Cineclube mobiliza Museu Goeldi e moradores do bairro Terra Firme

Agência Museu Goeldi - Na próxima quinta-feira (12) acontece mais uma edição do cineclube “Museu na Terra Firme” com a exibição do documentário “Estamira” (2006, 115min), produção premiada do diretor Marcos Prado. O filme será exibido às 15h, no auditório Paulo Cavalcante, Campus de Pesquisa do Museu Goeldi, bairro da Terra Firme.

O cineclube “Museu na Terra Firme” é uma parceria entre o Museu Paraense Emílio Goeldi e o Ponto de Memória da Terra Firme, promovida pra discutir a destinação adequada do lixo e a conservação do meio ambiente. A iniciativa tem como ponto de partida o acúmulo de lixo em frente ao Campus de Pesquisa do MPEG.

Desde o início das exibições, representantes do poder público, técnicos, pesquisadores, estudantes e demais moradores da Terra Firme têm tido a oportunidade de se reunir para discutir o problema do lixo e propor soluções para enfrentá-lo, além de chamar a atenção da mídia para o tema.

Resultados - As conclusões mais frequentes das conversas realizadas durante o cineclube são de que o problema deve ser enfrentado de maneira conjunta, tanto pressionando autoridades para que a coleta de lixo seja regular e adaptada às características do bairro (que possui muitas vielas com acesso limitado a caminhões de lixo, por exemplo) quanto sensibilizando os moradores para o destino mais adequado do lixo e usufruto de espaços públicos de maneira mais saudável.

“A direção do Museu Goeldi conseguiu sensibilizar a SESAN (Secretaria Municipal de Saneamento) para que fizesse a limpeza da área. Representantes da SESAN e também da SEMMA (Secretaria Municipal de Meio Ambiente) inclusive participaram do cineclube, além de representantes do projeto Mapa do Lixo. Isso tudo são encaminhamentos positivos que já conseguimos” destaca Helena Quadros, educadora do Museu Goeldi e responsável pelo cineclube.

Helena conta ainda o quanto a mobilização da comunidade do bairro é importante: “Madalena Gama e Maria de Fátima Gama (Fafá), duas lideranças comunitárias, criaram um jardim de plantas medicinais para promover a ocupação do espaço em frente ao Campus de Pesquisa do Museu. Ou seja, a comunidade também abraça o Museu Goeldi”, exemplifica.

Sobre o filme - Trabalhando há cerca de duas décadas em um aterro sanitário, situado em Jardim Gramacho, no Rio de Janeiro, Estamira Gomes de Sousa é uma mulher de 63 anos, que sofre de distúrbios mentais. O local recebe mais de oito mil toneladas de lixo da cidade do Rio de Janeiro, diariamente, e é também sua moradia. Com seu discurso filosófico e poético, em meio a frases, muitas vezes, sem sentido, Estamira analisa questões de interesse global fala também com uma lucidez impressionante e permite que o espectador possa repensar a loucura de cada um, inclusive a dela, moradora e sobrevivente de um lixão.

Texto: Uriel Pinho

Serviço

Cineclube Museu na Terra Firme. Exibição do documentário “Estamira” (2006, 115 min) de Marcos Prado.

Local: Auditório Paulo Cavalcante, Campus de Pesquisa do Museu Goeldi. Av. Perimetral, 1901, Terra Firme – Belém

Horário: 15h

Entrada franca, sem necessidade de inscrição prévia.