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Museu Goeldi lança edital para Mestrado em Diversidade Sociocultural
Agência Museu Goeldi – Já está disponível o edital de seleção para o Mestrado em Diversidade Sociocultural, o primeiro curso de pós-graduação na área de Ciências Humanas do Museu Paraense Emílio Goeldi. As inscrições iniciam no dia 11 de março e vão até 26 de abril. Aprovado em 2018 pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do Ministério da Educação, o Programa de Pós-Graduação em Diversidade Sociocultural (PPGDS) teve sua proposta avaliada como inovadora e inédita, tanto na Amazônia, quanto no Brasil, passo importante que consolida a atuação do Museu Goeldi na formação de pesquisadores de alto nível na região amazônica.
O objetivo do PPGDS é estudar as diferentes formas de pensamento, organização social e relação com o meio ambiente na Amazônia, as quais, ao longo do tempo, imprimiram marcas na paisagem física e nas sociedades locais. A área de concentração do programa chama-se “Dinâmicas históricas e contemporâneas da diversidade sociocultural”, ou seja, o curso propõe uma formação baseada no estudo das dinâmicas que configuram a atual diversidade biológica e sociocultural da Amazônia em uma perspectiva de longa duração. Para isso, lançará mão de diferentes tradições de pesquisa existentes nas Ciências Humanas (Antropologia, Arqueologia, História, Linguística e áreas correlatas), permitindo uma abordagem multifacetada e transdisciplinar do objeto de pesquisa.
Linhas de pesquisa – O programa está estruturado em três linhas de pesquisa: “Cultura e patrimônio”, com seis professores, voltada aos estudos em coleções culturais e científicas e às releituras e novas formas de patrimonialização que ocorrem nos processos de musealização, agenciados por diversos sujeitos sociais. Seus principais objetivos são a análise de patrimônios culturais, seus valores e sentidos, bem como da história do conhecimento científico sobre a região amazônica, dos espaços de circulação e das redes de compartilhamento de informação cultural/científica.
A segunda linha é “Povos indígenas e populações tradicionais”, com nove professores e enfoques etnológicos, antropológicos, linguísticos, arqueológicos e históricos sobre conhecimentos, práticas e representações socioculturais de povos indígenas e populações tradicionais na Amazônia, incluindo línguas indígenas, cultura material, sistemas haliêuticos e agrícolas.
A terceira linha, “Socioecologia, diversidade sociocultural e ocupação territorial”, é composta por cinco professores e privilegia abordagens históricas e socioecológicas sobre o uso e manejo dos recursos naturais, os padrões resultantes da ação antrópica no meio ambiente, as dinâmicas migratórias em diferentes escalas espaciais e temporais, os modos de regulação ecológica e territorial dos diversos coletivos sociais, suas relações com tecnologias e implicações para as condições de vida na Amazônia e para as políticas públicas.
Corpo docente – Ao todo, 20 professores estão envolvidos no PPGDS, pertencentes ao quadro de pesquisadores do Museu Goeldi, da Universidade de São Paulo e do Institut de Recherche pour le Développement (IRD), do governo francês. Para Claudia López, coordenadora do PPGDS, o corpo docente multidisciplinar, o qual agrega cientistas sociais, arqueólogos, historiadores, linguistas, ecólogos, biólogos, geólogos e cientistas da informação, “é um ponto diferencial do programa, pois permite a análise de problemas sob múltiplas perspectivas e certamente proporcionará uma sólida formação aos estudantes”.
Outro ponto diferencial, ainda segundo a coordenadora, será “o uso extensivo de coleções culturais, científicas, bibliográficas e arquivísticas, disponíveis no Museu Goeldi, com a análise de representações materiais e imateriais resultantes de processos culturais e históricos, de teorias e práticas nativas, da construção da memória social e do desenvolvimento de narrativas culturais e históricas”. Esses pontos foram reconhecidos pela própria Capes, que, em seu relatório de avaliação do PPGDS, ressaltou que o programa “articula de forma coerente e inovadora disciplinas como Antropologia, Arqueologia, Linguística, Ciências Biológicas”. Embora seja “antropologicamente informado”, ainda segundo a avaliação da Capes, o PPGDS permitirá “vieses temáticos que contemplam interfaces até o momento menos exploradas pelos cursos existentes. Com isso, o PPGDS não se superpõe a nenhum outro programa na vasta região amazônica, e tampouco no cenário nacional”.
