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Especialistas se reúnem no Museu Goeldi e debatem a riqueza das Coleções Científicas
Agência Museu Goeldi – Ao ouvir falar de uma coleção, geralmente pensamos num conjunto de objetos que são preciosos para alguém. Seja por sua raridade, seja pelo valor afetivo de suas peças. No caso das coleções científicas, o maior tesouro são as informações. Seu foco é não apenas preservar objetos, espécimes e documentos, mas gerar dados para pesquisas e garantir que o conhecimento circule no presente e no futuro. É para falar dessas coleções que, de 7 a 11 de novembro, pesquisadores de vários lugares do Brasil estarão reunidos para o Simpósio “Coleções Científicas e a Construção do Conhecimento”, realizado no Campus de Pesquisa do Museu Goeldi em Belém (PA).
As inscrições gratuitas estão sendo feitas online e estão abertas para todos os interessados. As vagas são limitadas. Para se inscrever no simpósio, clique aqui. Os inscritos no simpósio também podem fazer, separadamente, inscrição nos workshops do evento clicando aqui.
O Simpósio vai debater como as coleções científicas atuam na salvaguarda da herança natural e sociocultural do planeta e também como servem de base para a construção do conhecimento, seja na pesquisa básica ou na inovação. Sem falar no seu uso por outras comunidades além dos cientistas: em processos culturais e identitários, em exposições e atividades de divulgação, no auxílio à formulação de políticas públicas, na gestão ambiental e territorial e nas tomadas de decisão acerca da diversidade biológica ou sociocultural.
A organização do Simpósio é do Museu Goeldi em colaboração com o Museu de Astronomia e Ciências Afins – MAST (RJ), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA (AM) e Instituto Nacional do Semiárido - INSA (PB). O coordenador geral é o pesquisador do Museu Goeldi Cleverson Rannieri Santos. A Comissão Executiva é composta por pesquisadores de seis instituições.
Simpósio - O evento, de caráter nacional, contará com 02 conferências, 10 mesas redondas e 03 workshops técnicos sobre conservação, segurança e gestão de dados e acervos, abordando áreas tão variadas quanto as Engenharias, a Etnografia, a Linguística, a Arqueologia, os Arquivos, a Saúde, e diferentes áreas da Biologia e da Inovação. Haverá ainda uma exposição sobre as coleções de algumas das mais importantes instituições científicas do Brasil: o Museu Paraense Emílio Goeldi, o Instituto Nacional do Semiárido, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, o Museu Nacional do Rio de Janeiro e a Fundação Oswaldo Cruz.
No simpósio, estarão presentes representantes de museus, centros de pesquisa, universidades, pesquisadores indígenas e instituições que possuem os maiores acervos de fauna e flora do país, além de importantes acervos arquivísticos, com papel importante na pesquisa e inovação sobre biodiversidade e conhecimentos socioculturais.
Coleções - Uma coleção científica é um acervo que registra qualquer tipo de item com finalidade de estuda-lo cientificamente. Esses itens podem ser naturais, bióticos (como plantas, animais...) e abióticos (como os minerais), e também socioculturais (como peças artísticas e históricas) e arquivísticos (como fotos e documentos). Esses registros são devidamente tratados, conservados e documentados, de acordo com procedimentos e normas específicas a cada tipo de coleção. O objetivo é garantir a integridade, segurança e acessibilidade de forma perene a cada peça, registro ou testemunho.
Cleverson Santos explica que uma coleção científica “serve com uma fonte básica para os mais diversos tipos de pesquisas, sejam elas primárias, como para levantamentos de fauna ou flora, ou até mesmo de inovação quando utilizada para indústria farmacêutica por exemplo. Nestas coleções encontramos os mais diversos tipos de dados que podem compor relatórios, estudos, artigos e outros documentos que sirvam desde a formação de recursos humanos até orientar políticas públicas”.
