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Museu Goeldi e suas Tecnologias Sociais
Agência Museu Goeldi – Soluções diversas para problemas diversos, como: estimular o envolvimento de estudantes na prática científica na cidade ou em vilas rurais no entorno da floresta; resgatar e compartilhar línguas indígenas em risco de desaparecer; promover trocas de informação entre arqueólogos e ceramistas; estimular o preparo e o consumo de alimentos saudáveis com comunitárias; restaurar matas queimadas com técnicas desenvolvidas em conjunto com comunitários de reservas extrativistas; e estimular o encontro de saberes em processos de curadoria e apoio à criação de artesãos baseado nas coleções científicas. Essas são experiências que o Museu Paraense Emílio Goeldi e seus parceiros irão compartilhar no 1º Encontro de Tecnologia Social da Amazônia, que terá lugar entre os dias 21 e 25 de novembro, em Belém – PA.
O objetivo do 1º encontro (@tsamazonia) é estabelecer um fórum regional de discussões sobre tecnologias sociais e estruturar o Observatório de Tecnologia Social da Amazônia, uma plataforma livre e independente que vai contribuir com os pesquisadores e atores sociais na ampliação do conhecimento e na divulgação científica sobre o assunto, a exemplo do que já vem sendo realizado pelo o Observatório de Tecnologia Social do Museu Goeldi.
Tecnologias Sociais? As tecnologias sociais são consideradas tecnologias reaplicáveis e livres de patentes, que unem conhecimento popular e conhecimento científico em busca de soluções para problemas de grupos vulneráveis. Essas soluções são chamadas de “soluções sociotécnicas”.
As tecnologias podem ser processos, métodos ou produtos cujo objetivo é atender as necessidades e demandas concretas da sociedade. E também são geradoras de transformações sociais e de inovação.
A transformação e a inovação são alguns dos principais elementos inseridos nas quatro dimensões que estabelecem o conceito de Tecnologia Social (TS), de acordo com o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação.
TS no Museu Goeldi – Até este momento, o Museu Goeldi já identificou e registrou nove tecnologias sociais oriundas de suas práticas em parceria com comunidades. Elas foram desenvolvidas ao longo de anos, como resultado das atividades de pesquisa, educação, extensão e comunicação realizadas pela instituição. São soluções para desafios enfrentados nos trabalhos com comunidades de perfis variados.
l Clube do Pesquisador Mirim - Atuante desde 1997, o Clube do Pesquisador Mirim aproxima crianças do 4° ao 9º ano do ensino fundamental e adolescentes do 1º e 2º ano do ensino médio de escolas públicas e privadas da região metropolitana de Belém das pesquisas desenvolvidas no Museu. Os pesquisadores mirins têm a oportunidade de acompanhar as pesquisas e ter contato com as diferentes metodologias científicas.
l Olimpíadas de Ciências de Caxiuanã - As Olimpíadas de Ciências da Floresta Nacional de Caxiuanã promove ações educativas em formato de gincana de ciência, contribuindo para a educação científica e ambiental, esportiva e cultural de estudantes, professores e comunitários de 17 vilas rurais que convivem cotidianamente com a Flona de Caxiuanã, localizada entre dois municípios na Ilha do Marajó – PA, e onde está sediada a Estação Científica Ferreira Penna do Museu Goeldi. As Olimpíadas acontecem anualmente desde 2001.
l Feira de Ciências de Caxiuanã - Com edições anuais, a Feira de Ciências das Escolas da Flona de Caxiuanã estimulam escolares a desenvolver e compartilhar projetos de pesquisas, que são apresentados em eventos interativos entres escolas e vilas. Uma tecnologia social em atividade desde 2001 que mobiliza para a troca entre o conhecimento científico e o saber local das comunidades.
l Dicionário Multimídia de Línguas Indígenas – Proposto pela equipe de Linguística Indígena da Coordenação de Ciências Humanas do Museu Goeldi, o projeto realiza um trabalho de resgate de línguas indígenas. A equipe desenvolve dicionários multimídia acessíveis por computador e um óculos de realidade aumentada, possibilitando o aprendizado na língua aos indígenas e aos não indígenas o conhecimento da riqueza linguística da Amazônia.
