecológicas entre plantas e animais, facilita e direciona o uso de técnicas de restauração de ecossistemas afetados por atividades de mineração no município de Paragominas, no Pará.
Já o projeto “Genômica para conservação da biodiversidade” faz o sequenciamento de materiais genéticos da fauna amazônica e está dotando a instituição de infraestrutura de ponta para análises de material genético. O resultado é um banco de dados com informações que servirão para que, no futuro, se possa manejar e conservar melhor a biodiversidade amazônica.
Outro destaque é a Coleção Etnobotância do Museu Goeldi, que registra o uso de quase 400 espécies vegetais por populações da Amazônia. A coleção acolhe pesquisas em áreas como Etnofarmacologia, Etnobotânica, Botânica Econômica, Arqueobotânica e Ecologia Histórica. Trabalhos que abrem possibilidades de estudo e aplicações em temas como diversidade cultural, plantas medicinais e sustentabilidade.
Já o laboratório Adolpho Ducke tem como principal objetivo avaliar o potencial econômico e ampliar o conhecimento científico sobre a Flora Aromática da Amazônia Legal. O laboratório realiza a extração e análise de óleos essenciais de vegetais da Amazônia, utilizando diferentes técnicas. Reúne uma oleoteca com 4 mil amostras e gera conhecimento que pode ser aplicado para o desenvolvimento de cosméticos e outros bioprodutos.
Educação e Comunicação - Outra área na qual o Museu Goeldi vem atuando é a de tecnologias para a educação e comunicação da ciência. A instituição desenvolve experiências tecnológicas como os Dicionários Multimídia de Línguas indígenas, coordenados pela pesquisadora Ana Vilacy Galúcio. Com metodologias replicáveis e que disponibilizam conteúdos em imagem, texto e som sobre línguas indígenas, os dicionários são acessíveis em aparelhos como celulares e tablets.
Já a plataforma virtual A Floresta Sensível, coordenada pelo pesquisador Glenn Shepard Jr. utiliza passeios de 360 graus, vídeos, fichas de plantas, games e outros conteúdos construídos com dados da ciência ocidental e de povos originários e tradicionais para sensibilizar o público sobre as diferentes dimensões da floresta amazônica.
Outro projeto de comunicação da Ciência desenvolvido junto ao MPEG é o “Amazônia, do Poente à Aurora”, coordenador pelos pesquisadores Léo Lanna, Pedro Peloso e Silvia Pavan. O projeto utiliza modernas tecnologias de captação de imagens para registrar a vida noturna na maior floresta tropical do mundo. Reúne cientistas, documentaristas e artistas, e conta com financiamento da National Geographic Society para conectar pessoas ao redor do mundo com a Floresta Nacional de Caxiuanã, onde o Museu Goeldi mantém a Estação Científica Ferreira Penna.
Clique aqui para conferir a playlist especial com vídeos sobre as novidades tecnológicas do Museu Goeldi na Rio Innovation Week.
Texto: Uriel Pinho
Serviço
Museu Goeldi na Rio Innovation Week
De 13 a 16 de janeiro de 2021
Local: Estande 25 do espaço “Vila da Ciência”, Jockey Club Brasileiro, Gávea, Rio de Janeiro
Ingressos no www.rioinnovationweek.com.br
Programação de Palestras
- Palestra Dra. Milena Moraes sobre o Tecnosolo
15 de janeiro, 12h20, no Palco Agro Tech
- Palestra Dr. Alberto Akama sobre Genômica e Sustentabilidade
15 de janeiro, 14h, no Palco Health Tech