Museu Goeldi - O Museu Goeldi, sede do Simpósio “Coleções Científicas e a Construção do Conhecimento”, é uma importante instituição científica de referência, detentora de grandes coleções no Brasil. São 19 coleções científicas com foco na Amazônia, englobando diferentes áreas do conhecimento nas Ciências Naturais e Humanas, e que possuem mais de 4,5 milhões de itens tombados, resultado de um trabalho de coleta e pesquisa que se iniciou no século XIX e continua no presente, agregando novas tecnologias e metodologias de análise e compartilhamento com diferentes públicos.
“Estes acervos não são meramente depósitos de informação, são extremamente dinâmicos e englobam um processo: o de transformar e construir conhecimentos. Assim, são importantes não somente para a conservação, desenvolvimento e uso adequado de recursos na Amazônia, mas para o futuro de toda a humanidade” aponta Cleverson Rannieri.
Texto: Uriel Pinho
Edição: Joice Santos
Programação Simpósio “Coleções Científicas e a Construção do Conhecimento”, de 07 a 11 de novembro de 2022
Campus de Pesquisa – Av. Perimetral, 1901, Terra Firme - Belém
WORKSHOPS
07 a 09/11 – 09h00-18h00
Workshop 1 – SPECIFY: GERENCIAMENTO E PUBLICAÇÃO DE DADOS DE COLEÇÕES BIOLÓGICAS
Realização: Sociedade Brasileira de Zoologia/Sistema Global de Informação sobre Biodiversidade: Capacite Enhancement Support Programme - CESP2021
Ministrantes: Rui Figueira (UL, Portugal), Cleverson Santos (Museu Paraense Emílio Goeldi)
Apoio: Dan Jonathan Teixeira (Museu Paraense Emílio Goeldi) e Daiane Aviz (Museu Paraense Emílio Goeldi)
Local: Sala 11
07 e 08/11 – 09h00-18h00
Workshop 2 – DOCUMENTAÇÃO MUSEOLÓGICA PARA OBJETOS HISTÓRICOS DE C&T
Ministrante: Claudia Penha dos Santos (Museu de Astronomia e Ciências Afins)
Local: Sala 07
07 e 08/11 – 09h00-18h00
Workshop 3 – AVALIAÇÃO DE RISCOS EM AMBIENTES DE COLEÇÕES DE C&T
Ministrante: Antônio Carlos de Oliveira (Museu de Astronomia e Ciências Afins)
Local: Sala 10
EXPOSIÇÕES INSTITUCIONAIS (09 e 10/11)
Local: Tenda expositiva em frente ao Centro de Pós-Graduação
Museu Paraense Emílio Goeldi
Instituto Nacional do Semi-Árido
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
Museu Nacional do Rio de Janeiro
Fundação Oswaldo Cruz
CONFERÊNCIAS E MESAS-REDONDAS
Local: Auditório Paulo Cavalcante
08 de Novembro – Terça-feira
16h00-16h30 - Solenidade de Abertura
16h30-18h00 - Conferência de Abertura
O protagonismo dos dados na ciência contemporânea: o papel da curadoria de objetos digitais de pesquisa
Luis Fernando Sayão (Comissão Nacional de Energia Nuclear)
09 de Novembro – Quarta-feira
09h00-10h30
Mesa-redonda 1: Coleções científicas nas áreas de ciências exatas e engenharias: o papel das universidades, dos museus e dos institutos de pesquisa
Coordenação: Cristiano Martins (Universidade Federal do Pará)
Palestras:
As Coleções Científicas e a Construção do Conhecimento - Márcio Ferreira Rangel (Museu de Astronomia e Ciências Afins)
Museus universitários de ciências exatas e engenharias: entre o valor afetivo, o risco institucional e os controles externos - Emanuela Sousa Ribeiro (Universidade Federal de Pernambuco)
Coleções científicas musealizadas: dados e reflexões - Rose Moreira de Miranda (Instituto Brasileiro de Museus)
11h00-12h30
Mesa-redonda 2: Coleções etnográficas: desafios e novas propostas
Coordenação: Lúcia Hussak van Velthem (Museu Paraense Emílio Goeldi)
Palestras:
