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Museu Goeldi atua em conjunto com pesquisadores do Pantanal
Agência Museu Goeldi - Desde 2013, o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) conta com o Campus Avançado do Pantanal em sua estrutura administrativa. A inclusão do Campus - localizado em Cuiabá (MT) - na estrutura do MPEG é uma estratégia para consolidar o futuro Instituto Nacional de Pesquisas do Pantanal (INPP).
O Campus Avançado funciona em área cedida pela Universidade Federal de Mato Grosso ( UFMT ) e agrega ações em andamento de instituições como a Universidade do Estado de Mato Grosso ( Unemat ), Universidade Federal de Mato Grosso do Sul ( UFMS ) e o Centro de Pesquisa do Pantanal ( CPP ). Junta ainda a atuação de redes de pesquisa como a Rede Bionorte , a Rede Pró Centro-Oeste e o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Áreas Úmidas ( INAU ).
O Campus Avançado do Goeldi/INPP já articula ações que aproximam pesquisadores com atuação no Pantanal e na Amazônia. Uma dessas ações aconteceu na última sexta-feira (06), em Belém (PA), com a palestra "O papel funcional e bioprocessos de endófitos”, conduzida pelo professor de Ciências Biológicas da UFMT, Dr. Marcos Soares . Após a palestra, os pesquisadores presentes discutiram a criação de uma Rede de Pesquisa em Microbiologia de Solos de Áreas Úmidas, coordenada pela UFMT e o MPEG.
Rede de Pesquisa – A futura Rede de Pesquisa em Microbiologia de Solos de Áreas Úmidas terá à frente o Dr. Marcos Soares e a Dra. Lourdes Ruivo (MPEG), que também fazem parte do grupo gestor do Campus Avançado do Museu Goeldi no Pantanal/INPP. A rede é pensada para aproximar pesquisadores dos biomas amazônico e pantaneiro e contribuir para a consolidação do INPP. Outro objetivo do grupo é ter como resultados publicações científicas, assim como bioprodutos e bioprocessos.
De acordo com o Dr. Marcos, o trabalho em rede facilita ações de pesquisa, foca na interdisciplinaridade e destaca a autonomia intelectual dos pesquisadores das regiões norte e centro-oeste. “Essa parceria é importante, sobretudo para pesquisadores das duas regiões, que têm muito ‘material’ para pesquisa, mas nem sempre a infraestrutura adequada, se comparadas com o sudeste”, pondera.
Além do MPEG e da UFMT, participaram da reunião que discutiu a criação da rede pesquisadores de outras instituições, como a Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), Universidade do Estado do Amapá (UEAP) e o Instituto Federal do Amapá (IFAP). Os participantes iniciaram um trabalho de levantamento de competências e possibilidades com o objetivo de compartilhar estrutura e, principalmente, experiências.
Palestra – Antes da reunião, os presentes assistiram à palestra "O papel funcional e bioprocessos de endófitos”, e puderam debater sobre as relações possíveis entre as pesquisas desenvolvidas pelo Dr. Marcos Soares e sua equipe e as pesquisas desenvolvidas pelo Museu Goeldi na região amazônica.
A pesquisadora do Goeldi, Dra. Cristine Amarante , por exemplo, ficou curiosa sobre o papel que os endofíticos podem desempenhar em espécies regionalmente abundantes, como a aninga (Montrichardia linifera), estudada por ela.
“Alguns exemplos apresentados na palestra relacionam a presença de endófitos com o sucesso de espécies ‘agressivas’ no ambiente. Não conheço análises endofíticas sobre a aninga, que é uma planta presente em grandes quantidades nos rios da região. Ela é muito usada na medicina natural e é inclusive objeto de patente do Museu Goeldi”, destaca Cristine.
Endófitos são, em geral, bactérias ou fungos que habitam plantas hospedeiras e provocam fenômenos como a maior resistência dessas plantas a doenças, contaminações químicas e até mesmo predadores. Por isso, o entendimento das interações entre endófitos, hospedeiros e o ambiente pode levar à geração de produtos e processos biotecnológicos, com aplicação na agricultura e conservação da biodiversidade, por exemplo.
Texto: Uriel Pinho