Vagas, ações afirmativas e provas – Um dos compromissos firmados pelo Colegiado do PPGDS consiste na adoção de ações afirmativas, em diversos níveis. A mais visível é a reserva de vagas para negros (pretos e pardos), indígenas e pessoas oriundas de comunidades tradicionais. De acordo com o edital do processo seletivo, foram abertas 14 vagas para o Mestrado, sendo oito em ampla concorrência, duas para pessoas autodeclaradas pretas ou pardas, duas para indígenas e duas para comunidades tradicionais. Nesses dois últimos casos, os candidatos devem apresentar uma declaração de identificação como pessoa indígena ou de comunidade tradicional, assinada pela autoridade ou liderança tradicional ou pela organização política correspondente ao seu coletivo de origem. Mas atenção: ao optar pela reserva de vaga em qualquer das categorias mencionadas acima, o candidato concorrerá apenas às vagas reservadas (duas para cada grupo mencionado).
Outra ação afirmativa a ser inaugurada pelo PPGDS é a realização simultânea das provas em várias cidades, principalmente do interior do estado do Pará. Além de Belém (PA), a prova escrita e a prova de língua estrangeira serão aplicadas em Manaus (AM), Bragança (PA), Santarém (PA), Marabá (PA) e Xinguara (PA).
Segundo Claudia López, “o objetivo da ação é facilitar o acesso de candidatos residentes em outras cidades e que tenham dificuldade de viajar para Belém”. López informa, ainda, que as referidas cidades paraenses foram escolhidas por sediarem os principais campi das Universidades Federais do Pará (UFPA), do Oeste do Pará (UFOPA), do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA) e também da Universidade do Estado do Pará (UEPA), onde já existe um grande contingente de possíveis candidatos ao curso. Os candidatos que optarem por fazer as provas em uma dessas cidades também poderão realizar a entrevista por Skype. Após essa primeira experiência, é possível que o PPGDS amplie o número de cidades onde ofertará as provas, priorizando a região amazônica.
Pós-Graduação – O PPGDS é o sétimo curso de pós-graduação do Museu Paraense Emílio Goeldi. Dois programas foram concebidos e são mantidos exclusivamente pela instituição, o mestrado e doutorado em Biodiversidade e Evolução (PPGBE) e o mestrado em Diversidade Sociocultural (PPGDS), enquanto outros cinco funcionam por meio de parcerias institucionais: os mestrados e doutorados em Zoologia e em Sociologia e Antropologia, em conjunto com a Universidade Federal do Pará (UFPA); o mestrado e doutorado em Botânica Tropical, com a Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA); o mestrado e doutorado em Ciências Ambientais, com a Embrapa Amazônia Oriental e a UFPA; e o doutorado interestadual, multi-institucional e interdisciplinar em Biotecnologia, ofertado com a Rede Bionorte.
Serviço | Seleção para o Mestrado em Diversidade Sociocultural (PPGDS/MPEG)
Consulte o edital, o formulário de inscrição e os demais documentos aqui.
Inscrições: 11 de março a 26 de abril de 2019.
Processo seletivo: 7 de maio a 14 de junho de 2019.
Início das aulas: 12 de agosto de 2019.
Mais informações: Secretaria do Programa de Pós-Graduação em Diversidade Sociocultural, na Coordenação de Ciências Humanas, Campus de Pesquisa do Museu Goeldi (Avenida Perimetral, 1901 – Terra Firme – Belém – Pará – CEP 66077-530).
Horário de funcionamento: segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das 13h às 17h.
Telefone: +55 (91) 3217-6046
E-mail: ppgds@museu-goeldi.br
Website: https://www.museu-goeldi.br