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Embaixadora da Áustria visita o Museu Goeldi
Agência Museu Goeldi - Na tarde da última quinta-feira (10/02), a embaixadora da Áustria no Brasil, Marianne Feldmann, visitou o Museu Goeldi. A intenção da visita foi apresentar um projeto de exposição de peças do antigo Brasilianeum - o museu brasileiro em Viena -, que ficou aberto de 1820 até 1837. “Você imagina a logística de você mandar 150 mil objetos para a Áustria naquela época. Eles passaram até três anos no mar”, comentou a embaixadora.
O acervo austríaco - que inclui indumentárias indígenas, mobília da época e animais taxidermizados - foi coletado por Johann Natterer, um zoólogo que chegou ao Brasil na expedição para o casamento da arquiduquesa Maria Leopoldina da Áustria, que mais tarde se tornaria imperatriz do Brasil. Mineralogista, a imperatriz se interessava muito pela ciência.
A exposição de 150 elementos desta coleção ocorrerá durante 6 meses no Museu de Arte do Rio (MAR), a partir de julho de 2016, com foco na personalidade de Leopoldina e em seu casamento. A proposta da embaixadora é que seja preparado um 2º set para ser exposto no Pará. A dificuldade está no preço do deslocamento das peças: “deslocar as plumas e os animais taxidermizados é um processo muito longo e muito caro”, explica Feldmann. O trajeto de Viena para o Rio totaliza em torno de 1 milhão e meio de reais.
Parcerias - Para a viabilização do projeto, Feldmann sugeriu que os objetos ligados à vida da imperatriz não participem do 2º set. Existe um interesse que peças como um machado de pedra e pau-brasil Tupinambá, objetos dos Munduruku do século 19 - que compõe o acervo - para que a história seja conectada à realidade dos povos indígenas contemporâneos.
Na Áustria, existem muitas peças coletadas no Brasil devido às missões que ocorreram na época da Missão Leopoldina. Muitas estão em uma instituição parceira do Museu Goeldi, o Weltmuseum Wien (Museu Mundial de Viena), atualmente fechada, mas que no ano que vem reabrirá com 12 galerias - uma delas dedicada exclusivamente à fauna, flora e aos povos tradicionais brasileiros.
Feldmann explica que as parcerias com o Brasil são muito bem quistas também para o campo científico na Áustria. “As parcerias entre universidades, entre museus, são sempre interessantes”, diz.
Texto: Juliana Araujo