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Começaram as escavações no Forte de Santo Antônio de Gurupá, no Marajó
Agência Museu Goeldi – No dia 1º de julho, pesquisadores, gestores e a sociedade em geral participaram de um evento que celebrou o começo das escavações no Forte de Santo Antônio de Gurupá, no arquipélago do Marajó, estado do Pará. Palestras, mostra audiovisual e apresentações culturais marcaram o início dos trabalhos e permitiram que a população local fosse sensibilizada para a riqueza da história municipal.
Trabalho de pesquisa liderado pela arqueóloga Helena Lima , do Museu Paraense Emílio Goeldi, as escavações do Forte de Gurupá são um marco importante para os estudos arqueológicos e as ações de educação patrimonial desenvolvidos pelo Museu Goeldi, presente no município desde 2013.
Prestes a completar 400 anos, o Forte de Santo Antônio de Gurupá foi construído em 1619 e é resultado da ocupação holandesa na região. A fortificação, tombada pelo patrimônio histórico nacional desde 1963, foi construída sobre um rochedo na confluência do rio Xingu com o delta do rio Amazonas.
Projeto OCA – Criado em 2013, o projeto Origens, Cultura e Ambiente (OCA) une estudos antropológico e arqueológico e centra suas atividades no município marajoara. Com uma população estimada em 32 mil habitantes, Gurupá possui cerca de 50 sítios arqueológicos identificados, um material de grande relevância para a compreensão da ocupação e das transformações históricas da Amazônia. Leia mais .
Helena Lima , pesquisadora do Museu Goeldi e coordenadora do projeto OCA, considera Gurupá um microcosmo da história da Amazônia, e ressalta a importância da preservação patrimonial do lugar, como os sítios pré-coloniais e coloniais, assim como os sítios remanescentes de ocupações mais recentes.
Com apoio da Prefeitura Municipal de Gurupá, os trabalhos arqueológicos do OCA iniciaram na Reserva Ambiental do Jacupi. Vários materiais já foram coletados como cerâmicas, carvões e amostras de solo de diversas épocas. Há vestígios de povos que ali viviam tanto antes da chegada dos europeus à Amazônia quanto em períodos mais recentes, tornando as dezenas de sítios já identificados um material precioso. Os materiais coletados foram trazidos para a Reserva Arqueológica do Museu Goeldi onde se encontram em análise.
O projeto é desenvolvido em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e sua equipe integra pesquisadores do Brasil e dos Estados Unidos. Além das equipes do MPEG e de Gurupá, o OCA conta com especialistas da Universidade Federal do Pará (UFPA), da Universidade de São Paulo (USP), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e Universidade da Flórida (UFL).
Texto: Phillippe Sendas e Uriel Pinho.