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Museu Goeldi completa 155 anos nesta quarta
Agência Museu Goeldi - Ao completar 155 anos nesta quarta, 6, o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) anuncia as principais novidades até o final do ano. A primeira é o plano de reabertura do Parque Zoobotânico ao público em geral, previsto para a primeira quinzena de dezembro, quando os(as) visitantes poderão conhecer os novos recintos de aves e o Centro de Exposições Eduardo Galvão, entre outras atrações.
Com recursos obtidos junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por meio de financiamento coletivo e de penas ambientais, os novos recintos de aves abrigam 35 espécies, geralmente encaminhadas ao Parque Zoobotânico por órgãos ambientais após apreensões decorrentes de casos de maus-tratos, caça, comércio ilegal e desmatamento.
Já o novo Centro de Exposições Eduardo Galvão foi um projeto arquitetônico desenvolvido pelo escritório do conhecido arquiteto Jorge Derenji, também responsável pela reforma do Aquário Jacques Huber. Com área de 1.800 metros quadrados, o novo centro foi projetado com sistema de captação de água da chuva para usos essenciais do prédio, acessibilidade e uso racional de energia. Abrigará uma exposição de longa duração sobre “Diversidades Amazônicas” e também exposições temporárias como a “Replicando o Passado”. Contará com um Café e um Mirante para que o público possa observar a vegetação e as copas das grandes árvores, um mini auditório com capacidade de 58 pessoas, reserva técnica com quarentena para acervos que serão expostos, oficina para suporte das exposições e sala para equipe de museografia. Sua fachada é adornada por Jardim Vertical em diálogo com o paisagismo da coleção florística do Parque Zoobotânico. Os recursos da construção e da montagem das exposições foram integralmente destinados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).
Com a abertura do novo espaço, o público poderá conhecer a iniciativa “Amazônia – Do poente à aurora”, uma realização dos projetos Mantis, Documenting Threatened Species (DOTS), ECO 360º e Coteca Science Branding, em parceria com o Museu Goeldi e com o financiamento da The National Geographic Society.
O projeto alia um componente de pesquisa, sob a coordenação dos pesquisadores do MPEG e colaboradores da National Geographic, Pedro Peloso, Silvia Pavan e Leo Lanna, e outro de storytelling, coordenado por Marina Angeli, Lycas Fiat e Daniel Venturini. Seus primeiros resultados envolvem a apresentação de dados e ângulos da natureza amazônica ao entardecer, noite e alvorecer na Floresta Nacional de Caxiuanã e poderão ser vistos na nova exposição “Diversidades Amazônicas”, no Centro de Exposições Eduardo Galvão.
Interação com a natureza - Ainda em comemoração aos 155 anos, o Museu Goeldi lança no dia 28 deste mês, por meio da programação do Museu de Portas Abertas, outro projeto que envolve uma experiência diferenciada com a natureza.
A expectativa é que, com a reabertura do parque ao público em geral, prevista para dezembro, as interações virtuais possam ser combinadas durante a própria visitação.
Plataforma de divulgação científica coordenada pelo antropólogo Glenn Shepard Jr., com o patrocínio do Instituto Serrapilheira, a “Floresta Sensível” envolve uma visita virtual de 360º, game e o Festival gastronômico Sabores e Saberes. A ideia é proporcionar uma visita interativa e imersiva ao parque, especialmente no entorno de 12 plantas amazônicas, cruzando dados científicos e os saberes acumulados pelos povos indígenas e tradicionais.
Em sua primeira etapa, o foco do projeto está nas plantas Samaúma, Aninga, Pau mulato, Cipó-alho, Manacá e Cacau.
Museu Goeldi - O Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) é uma instituição de pesquisa vinculada ao MCTI. É um centro pioneiro nos estudos científicos dos sistemas naturais e socioculturais da Amazônia, bem como na divulgação de conhecimento, organização e manutenção de acervos de referência mundial relacionados à região. Investiga a floresta amazônica, aglutinando dados das Ciências Humanas, Biológicas, Sociais e da Terra. É um dos maiores, mais antigos, populares museus brasileiros e estimula a apreciação, apropriação e uso do conhecimento científico.
Instituição de pesquisa fundada em 1866 na cidade de Belém (PA), onde mantém seu campus de pesquisa e o primeiro parque zoobotânico do país, bem como o mais antigo aquário público nacional, o Museu Goeldi também conta com uma estação científica localizada na Floresta Nacional de Caxiuanã, no Marajó (PA), que funciona como um laboratório avançado sobre o funcionamento das florestas tropicais.
O Goeldi coordena o Instituto Nacional de Pesquisa do Pantanal, no Mato Grosso, a Rede de Núcleos de Inovação Tecnológica da Amazônia Oriental e o Programa de Pesquisa em Biodiversidade da Amazônia Oriental.
A sesquicentenária instituição lidera investigações sobre a biodiversidade amazônica e, apenas no século 21, junto com seus parceiros, já apresentou mais de 657 espécies novas da fauna, flora e fungos. As pesquisas são municiadas e alimentam 19 coleções científicas principais, que se subdividem em mais de 40 sub-coleções, integradas por mais de 4,5 milhões de itens tombados.
Atualmente, o MPEG oferta para a comunidade sete cursos de pós-graduação, sendo cinco em parceria, que contam com o apoio das coleções científicas, bibliográficas, documentais e de laboratórios, como o de Microscopia Eletrônica de Varredura, Química Analítica, Biologia Molecular, Arqueologia Amazônica e Análise e Documentação Linguística.
A base física mais antiga da instituição é o Parque Zoobotânico, instalado em 1895. O parque abriga hoje quase 3 mil espécimes de árvores de grande, médio e pequeno porte, arbustos e cipós, além de 2.472 espécimes de mamíferos, aves e répteis e cerca de 200 espécimes de peixes. Em seu circuito, os visitantes encontram espécies ameaçadas de extinção e também 14 edificações históricas, entre prédios e monumentos.