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Já é Primavera no Goeldi
A primavera chega mais cedo no Museu Emilio Goeldi. No dia 23 de setembro, no Sul global, começa a estação mais colorida do ano e o Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM) convoca todos os museus a celebrarem esse momento com a “Primavera dos Museus”, evento que já está na décima sétima edição e anualmente apresenta temáticas contundentes. Este ano, intitulada de “memórias e democracia: pessoas LGBT+, indígenas e quilombolas” a Primavera vai ocorrer nas cinco regiões brasileiras. No Museu Paraense Emilio Goeldi (MPEG) a programação festiva vai poder ser acompanhada de pertinho no período entre 19 a 23 de setembro.
No primeiro dia de evento, dia 19 de setembro, o Parque Zoobotânico do Museu será declarado como terra indígena, o que para o coordenador da Museologia do MPEG Emanoel Fernandes é uma simbologia importante para trazer a instituição centenária para o protagonismo dos debates contemporâneos que envolvem a democratização dos espaços, dos corpos, da ciência e da Amazônia e da Museologia. O Goeldi, segundo o museólogo, precisa ultrapassar os muros colonialistas e protagonizar debates, como os que estão ancorados no evento deste ano.
Descentralizar os encontros e apoiar iniciativas faz parte da democratização pensada na temática da Primavera dos Museus. Para o coordenador Emanoel Fernandes é preciso permitir que haja um fluxo de informação com quem já é um ponto de memória e, para ele, são muitos apresentados na próxima semana. Por isso, a programação foi pensada para ocorrer em alguns pontos dentro e fora do Museu: no Parque Zoobotânico, no Campus de Pesquisa da Perimetral, no Bar da Ângela no bairro do Guamá, e no barracão comunitário da Comunidade Quilombola Santa Maria de Itacoã-Miri, município do Acará.
Lugar de encontro e memórias afetivas da população paraense, o Museu pretende aflorar os sentimentos de pertencimento de quem passar pelo evento. O Goeldi é este lugar que se abre e “faz do espaço da cidade seu campo”, diz Emanoel Fernandes. As trilhas, pontos de memórias e rodas de conversa prometem envolver os visitantes em união e reconstrução, ouvindo e mediando diálogos sobre diversidade.
É a primeira vez que a Primavera de Museus traz para a centralidade das discussões a memória social da comunidade LGBT+. Desta maneira, a programação vai destacar rodas de conversa sobre a epidemia da AIDS/HIV durante os anos 1980 e 1990 e o aumento expressivo da doença entre a população mais jovem. Além disso, haverá homenagem a Professora Dra. Helena Quadros do Museu Goeldi, vítima de Covid-19 durante o auge da pandemia, que fazia um trabalho de educação e sensibilidade no bairro da Terra Firme. Outro ponto de memória será o encontro com a comunidade quilombola no Acará. Emanoel conta que “a ideia é que iniciem essas atividades com a Primavera, mas frutifique nos próximos sete meses”, quando chega a Belém a exposição em parceria com o Museu da Língua Portuguesa: “Nhe'ẽ Porã: Memória e Transformação”.
Confere aqui a programação!
Programação do Museu Goeldi na 17ª Primavera dos Museus
19/09
10h às 12h
ABERTURA - Conferência de abertura e proclamação simbólica
do Parque Zoobotânico como Terra Indígena.
Local: Centro de Exposições Eduardo Galvão do Parque Zoobotânico
15h às 16h
Abertura da Exposição “A Amazônia, uma floresta virgem?”
Local: Hall da Biblioteca Clara Galvão
(Visita guiada mediante a agendamento por e-mail: nuvop@museu-goeldi.br)
20/09
18h30 às 20h30
Seminário webinário “E agora somos Pontos de Memória”
Local: Plataforma Virtual
20/09 a 21/09
09h às 15h
Trilha Afro-Amazônica “África, presente!”
Local: Parque Zoobotânico
(Visita guiada mediante a agendamento por e-mail: nuvop@museu-goeldi.br)
21/09 a 24/09
09h às 16h
Exposição e venda de produtos indígenas
Local: Parque Zoobotânico
21/09
09h às 16h
Exposição do acervo do Clube do Pesquisador Mirim/MPEG
e da Coleção Didática “Emília Snethlage”
Local: Escola Monsenhor Noronha Alcindo
21/09
09h
Trilha Indígena “Vivência indígena: caminhos para a ancestralidade
Local: Parque Zoobotânico
(Visita guiada mediante a agendamento por e-mail: nuvop@museu-goeldi.br)
10h
Mesa Redonda “A importância das populações tradicionais para a preservação dos ecossistemas Amazônicos”.
Local: Escola Monsenhor Noronha
22/09
09h às 12h
Roda de Conversa “Terra Firme e a diversidade: representações LGBT+ no bairro”.
Local: Campus de Pesquisa do Museu Paraense Emílio Goeldi (Av. Perimetral, 1901)
18h às 20h
Roda de conversa “Fervo também é luta: lugares de memória LGBT+ em Belém do Pará”
Local: Bar da Ângela (Rua Barão de Igarapé Miri, 659 – Guamá)
22/09
15h às 17h
Oficina Ponto de Memória Terra Firme “Terra Firma convida: oficina afro-amazônica”
Local: Campus de Pesquisa do Museu Paraense Emílio Goeldi (Av. Perimetral, 1901)
23/09
09h às 14h
Encontro de Pontos de Memória do Baixo Acará
Local: Comunidade Quilombola Santa Maria de Itacoã-Miri (Acará)
23/09
09h às 14h
Exposição de Kits Educativos do Clube do Pesquisador Mirim/MPEG
Local: Comunidade Quilombola Santa Maria de Itacoã-Miri (Acará)
24/09
9h às 12h
Domingo é dia de Ciência
Local: Parque Zoobotânico