Notícias
Informatizando dados sobre a biodiversidade
Agência Museu Goeldi –
Nessa terça-feira (4), representantes do Museu Nacional, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia e Fundação Oswaldo Cruz visitaram o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) para conhecer o processo de digitalização das suas coleções biológicas. O Museu Goeldi é uma das instituições que mais contribui com o Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira – SiBBr. Até agora, o Goeldi já digitalizou mais de 200 mil dados e até o início de 2016 a meta é triplicar esse número. Em breve, esses dados estarão acessíveis tanto no Portal MPEG como no Sistema. O SiBBr é uma plataforma online lançada em 2014 pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
O pesquisador Cleverson Santos, zoólogo e coordenador do projeto "Coleções Científicas Biológicas do Museu Paraense Emílio Goeldi: informatização e participação no Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira - SiBBr", explicou aos visitantes todas as etapas do processo. Cleverson coordena a ação de 32 bolsistas que tratam e organizam as informações taxonômicas das 18 coleções e 50 sub-coleções científicas biológicas do Goeldi.
No universo das coleções biológicas do Museu Goeldi, o acervo entomológico é um dos mais desafiadores pela quantidade, pois atualmente conserva cerca de 2 milhões de espécimes, um número que cresce em ritmo exponencial. Digitalizar os dados de Entomologia foi um ponto de interesse de todos os visitantes. “A coleção do IOC (Instituto Oswaldo Cruz) é centenária e tem milhões de exemplares. São materiais em ficha, etiquetas, livros tombo, então harmonizar essas diferentes realidades em um mesmo acervo e informatizá-las é um grande desafio”, diz Arion Túlio Aranda, curador substituto da Coleção de Simulídeos do IOC e representante da Fiocruz.
Da coleção científica para a web –
A informatização do acervo entomológico do Museu Goeldi é feita individualmente, exemplar por exemplar. Os bolsistas do projeto manuseiam cuidadosamente o espécime, que pode medir milímetros, e fotografam as etiquetas, que contém informações da taxonomia e localização da coleta. A imagem e os dados são inseridas em um banco de dados e gerenciadas por um software livre e gratuito que reúne e ordena esse conteúdo, o Specify.
Todo o processo foi acompanhado de perto pelos visitantes institucionais na coleção entomológica do MPEG. Para a entomóloga Dra. Cátia Mello Patiu, observar a experiência de digitalização desenvolvida pelo Goeldi foi um bom caminho para iniciar um processo semelhante na coleção do Museu Nacional. “Vir até aqui e ter uma explicação de todo o processo com a aplicação prática de pessoas que conhecem o programa (Specify) foi uma maneira de me ajudar a pensar caminhos para que a digitalização do nosso acervo seja possível”, disse.
SiBBr –
Além do sítio sobre coleções na página do MPEG, o destino final do conjunto desses conhecimentos digitalizados será o Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira – SiBBr. Plataforma online desenvolvida pelo MCTI em parceria com mais de 90 instituições científicas e outros órgãos nacionais e internacionais, entre eles o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), Ministério do Meio Ambiente (MMA), Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZUSP), Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (MN) e WCMC-UNEP. A plataforma integra informações sobre a biodiversidade e ecossistemas brasileiros para o acesso público e gratuito.
Texto: João Cunha