l Replicando o Passado – Como resultado da proposta de compartilhar o conhecimento salvaguardado na Reserva Técnica da Arqueologia do Museu Goeldi, o projeto “Replicando o Passado” promove a troca e o compartilhamento de saberes entre arqueólogos e os ceramistas da Vila de Icoaraci, em Belém – PA. Os ceramistas tem a possibilidade de estudar e reproduzir peças originais de diferentes tradições encontradas no Pará e, no processo de produção, os arqueólogos observam e trocam informações sobre a arte do fazer, iluminando pontos sobre a produção milenar desses objetos. A TS oferece ao MPEG uma possibilidade de divulgar seu acervo e aos ceramistas a qualificação de sua produção e geração de renda.
l Gastronomia Inteligente - O projeto de desenvolvimento comunitário é fruto da relação de décadas do Museu Goeldi com comunitárias do bairro da Terra Firme, em Belém – PA. Surgiu como ferramenta para problemas de segurança alimentar, chamando atenção para o potencial nutritivo de alimentos descartados no dia-a-dia. O objetivo do projeto é educar e conscientizar a população sobre o preparo e o consumo de alimentos saudáveis, promovendo oficinas, organizando cardápios, realizando palestras e rodas de conversas sobre alimentação sustentável e criativa.
l Museu de Portas Abertas - Museu Goeldi de Portas Abertas é um projeto que mobiliza toda a comunidade da instituição (pesquisadores, bolsistas, servidores, voluntários e terceirizados) para uma ação em larga escala. Durante quatro dias são realizadas visitas, exposições, palestras, apresentações de trabalho e outras ações nas instalações do Museu Goeldi para atender escolas públicas, estudantes de todos os níveis de ensino e o público mais amplo. É um processo de socialização do conhecimento científico produzido no Museu Goeldi.
l Floresta Social (Restaurando a Mata) - Tecnologia Social que apoia grupos comunitários de reservas extrativistas na Amazônia a restaurar áreas queimadas de floresta com plantio de espécies florestais de valor cultural, social e econômico.
l Espaço Goeldi - Pensado como estímulo ao processo de produção artesanal e artístico baseados nas coleções científicas do Museu Goeldi - MPEG, o Espaço Goeldi promove o encontro de saberes entre cientistas, artesãos, designers e artistas no desenvolvimento de ações de curadoria e apoio à criação de artesanatos, moda, joias, bijuterias, postais e objetos de arte.
O 1º Encontro de Tecnologia Social da Amazônia é uma realização do Museu Goeldi, Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia, Instituto Mamirauá, Universidade Federal Rural da Amazônia, Universidade Federal do Pará, Instituto Peabiru, Fiocruz, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, como apoio do Governo do Pará, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq e Fundação Banco do Brasil.
O evento terá lugar no Auditório Paulo Cavalcante, no Campus de Pesquisa do Museu Goeldi, na Avenida Perimetral, no período de 21 a 25 de novembro.
Saiba mais, participe do evento ou acompanhe pelas mídias sociais do MPEG (Instagram, Facebook, Twitter, Youtube, TikTok e Behance).
Texto: Denise Salomão e Joice Santos
SERVIÇO - 1º Encontro de Tecnologias Sociais da Amazônia.
DATAS: 21 a 25 de novembro de 2023
HORÁRIO: 8h às 17h45
LOCAL: Campus de Pesquisa do Museu Goeldi - Av. Perimetral, 1901 – Terra Firme – Belém.
Inscrições pelo link : https://www.even3.com.br/1-encontro-de-tecnologia-social-da-amazonia-etsamazonia-377888/
PROGRAMAÇÃO ETSA
Pré-evento: 21/11/23 (terça-feira)
Visita técnica: Tecnologia social e inclusão na ilha do Combu
Horário: 08h00 às 12h00
Local de partida/chegada: Terminal Fluvial Turístico na Praça Princesa Isabel (Belém/PA)
Vagas: 50 participantes inscritos.