Coleções digitais na reconstrução do acervo do Museu Nacional: desafios e oportunidades - Renata Curcio Valente (Museu Nacional- UFRJ)
Coleções etnográficas, patrimônios plurais: desafios e propostas - Lúcia Hussak van Velthem (Museu Paraense Emílio Goeldi)
Coleções etnográficas no Brasil: do mapeamento à acessibilidade - Adriana Russi Tavares de Mello (Universidade Federal Fluminense)
14h30-16h00
Mesa-redonda 3: Documentação linguística: relevância para a ciência e para a sociedade
Coordenação: Ana Vilacy Galúcio (Museu Paraense Emílio Goeldi)
Palestras:
Pesquisa e documentação de línguas e culturas indígenas: a experiência ProgDoc - Chang Whan (Museu do índio/Funai)
Documentos etnolinguísticos antigos e atuais, e questões de acesso - Hein van der Voort (Museu Paraense Emílio Goeldi)
Perspectivas indígenas a respeito de coleções científicas - André Jaboti (Djeomitxi –Secretaria do Estado da Educação - RO)
16h30-18h00
Mesa-redonda 4: Gestão e socialização de acervos arqueológicos
Coordenação: Helena Lima (Museu Paraense Emílio Goeldi)
Palestras:
Perspectivas da Curadoria Arqueológica para Políticas de Gerenciamento de Coleções - Daiane Pereira (Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá)
Coleções arqueológicas: papel na produção de conhecimentos e valorização do patrimônio cultural - Carla Gibertoni Carneiro (Museu de Arqueologia e Etnologia - USP)
Recomendações do Fórum de Acervos Arqueológicos - Meliam Viganó Gaspar (Museu da Amazônia / Sociedade de Arqueologia Brasileira)
10 de Novembro – Quinta-feira
09h00-10h30
Mesa-redonda 5: Fundos arquivísticos de cientistas e instituições científicas: uso e preservação
Coordenação: Márcio Augusto Freitas de Meira (Museu Paraense Emílio Goeldi)
Palestras:
Fundos arquivísticos e preservação da memória da C&T: desafios e perspectivas - Roberto Muniz Barretto (Associação dos Servidores do CNPq)
Insumos para uma política de preservação de arquivos de C&T - Maria Celina de Mello e Silva (Museu Imperial)
Subsídios para um programa nacional de preservação da memória da ciência no Brasil - Nelson Rodrigues Sanjad (Museu Paraense Emílio Goeldi)
11h00-12h30
Mesa-redonda 6: Coleções biológicas e Saúde: história, planejamento e perspectivas
Coordenação: Magali Romero Sá (Instituto Oswaldo Cruz /Fiocruz)
Palestras:
Planejamento estratégico em Coleções Biológicas: abordagem multidimensional do Patrimônio Científico - Marcelo Pelajo Machado (Instituto Oswaldo Cruz /Fiocruz)
Integração na gestão e curadoria de coleções biológicas: desafios e oportunidades para preservação do patrimônio científico e cultural em saúde pública - Arion Tulio Aranda (Instituto Oswaldo Cruz /Fiocruz)
Preservação Digital dos acervos biológicos: um olhar a partir do conceito de "Digital Extended Specimen" - Paloma Helena Fernandes Shimabukuro (Insituto René Rachou/Fiocruz)
14h30-16h00
Mesa-redonda 7: Gestão de dados de pesquisa e acervos biológicos
Coordenação: Pedro Lage Viana (Museu Paraense Emílio Goeldi)
Palestras:
Ferramentas de Apoio à Gestão de Dados de Pesquisa - Luana Farias Sales Marques (Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia)
Projeto Reflora: contexto histórico, gestão de dados e políticas públicas - Fabiana Luiza Ranzato Filardi (Jardim Botânico do Rio de Janeiro)
Da etiqueta à publicação: o processo de informatização de dados e uma gestão institucional integrada - Cleverson Rannieri Meira dos Santos (Museu Paraense Emílio Goeldi)
16h30-18h00
