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Inscrições abertas para o XVI Congresso Internacional de Etnobiologia
Agência Museu Goeldi – Os direitos dos povos indígenas e populações tradicionais e o uso sustentável da biodiversidade estarão em destaque, em Belém, no período de 7 a 10 de agosto de 2018. Denominado “Belém+30”, o maior evento na área vai reunir o XVI Congresso da Sociedade Internacional de Etnobiologia, o XII Simpósio Brasileiro de Etnobiologia e Etnoecologia e a I Feira Mundial de Sociobiodiversidade, no Hangar Centro de Convenções da Amazônia. Realizado pelo Museu Goeldi, UFPA e FADESP, o evento é promovido pela Sociedade Internacional de Etnobiologia (ISE) e Sociedade Brasileira de Etnobiologia e Etnoecologia (SBEE).
O Belém+30 deve reunir participantes de todos os continentes, incluindo pesquisadores, líderes e representantes de povos indígenas e comunidades tradicionais, ONGs e agências de governos, além de estudantes de diferentes níveis de formação. Os membros das duas sociedades participantes incluem profissionais de todas as áreas do conhecimento, sobretudo antropólogos, arqueólogos, linguistas, biólogos e ecólogos, representando diversas abordagens teóricas e metodológicas.
No grande encontro entre povos indígenas, populações tradicionais, pesquisadores e a população em geral, os participantes vão socializar os avanços científicos, éticos e jurídicos, ao longo das últimas três décadas, relacionados ao conhecimento ecológico tradicional dos povos indígenas. O evento também vai debater e alertar sobre as grandes ameaças à sociobiodiversidade do planeta.
Inscrições – Submissões individuais (apresentações orais, pôsteres, filmes, performances) seguem até o dia 15 de abril de 2018. Não é necessário fazer a inscrição para submeter propostas. As submissões devem ser feitas no site do evento. As inscrições também já estão abertas e os que se inscreverem até 30 de abril têm desconto.
Programação – Em quatro dias de evento, o público poderá participar de palestras com diversos especialistas e lideranças indígenas, como o cacique Raoni, da etnia Caiapó. Também serão realizadas sessões acadêmicas organizadas em torno dos eixos temáticos do evento que são: Conhecimentos tradicionais associados à biodiversidade: aspectos jurídicos, éticos e econômicos; Mudanças globais: percepções e ações locais; Sociobiodiversidade e segurança alimentar; Ecologia histórica e a ontologia de paisagens; Medicina tradicional, cosmologia e biodiversidade; Manejo e conservação da biodiversidade: diálogos de saberes e experiências.
A programação inclui também mesas de trabalho, sessão de pôsteres e minicursos. Além disso, também será realizada a I Feira Mundial de Sociobiodiversidade, uma extensa programação cultural com a participação de povos e comunidades tradicionais, e exposição no Museu Emílio Goeldi sobre o legado do antropólogo Darell Posey, pioneiro na etnobiologia no Brasil e na organização do primeiro congresso em 1988. No pré-evento, de 4 a 6 de agosto, estão previstas visitas a diversas comunidades tradicionais no entorno de Belém.
Congresso da Sociedade Internacional de Etnobiologia – 30 anos após a primeira edição, ocorrida em 1998, o Congresso da Sociedade Internacional de Etnobiologia voltará à Belém. No primeiro evento, foi elaborada a Declaração de Belém por pesquisadores das ciências sociais e naturais, ambientalistas e representantes indígenas de 25 países, que se encontraram para discutir interesses comuns. Na época, os especialistas debateram os estudos sobre as formas como os povos indígenas e os camponeses percebem, usam e gerenciam os recursos naturais de maneira única, além do desenvolvimento de programas sobre a conservação da diversidade biológica e cultural.
Os etnobiólogos relataram, na Declaração de Belém, as principais precupações da época, incluindo o desaparecimento de florestas tropicais e outros ecossistemas, a ameaça de extinção de diversas espécies de plantas e animais e, ainda, a perturbação e destruição de culturas indígenas ao redor do mundo. O documento reconheceu a conexão entre a diversidade biológica e cultural, destacando o papel fundamental dos povos indígenas e comunidades tradicionais para a conservação ambiental do planeta e chamando atenção para os processos mútuos de ameaça aos povos tradicionais, suas culturas e aos territórios onde eles habitam física e simbolicamente. O congresso, também resultou na criação da Sociedade Internacional de Etnobiologia que, desde então, a cada dois anos, promove eventos mundiais em diferentes países, como China, Índia, Peru, Canadá, França, Butão e Uganda.
Em 2018, com o tema central "Belém +30. Os direitos dos povos indígenas e populações tradicionais e o uso sustentável da biodiversidade três décadas após a Declaração de Belém”, o XVI Congresso da Sociedade Internacional de Etnobiologia vai comemorar os 30 anos da ISE e, principalmente, refletir sobre as repercussões da Declaração de Belém, três décadas depois.
Para a organização, trazer o evento mundial de volta a cidade de origem, Belém (PA), garante maior acesso e divulgação da produção científica sobre a Amazônia, ampliando as possibilidades de intercâmbio, socialização e diálogo sobre os conhecimentos, métodos e maneiras de desenvolver pesquisa, em parceria com povos indígenas e outras comunidades tradicionais do mundo, além dos centros de pesquisa internacionais.
Serviço | Belém+30 – XVI Congresso da Sociedade Internacional de Etnobiologia; XII Simpósio Brasileiro de Etnobiologia e Etnoecologia e I Feira Mundial de Sociobiodiversidade.
Data: 7 a 10 de agosto de 2018.
Local: Hangar Centro de Convenções da Amazônia | Belém (PA).
Submissões de trabalhos individuais até 15 de abril.
Inscrições com desconto até 30 de abril.
Mais informações no site do evento.