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Goeldi promove oficina de biojóias como parte de projeto de valorização dos idosos
Agência Museu Goeldi - A oficina “Bijuterias com sementes da Amazônia” integra a programação da 14ª Semana Nacional de Museus e faz parte do projeto “Potencialização e valorização do saber do idoso: uma proposta socioeducativa para a terceira idade”, realizado e idealizado pela educadora Filomena Secco, do Serviço de Educação e Extensão do Museu Goeldi, e pela fisioterapeuta Izabel Videira, da Fundação Papa João XXIII.
A ação consiste na produção de bijuterias por meio da utilização de materiais naturais e de origem vegetal, como sementes, cascas, cocos, fibras e outros. As peças podem ser uma fonte de renda alternativa, mas o principal objetivo projeto é aumentar a autoestima dos idosos participantes.
Biojóias – A proposta da oficina é apresentar as diversas possibilidades de utilização das sementes que são matéria prima das bijuterias regionais. O primeiro momento foi destinado a uma palestra introdutória sobre as diversas plantas e sementes que serão utilizadas nas confecções, ressaltando a utilidade desse material. A oficina terá continuidade na próxima terça-feira (24), quando os participantes da terceira idade colocarão em prática o conteúdo que aprenderam na palestra.
Processo - Até serem transformadas em produtos finais, as sementes passam por vários processos. Primeiro elas são separadas - já que sementes quebradas não podem ser aproveitadas nesse tipo de confecção -, são levadas à estufa e depois são furadas e tingidas. Mas o que é e para que serve essa estufa? Filomena Secco explica: “É para tirar a água que tem dentro delas. A secagem é um processo muito importante das sementes, porque evita que microrganismos as ataquem”. A estufa é construída com uma caixa de madeira e lâmpadas e possibilita uma secagem diferente da simples exposição ao sol por atingir o interior da semente.
Após a produção, as biojóias serão expostas em eventos e escolas e os participantes poderão levar para casa: “nós vamos ter algumas amostras que vão ficar aqui no Museu, para nossa exposição, que é o produto do nosso trabalho”, explica Filomena. Essa é uma das possibilidades de valorização do idoso que o projeto propõe, já que, de acordo com Izabel, “quando eles saem daqui do Museu e o neto de um deles diz ‘meu avô, você sabe disso? Você vai se apresentar no teatro?’, ele se sente valorizado”.
Valorização - O “Potencialização e Valorização do Saber do Idoso” vai além da oficina de biojóias. São ministradas palestras, sessões de vídeos, jogos educativos e dinamização de cartilhas, assim como outras atividades lúdicas e terapêuticas, como o teatro. “Como eu sou terapeuta, procurei uma atividade que desenvolvesse a memória, agilidade, coordenação motora e a socialização e vi que o teatro se encaixava nisso aí. É totalmente laboratorial, os temas sempre são relacionados ao idoso na sociedade, à mulher”, conta Izabel.
Maria Isabel tem 77 anos - 11 de projeto - e conta que já participou de diversas oficinas: “dessas oficinas aprendemos muita coisa que servem para o nosso dia-a-dia e pra aumentar o nosso conhecimento. Aprendemos como fazer velas perfumadas, como fazer sabonetes, até rede a gente já aprendeu a fazer! Eu faço para aprender, é uma terapia excelente e serve como estímulo para a memória”. Filomena também menciona que a apresentação do que é produzido no projeto ajuda no reconhecimento dos saberes dos idosos, já que “geralmente a gente deixa o nome delas em cada produção, aí nós vamos apresentar o produto dessas oficinas, não só de sementes, mas também a oficina de grafismo em cuia, de embalagens, de cerâmica, para o público”, comenta.
Texto: Juliana Araújo