DIA 1: 22/11/23 (quarta-feira)
Credenciamento
Horário: 8h00 às 17h00
Mesa de abertura
Horário: 8h30 às 9h45
Local: Auditório Paulo Cavalcante
Componentes: Coordenação do Evento: Dra. Vania Neu (UFRA), Associação Brasileira de Ensino, Pesquisa e Extensão em Tecnologia Social - ABEPETS: Dra. Denise Machado Duran Gutierrez, Fundação Banco do Brasil - FBB: Kleytton Guimarães Morais, Prefeitura Municipal de Belém: Pref. Edmilson Rodrigues (a confirmar), Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas - FAPESPA: Dr. Marcel do Nascimento Botelho, Secretaria de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social - SEDES/MCTI: Inácio Arruda (a confirmar), Vice-Diretor e Coordenador de Pesquisa e Pós-Graduação do Museu Goeldi: Dr. João Ubiratan Moreira dos Santos.
Mesa Temática 1: Tecnologia social em empreendimentos solidários na Amazônia
Horário: 10h00 às 12h00
Local: Auditório Paulo Cavalcante
Mediador: Armando Lirio de Souza (UFPA)
Palestrantes: Adebaro Alves dos Reis (Professor do IFPA), Eiler Silva Oliveira (Fórum Paraense de Economia Popular e Solidária), Igina Mota Sales (Projeto do MOCAMBO/PA e Rede de Empreendedoras/es Negras/os do Estado do Pará), Joana Darc Gomes Vieira (Diretora de Venda e Comércio da Cooperativa Agrícola D'Irituia) e Robert Paula Gouveia (Departamento de Parcerias da Secretaria Nacional de Economia Popular e Solidária do Ministério do Trabalho).
Mesa temática 2: Tecnologia social e gestão ambiental na Amazônia
Horário: 14h00 às 15h45
Local: Auditório Paulo Cavalcante
Mediadora: Regina Oliveira da Silva (Museu Paraense Emílio Goeldi - MPEG)
Palestrantes: Katiuscia Miranda (Instituto Internacional de Educação do Brasil - IEB), George Henrique Rebelo (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA), Glenn H. Shepard Jr. (Museu Paraense Emílio Goeldi - MPEG) e Regina Oliveira da Silva (Museu Paraense Emílio Goeldi - MPEG).
Mesa temática 3: Tecnologia social aplicada ao saneamento
Horário: 16h00 às 18h00
Local: Auditório Paulo Cavalcante
Mediadora: Vania Neu (UFRA)
Palestrantes: Renata de Faria Rocha Furigo (ONDAS), Cezarina Maria Nobre Souza (IFPA), Mary Bahia (Agente Comunitária de Saúde na Ilhas das Onças), e Vitor Santana (Coordenador-Geral do Programa Cisternas/MDS).
Sessões de apresentação de trabalhos
Horário: 16h00 às 18h00
DIA 2: 23/11/23 (quinta-feira)
Sessão de lançamento de publicações sobre tecnologia social na Amazônia
Horário: 08h00 às 09h45
Local: Auditório Paulo Cavalcante
Coordenação: Regina Oliveira da Silva (MPEG)
Sessões de apresentação de trabalhos
Horário: 08h00 às 09h45
Oficina: Metodologia de Análise das Tecnologias Sociais – Aplicação do SATECS a experiências de tecnologia social na Amazônia.
Horário: 08h00 às 09h45
Local: Sala 37 – Prédio COCHS
Instrutor: Luiz Otavio Alencar (Instituto de Tecnologia Social – ITS)
Vagas: 15
Mesa temática 4: Desenvolvimento Rural Sustentável e Cadeias Produtivas da Sociobiodiversidade
Horário: 10h00 às 12h00
Local: Auditório Paulo Cavalcante
Mediadora: Dávila Corrêa (Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá)
Palestrantes: Ana Alice Oliveira de Britto (ASPROC - Associação dos Produtores Rurais de Carauari), Francisco Darcio Falcão (APAFE/APRU), Flora Bittencourt Lima (Instituto Peabiru), Dayvid Souza Santos (Coordenador-Geral de Tecnologia Social e Economia Solidária/SEDES-MCTI – a confirmar) e Leonardo Queiroz Correia (Coordenador-Geral de Gestão Ambiental Rural/MMA).
