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Museu de Portas Abertas no Campus de Pesquisa: um convite ao conhecimento
Agência Museu Goeldi – Imagine conversar pessoalmente com cientistas que estão em plena atividade na Amazônia, saber mais sobre seus trabalhos e ainda poder visitar acervos preciosos que costumam se manter restritos à comunidade acadêmica? Essa é a oportunidade oferecida pelo Museu Paraense Emílio Goeldi, por meio do projeto Museu de Portas Abertas, que será realizado nesta quarta (23) e quinta (24), no Campus de Pesquisa da instituição, localizado no bairro da Terra Firme. Em amplo calendário pela popularização da ciência, a programação integra a 16ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), maior evento de popularização da ciência no Brasil.
Desenvolvido pelo Serviço de Educação do MPEG, a ação ocorre ao longo de todo o dia, de 9h às 16h30, sendo aberta a grupos de estudantes e público em geral, previamente inscritos. O projeto, que já é uma tradição na instituição, propõe ampliar o conhecimento sobre a região mais biodiversa do planeta e riqueza sociocultural inestimável, incentivando e divulgando as atividades acadêmicas produzidas na própria Amazônia. Entre os parceiros do projeto, estão o Ponto de Memória do bairro da Terra Firme , o Coletivo Jovem de Meio Ambiente , Bio’ Generalista e Grupo de Estudos de Artrópodes da Amazônia (GEAA) .
O Museu de Portas Abertas também é realizado no Parque Zoobotânico da instituição, chegando à sua 34ª edição este ano . E, desde 2014, o projeto também conta com uma opção itinerante, em que pesquisadores, bolsistas, pós-graduandos e parceiros levam exposições, dinâmicas e conhecimento para escolas públicas e particulares. As instituições interessadas podem fazer solicitação por e-mail: hquadros@museu-goeldi.br .
Programação – No Campus de Pesquisa, o público poderá conferir estudos de todas as áreas de conhecimento do Museu Goeldi: ciências Humanas, Naturais e da Terra. Haverá exposições, visitas guiadas em laboratórios e acervos científicos, palestras e jogos educativos. É o caso da exposição sobre insetos e aracnídeos que ocorrem na Amazônia. Por meio dela, o público poderá conhecer mais sobre os métodos de coleta e as formas de conservação nas coleções de Entomologia e Aracnologia. Os visitantes ainda terão a chance de conhecer a capacidade de insetos aquáticos amazônicos em indicar a riqueza das águas. Haverá destaque para as formigas, tema da mostra sobre o ciclo de vida, importância e conservação desses artrópodes. Para os interessados em mamíferos, será organizada uma exposição ilustrativa da diversidade desses animais na região, utilizando itens da coleção de Mastozoologia.
Imperdível a experiência no "Cantinho do arqueólogo", que simula uma escavação arqueológica para exibir as várias etapas e procedimentos que englobam o trabalho minucioso destes profissionais. Já o projeto "Replicando o passado" exibirá réplicas artesanais de peças do acervo arqueológico da instituição e a Coleção Etnográfica Curt Nimunedajú estará disponível para receber os curiosos em objetos seculares oriundos de povos tradicionais da Amazônia brasileira, por exemplo. Haverá ainda palestras a respeito da diversidade de línguas indígenas no Brasil e os riscos de desaparecerem.
Aos visitantes mais afeitos à área de Botânica, a programação é uma das mais extensas. No Laboratório de Biotecnologia de Propágulos e Mudas (LBPM) e Herbário MG estão montadas três exposições, que abordam temas como o benefício de microrganismos no desenvolvimento de plantas, a importância científica do herbário e as maneiras de utilizar as sementes para ornamentação. Já o Laboratório Adolpho Ducke (LAD) traz ao público informações sobre óleos essências, orquídeas e outras plantas. Também realiza dinâmicas mentais, como jogos da memória, e olfativas, nas quais os participantes poderão sentir o aroma de óleos ou tentar adivinhar pelo odor os nomes de plantas.
No Laboratório de Micologia, a diversidade e estrutura de fungos serão colocados em evidencia. O público poderá analisar junto com pesquisadores a influência desses eucarióticos na alimentação humana e para a ecologia. Enquanto isso, o Laboratório de Ecologia expõe as diferentes formas de uso da terra e a importância das atividades de manejo para a conservação da biodiversidade. Na parte da anatomia vegetal, pesquisadores explicarão os diferentes tecidos e células que formam as vegetações. Para ajudar a compreender melhor o cotidiano de um laboratório de pesquisa na área, será feito também um resumo do trabalho realizado no local. Já as plantas alimentícias, medicinais e artesanais da Amazônia serão o foco de estudiosos da etnobotânica.
Mostras de acervos do Arquivo Guilherme De La Penha e demonstrações das práticas de gestão e documentação também serão exibidas aos visitantes. E a Biblioteca Domingos Soares Ferreira Penna apresentará os seus produtos e serviços.
A geodiversidade da ilha de Caratateua e a macrodrenagem da bacia do Una serão o foco da atividade produzida pelo Laboratório de Palinologia e Paleoecologia da Amazônia, enquanto que o Laboratório Multiusuário de Análises Químicas realiza visita guiada pelas suas instalações, fazendo uma síntese das pesquisas desenvolvidas no local. Haverá também a exposição de banners com informações gerais sobre a Paleontologia e sua aplicação no desenvolvimento social. Ainda para os interessados na área, será possível saber mais sobre os diferentes tipos, cores e texturas dos solos da Amazônia. Já temas como a importância e diversidade das abelhas, insetos indutores de tumores em plantas e biologia das formigas serão tratados pelos membros do Laboratório de Morfologia e Ecologia Funcional de Formigas.
Criado em 1997, o Programa de Estudos Costeiros (PEC) participa da programação oferecendo ao público conhecimentos produzidos os sistemas naturais e a diversidade sociocultural das zonas costeira e marinha que se estende do rio Oiapoque, no Amapá, até a Ilha de São Marcos, no Maranhão. Ainda será feita a apresentação do projeto Recursos Naturais e Antropologia das Sociedades Marítimas, Ribeirinhas e Estuarinas da Amazônia (Renas) e sua importância para o estudo das populações tradicionais nas diversas áreas do conhecimento.
Já o Núcleo de Inovação e Transferência de Tecnologia (NITT) fará a exposição de banners com assuntos que variam entre equipamentos para captura de insetos da família culicidae, construção de painéis ecológicos com fibra do caroço do açaí, histomoldes para inclusão de material biológico em resina sintética e o uso de compostos com extratos e óleos essências do gênero Montrichardia como larvicida e repelente.
Informações mais detalhadas sobre horários e locais podem ser vistas aqui .
Texto: Karolina Pavão
Serviço | Museu de Portas Abertas 2019 – Campus de Pesquisa
Data: 23 e 24 de outubro.
Hora: 9h às 16h30
Local: Campus de Pesquisa do Museu Goeldi - Av. Perimetral, 1901 – Terra Firme – Belém.
Inscrições: hquadros@museu-goeldi.br / 98028-7281 (Helena Quadros)