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Museu Goeldi divulga os pesquisadores mirins de 2018
Agência Museu Goeldi – O Museu Paraense Emílio Goeldi divulgou, hoje (09), a lista dos aprovados no processo seletivo para o Clube do Pesquisador Mirim, projeto do Serviço de Educação e Extensão Cultural da instituição. O documento com a relação dos selecionados pode ser conferido online. No total, foram aprovados 103 alunos de escolas públicas e privadas de Belém, alocados nos quatro grupos de estudos ofertados, neste ano, pelo projeto. As aulas iniciam na semana do próximo dia 17 e se estendem ao longo do ano.
O principal objetivo do Clube é estimular nas crianças o interesse pela ciência, utilizando como base as pesquisas elaboradas pelo Museu Goeldi. “Mas existem muitos outros objetivos, como auxiliá-las em sua formação profissional. Quando saem daqui e vão fazer vestibular, por exemplo, dizem que o projeto facilitou na escolha do curso de graduação”, conta o biólogo e educador Luiz Videira, coordenador do projeto.
“Além disso, o Clube estimula o pensamento crítico sobre o que acontece no mundo, sendo importante também para a formação pessoal e para as relações sociais, como o respeito pelo próximo e à cidadania”, acrescenta o educador. As atividades lúdicas e educativas são feitas de forma dinâmica e começa pela familiarização dos alunos com a instituição, ao mostrar os espaços do Parque Zoobotânico, as histórias do Museu e as pesquisas desenvolvidas pela unidade de pesquisa que tem mais de 150 anos de fundação.
Produtos – Desde sua criação, em 1997, o Clube do Pesquisador Mirim tem estimulado crianças e jovens a produzir conhecimento científico. Deste modo, ao final de cada curso, são apresentados produtos elaborados pelos alunos, sob a supervisão de instrutores.
Em 2017, o projeto desenvolveu cinco produtos: dois jogos educativos, dois kits educativos e um livro de contos e poemas. Os trabalhos foram apresentados em evento realizado no auditório Alexandre Rodrigues Ferreira, no último mês de março.
O jogo de damas “Ambiente em alerta” foi elaborado pelo grupo “Pesquisando e conhecendo a Amazônia I”, a partir de estudos realizados na exposição “Transformações: Amazônia e o Antropoceno”. É composto por um tabuleiro, 12 pinos representando seres humanos, 12 pinos representando elementos da natureza e 24 cartelas informativas. O objetivo é sensibilizar os participantes a respeito das relações entre o ser humano e a natureza.
O mesmo grupo de estudo criou o jogo de trilha intitulado “Correndo contra a destruição”, um tabuleiro ilustrado que contém um dado, 10 cartelas informativas e 4 pinos. O tabuleiro chama a atenção pelas imagens de devastação da natureza.
O kit “Alerta Amazônico” é composto por um painel em formato de árvore, desenvolvido pelo grupo “Pesquisando e conhecendo a Amazônia II” e também baseado na exposição “Transformações: a Amazônia e o Antropoceno”. As peças em formato de frutos amazônicos, fixadas no painel por tração magnética, podem ser retiradas e trazem no verso informações sobre alguns dos problemas ambientais mais recorrentes na região.
Já o kit “Fósseis amazônicos” foi desenvolvido pelo grupo “Fósseis da Amazônia” e é constituído de réplicas de resina de fósseis, que ficam cobertas por areia, simbolizando um sítio arqueológico. Ao desenterrar uma peça, o participante busca as informações sobre a réplica expostas no painel.
Recheada de poemas, desenhos e historinhas, a cartilha “ A natureza em letras: contos e poemas” foi desenvolvida pelo grupo “Arte e Ciência no Museu Goeldi”. Dezoito poemas, 18 desenhos e três contos do imaginário popular fazem parte da obra. Os textos e as imagens foram feitos a partir das pesquisas sobre a fauna e a flora do Parque Zoobotânico.
Metodologias – O coordenador do projeto faz uma importante observação sobre os resultados do projeto. Para Luiz Videira, os produtos apresentados pelos alunos mostram apenas o final, mas não o meio. Ele conta que, “os processos utilizados para se chegar até aqui também merecem ser visibilizados. É quando os alunos aprendem não apenas sobre conhecimento científico, mas a trabalhar em equipe”.
No decorrer das atividades, os alunos aprendem desde histórias da instituição às pesquisas realizadas por ela. Os primeiros passos do trabalho consistem no ensino de estratégias para descobertas, como leituras na biblioteca, observação em campo e visitas ao Parque e às exposições. O instrutor também convida especialistas para conversar com os alunos e providencia o planejamento gráfico do material que será enviado à fabricação.
O projeto tem revelado crianças sensibilizadas com a importância de preservar e conservar ambientes, seres vivos e patrimônios. Além disso, tem-se observado uma mudança comportamental em seu cotidiano. “Estou em dúvida se quero ser veterinária ou zoologista. Mas quero trabalhar com os animais. Pretendo continuar no projeto, estagiar e seguir uma profissão relacionada ao Museu”, declara a estudante Sarah Luz, de 12 anos, que fez parte do grupo “Pesquisando e conhecendo a Amazônia I” no ano de 2017.
Para Simone Luz, mãe da menina Sarah, o projeto ajudou a estudante a perder a timidez e a ganhar mais interesse pela ciência e informação. “Hoje ela está mais dedicada e ama a ciência. Já disse que pretende montar uma clínica veterinária ou um ´petshop´ e está produzindo fábulas sobre animais. Vejo que o Museu Goeldi também possibilita às crianças a vontade de empreender”, diz Simone.
Expectativas – Em 2018, o Clube do Pesquisador Mirim vai trabalhar com os grupos de estudos “Biodiversidade amazônica”, “Amazônia: histórias e memórias”, “Arte e ciência no Museu” e “saberes amazônicos”. “As minhas expectativas são as melhores possíveis, mesmo que estejamos com problemas, como falta de materiais e de um espaço adequado para as atividades. O mais importante é ver o interesse da garotada e a mobilização das famílias. O restante vai fluir bem”, declara Luiz Videira, entusiasmado.
Em caso de dúvidas sobre a não aprovação de algum candidato, o solicitante deverá comunicar ao Serviço de Educação do Museu Goeldi, por escrito, em um prazo de até 5 dias. A revisão e considerações serão discutidas pela equipe de avaliadores do processo seletivo.
Texto: Hojo Rodrigues.