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Evento discute restauração florestal e conservação da biodiversidade na Amazônia
Agência Museu Goeldi - Ao lado da luta contra o desmatamento ilegal, a recuperação florestal da Amazônia é uma questão urgente. Dos cerca de 40% de área de floresta da Amazônia Legal perdida nos últimos 30 anos, nem 1% foi restaurado. Ainda assim, muitas experiências de restauração na região se resumem a iniciativas pontuais com projetos em pequena escala, e necessitam de adequação da legislação às peculiaridades da Amazônia.
Para promover a discussão sobre o assunto e de formar uma rede em prol da restauração florestal no maior bioma do Brasil, o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), a Embrapa Amazônia Oriental, a Hydro e a Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA/Campus Paragominas) promovem o “Workshop de Restauração Florestal, Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade na Amazônia”, que ocorre no período de 14 a 16 de março em Paragominas (PA).
A proposta é reunir pesquisadores, estudantes, líderes locais, produtores rurais, comunidades tradicionais, empresas de mineração e florestais, gestores públicos e organizações do terceiro setor a fim de reforçar as reflexões sobre ações de restauração e facilitar trocas de experiências entre ações já existentes.
O evento contará com palestras sobre restauração florestal e sessões temáticas sobre restauração em áreas mineradas, áreas agrícolas e áreas protegidas, que oferecerão um painel diverso de experiências bem sucedidas. Ainda durante o evento serão formados grupos de trabalho sobre os temas de gestão e legislação, tecnologias de difusão, pesquisa e organização de uma rede para restauração e promoção de serviços ambientais. Ao final da programação, serão realizadas visitas técnicas a áreas agrícolas e à área da mina de bauxita da Hydro em Paragominas, onde os participantes terão contato com diferentes técnicas de restauração florestal.
Rede de pesquisa – O objetivo principal do encontro é construir uma rede que unirá cientistas de múltiplas especialidades (ciências humanas, naturais e setor tecnológico), agentes da sociedade civil e do poder público que unirão esforços para implementar ações diferenciadas com base científica sólida, para a restauração florestal na Amazônia. Segundo Marlúcia Martins, pesquisadora do Museu Goeldi e coordenadora do workshop, a rede é o primeiro passo. “A motivação de quem irá ao evento é a mesma: todos querem a restauração. Então, o objetivo é atingir esse interesse comum em uma realização coletiva e buscar esse ganho de escala”, ressalta a pesquisadora.
Ela completa que eventos como esse são fundamentais para agregar conhecimento às iniciativas já existentes. “Há um clamor pela restauração [das florestas] vindo de vários setores da sociedade, além das demandas de adequação à legislação vigente, e às necessidades das pessoas, que perdem qualidade de vida e serviços ambientais fornecidos pela floresta amazônica, a qual precisa ser garantida através da restauração”, conclui Marlúcia.
Serviço – Workshop de Restauração Florestal, Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade na Amazônia. De 14 a 16 de março em Paragominas (PA), no Campus da UFRA em Paragominas.
Texto: Paola Caracciolo (ASCOM do evento)