Mesa-redonda 8: Coleções Biológicas Científicas: diretrizes, regulamentação e gestão nacional
Coordenação: Alexandre Bragio Bonaldo (Museu Paraense Emílio Goeldi)
Apresentação: Proposta para elaboração de uma política nacional de Coleções Biológicas Científicas - Luciane Marinoni (Universidade Federal do Paraná /Sociedade Brasileira de Zoologia)
Participantes: Luiz Henrique Mourão do Canto Pereira (Coordenação Geral de Ciência para Biodiversidade /MCTI), Cleverson R. M. Santos (Museu Paraense Emílio Goeldi), Cristiana Silveira Serejo (Museu Nacional- UFRJ), Lucia Helena Rapp Py-Daniel (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), Marcelo Pelajo Machado (Instituto Oswaldo Cruz /Fiocruz), André Luís de Gasper (Rede Brasileira de Herbários/ Univ. Blumenau)
11 de Novembro – Sexta-feira
09h00-10h30
Mesa-redonda 9: Coleções científicas e seu papel na Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação
Coordenação: Ana Lúcia da Costa Prudente (Museu Paraense Emílio Goeldi)
Palestras:
Importância e contribuições de Coleções Biológicas para a Pesquisa e Inovação sobre a Biodiversidade Amazônica - Fernanda de Pinho Werneck (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia)
Conservação e uso da Biodiversidade: a legislação nacional de acesso ao patrimônio genético e proteção e acesso ao conhecimento tradicional associado - Thiago Augusto Zeidan Vilela de Araújo (Departamento de Patrimônio Genético /MMA)
Dados de coleções biológicas como insumo para as estatísticas e contas ambientais - Leonardo Lima Bergamini (IBGE)
11h00-12h30
Mesa-redonda 10: Gestão, sistemas e infraestrutura de dados biológicos em rede
Coordenação: Marcos Paulo Alves de Sousa (Museu Paraense Emílio Goeldi)
Palestras:
Rede GBIF e o Nó brasileiro - Keila Elizabeth Macfadem Juarez (Rede Nacional de Ensino e Pesquisa / Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira
Dados e Informações em Biodiversidade - Clara Baringo Fonseca (Rede Nacional de Ensino e Pesquisa / Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira)
Lei 13.123 e Decreto 8.772 com foco no Sistema Nacional de Gestão do Patrimônio Genético e do Conhecimento Tradicional Associado - Nathália Fideles Araujo (Departamento de Patrimônio Genético /MMA)
14h30-16h00 Conferência
Projeto Cesp 2021: Diagnóstico dos acervos zoológicos brasileiros
Luciane Marinoni (Universidade Federal do Paraná /Sociedade Brasileira de Zoologia)
16h00-16h30
Encerramento
Comissão Organizadora
Coordenação Geral
Cleverson Rannieri Meira dos Santos – Museu Paraense Emílio Goeldi
Comissão executiva
Fabiane Rabelo da Costa – Instituto Nacional do Semiárido
Fernanda Werneck – Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
Hein van der Voort – Museu Paraense Emílio Goeldi
Helena Pinto Lima – Museu Paraense Emílio Goeldi
Keila Elizabeth Macfadem Juarez - Rede Nacional de Ensino e Pesquisa / SiBBr
Lucia Helena Rapp Py-Daniel – Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
Lucia Hussak van Velthem – Museu Paraense Emílio Goeldi
Luciane Marinoni – Universidade Federal do Paraná /Sociedade Brasileira de Zoologia
Marcus Granato – Museu de Astronomia e Ciências Afins
Nelson Sanjad – Museu Paraense Emílio Goeldi
Imprensa e divulgação
Serviço de Comunicação Social/MPEG
Exposição
Coordenação de Museologia/MPEG
Apoio técnico
Serviço de Tecnologia da Informação e Comunicação – SETIC
Serviço de Campus de Pesquisa - SECAP
Apoio Administrativo: SAMEL Produções e Eventos