Mesa Temática 5: Tecnologia social e políticas públicas na Amazônia
Horário: 14h00 às 15h45
Local: Auditório Paulo Cavalcante
Mediador: Ronaldo Lopes Rodrigues Mendes (UFPA)
Palestrantes: Diana Rodrigues (UNAMA), Thamiris Cardoso Teixeira (Associação de Moradores e Produtores Quilombolas do Abacatal-Sítio Bom Jesus – AMPQUA), Fabrício Érick de Araújo (FBB), Marcel do Nascimento Botelho (FAPESPA) e Sônia da Costa (MCTI).
Mesa Temática 6: Tecnologia social para segurança alimentar e nutricional
Horário: 16h00 às 18h00
Local: Auditório Paulo Cavalcante
Mediadora: Ruth Helena Cristo Almeida (UFRA)
Palestrantes: Suezilde da Conceição Amaral Ribeiro (IFPA), Laura Abreu (EMBRAPA), Nazaré Reis (Rede Bragantina de Economia Solidária – PA), Wagner Ragi Curi Filho (UFOP) e Ana Maria Placidino (MDA).
DIA 3: 24/11/23 (sexta-feira)
Sessões de apresentação de trabalhos
Horário: 08h00 às 09h45
Oficina: Metodologia de Análise das Tecnologias Sociais - O uso do SATECS como ferramenta para a promoção do desenvolvimento social.
Horário: 08h00 às 09h45
Local: Auditório Paulo Cavalcante
Instrutor: Luiz Otavio Alencar (Instituto de Tecnologia Social – ITS)
Vagas: 100
Mesa Temática 7: Disseminação de experiências de tecnologia social e promoção de reaplicações
Horário: 10h00 às 12h00
Local: Auditório Paulo Cavalcante
Mediadora: Zorilda Gomes de Araújo (Fiocruz)
Palestrantes: Helena Lima (MPEG) e Hidelmar de Jesus Almeida (ceramista e consultor de instrução) da TS Replicando o Passado; Thiara Fernandes (Instituto Peabiru) e Paula Amanda da Conceição Ferreira (produtora rural familiar) da TS Bioinsumos Agrícolas; Silvio Levy Franco Araújo (Embrapa) e Abraão Braga de Jesus de Souza (Cooperativa dos Agricultores Familiares de Marituba- COOPMARITUBA) da TS do Sistema de tratamento de esgoto, por meio da fossa séptica biodigestora e Jardim filtrante; e Márcia de Padua Bastos Tagore (SEDAP).
Mesa Temática 8: Avanços e desafios do campo da tecnologia social
Horário: 14h00 às 16h00
Local: Auditório Paulo Cavalcante
Mediadora: Denise Machado Duran Gutierrez (INPA)
Palestrantes: Renato Dagnino (Unicamp), Carolina Bagattolli (UFPR) e Felipe Addor (UFRJ).
Reunião da Coordenação Norte da Associação Brasileira de Ensino, Pesquisa e Extensão em Tecnologia Social (ABEPETS)
Horário: 16h15 às 18h00
Local: Auditório
Coordenadora: Denise Machado Duran Gutierrez (INPA), Vice-coordenadora Norte da ABEPETS. Participação: Wagner Ragi Curi Filho (UFOP), Coordenador-Geral da ABEPETS.
Pós-evento: 25/11/23 (sábado)
Visita técnica e oficina “Replicando o passado: socialização do acervo arqueológico do Museu Goeldi pelo artesanato cerâmico de Icoaraci”
Saída do portão do Campus da UFRA: 8h00
Chegada ao Ateliê Marivaldo Arte Cerâmica: 08h50
Oficina: 09h00 às 11h30
Retorno ao Campus da UFRA: 12h00
Vagas: 20 participantes inscritos