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Evento internacional debate inovação tecnológica na Amazônia
Agência Museu Goeldi – Aplicar o conhecimento científico na melhoria da qualidade da vida das pessoas é um grande desafio para os cientistas. Com o tema Transformando conhecimento científico em soluções, começa nesta quinta-feira (17), no Hangar – Centro de Convenções Amazônia, a terceira edição do Encontro Internacional de Inovação e Transferência de Tecnologia da Amazônia (EITT Amazônia). Organizado pela Redenamor, o evento integra a programação da Feira do Empreendedor, realizada pelo SEBRAE-PA.
“O evento representa uma das mais significativas atividades da Redenamor e já contou com a participação de países como Israel, Reino Unido e Portugal. Neste ano, empresas multinacionais da área de cosméticos estão participando pela primeira vez”, antecipa Amílcar Mendes, coordenador de Planejamento e Acompanhamento do Museu Goeldi.
Programação – A programação do encontro vai até o dia 19 e inclui palestras, mesas redondas, oficina e minicurso, além de um bate-papo com cientistas sobre seus projetos de inovação. A oficina Desafio Tecnológico – Setor de Biocosméticos abre a programação no dia 17 e é voltada apenas para empresários, comunidades e pesquisadores do setor.
O segundo dia começa com a discussão sobre o marco legal de inovação do Brasil, tema da palestra com Luiz Antônio Barreto de Castro, consultor técnico da BIOTEC-Amazônia. Além disso, ainda estão previstas nesse dia mesas sobre empreendedorismo e financiamento a negócios de base tecnológica, experiências em inovação e transferência de tecnologia e os desafios para a transferência de tecnologia no Brasil.
No último dia do encontro será realizado um minicurso (voltado apenas para convidados), no qual será discutido, entre outros pontos, o papel dos Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs) no processo de transferência de tecnologia. O evento encerra com um bate-papo com cientistas que vão apresentar suas tecnologias, uma oportunidade para aproximar empresários, empreendedores e pesquisadores de instituições de ensino e pesquisa. Ao todo, foram selecionados oito projetos da Redenamor, que já possuem ou estão solicitando patente, levando em consideração dois critérios: a sustentabilidade e a viabilidade de transferência das tecnologias para micros e pequenas empresas.
A programação completa já está disponível. Confira!
Avanços – A Amazônia historicamente se mostra como produtora de matéria-prima que se transforma em produtos industrializados em outras partes do país, mantendo um ciclo desvantajoso social e economicamente para a região. Amílcar Mendes explica que iniciativas como a da Redenamor têm o papel de reverter essa lógica.
“O principal avanço é a aproximação em formato de parceria, em que as comunidades fornecedoras de matéria-prima são vistas como elo indispensável da cadeia do desenvolvimento sustentável. Neste sentido, o Brasil avançou e as empresas, assim como as instituições de ciência e tecnologia, têm como desafio a implementação dos marcos legais da inovação e da biodiversidade. No III EITT Amazônia, o desafio tecnológico proposto se reveste de fundamental importância por ser um laboratório presencial, onde os principais atores vão se encontrar e dialogar no sentido de elencar possibilidades para a construção de um caminho, cujo jogo seja o ganha-ganha, em que todos se beneficiem de forma justa, dentro do que preconiza o Marco Legal da Inovação e o Marco Legal da Biodiversidade”, argumenta Mendes.
Redenamor – Essa cadeia de Núcleos de Inovação Tecnológica da Amazônia Oriental foi criada em 2010 e tem o propósito de difundir conhecimentos sobre boas práticas de gestão da inovação e métodos de proteção do conhecimento, propriedade intelectual e transferência de tecnologia, além de gerenciar recursos.
Ao longo de sua trajetória, podem ser identificadas várias contribuições para o processo de aplicação do saber científico em ações que garantam a solução de problemas cotidianos da sociedade. Foram realizados pelo menos 200 cursos de capacitação sobre propriedade intelectual e transferência de tecnologia, além do curso de lato sensu, promovido em parceria entre Museu Goeldi e IFPA, com reconhecimento pela Capes, resultando na formação de 26 especialistas que hoje atuam no mercado.
Amilcar Mendes conta que também foi possível, por meio da Redenamor, “o fortalecimento do ecossistema de inovação regional, o que propiciou a implementação de cinco pontos focais do Mestrado Profissional em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para Inovação (PROFNIT), sendo três no Pará, um no Tocantins e um no Amapá”.
A Redenamor é formada por pesquisadores de dez instituições científicas do Pará, Tocantins e Amapá. Além do Museu Goeldi, que coordena a rede, também compartilham dessa iniciativa a Universidade Federal do Pará (UFPA); a Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA); a Universidade Federal do Sul e Sudeste do Estado do Pará (UNIFESSPA); a Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA); a Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA); a Universidade do Estado do Pará (UEPA); a Embrapa Amazônia Oriental; o Centro Universitário do Estado do Pará (CESUPA); a Fundação Universidade Federal do Tocantins (UFT); a Fundação Universidade do Tocantins (UNITINS); e a Universidade Federal do Amapá (UNIFAP).
Texto: Erika Morhy
Serviço | III Encontro Internacional de Inovação e Transferência de Tecnologia da Amazônia
Tema: Transformando conhecimento científico em soluções.
Data: 17 a 19 de maio de 2018.
Local: Hangar - Centro de Convenções da Amazônia (Belém/PA).