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Em ato no Museu Goeldi, comunidade científica diz "não ao fim do MCTI
Na manhã desta sexta, pesquisadores, funcionários, estudantes de pós-graduação que compõem a comunidade científica do Pará, se reuniram no Museu Paraense Emílio Goeldi e depois ocuparam por uma hora parte das avenidas Alcindo Cacela e Magalhães Barata, em frente ao Parque Zoobotânico do Goeldi, em São Brás. O ato pacífico, realizado entre as 11h e 12h, fez parte da programação coordenada pela Secretaria Regional Pará da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e pela Associação de Servidores do Museu Goeldi. Representantes do Museu Goeldi e de diversas outras instituições de pesquisa da Amazônia debateram o desmonte do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), após a recente fusão com o Ministério das Comunicações.
O "Debate e Ato em Defesa da Ciência Nacional" começou às 9h da manhã, no Auditório do Parque Zoobotânico do Museu Goeldi, em São Brás. A programação contou com a participação de representantes do MPEG, Secretaria Regional da SBPC, Instituto Evandro Chagas (IEC), Instituto Mamirauá, Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) e Universidade Federal do Pará (UFPA). Ainda esta semana, a comunidade do Museu Goeldi já havia publicado nota onde se posicionou contrária à fusão do MCTI.
Após a mudança realizada nas pastas do governo do presidente da República em exercício, Michel Temer, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) foi incorporado pela pasta denominada Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), dada ao ministro interino Gilberto Kassab.
A fusão já foi tema de debate na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) do Senado Federal e também é motivo de protesto em diversas instituições de pesquisa em todo o Brasil. Vários manifestos e atos vêm sendo realizados contra a fusão ministerial. Os cientistas questionam como a nova pasta pretende dar conta da agenda científica nacional.
No último dia 8, em evento organizado a pedido de Kassab à SBPC, e que reuniu mais de 100 dirigentes de instituições científicas, presidentes de sociedades científicas, reitores e demais representantes da comunidade científica e acadêmica de todo o País, os cientistas brasileiros deixaram patente seu descontentamento com um processo qualificado como drástico e sem diálogo, que finalizou mais de três de décadas de existência do MCTI.
Entidades como a SBPC e Academia Brasileira de Ciências (ABC) já anunciaram que continuarão lutando pelo retorno do MCTI.
Leia o manifesto da comunidade do Museu Goeldi:
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Campanha #FicaMCTI
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Texto: Lázaro Ramos | Foto: Nathália Fonseca