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Ciência ribeirinha: vai começar a 4ª edição da Feira de Ciências das Escolas da Flona de Caxiuanã
Agência Museu Goeldi - Misture as experiências cotidianas de crianças ribeirinhas do Marajó ao conhecimento escolar, junte um punhado de curiosidade e bastante sabedoria tradicional. Acrescente uma pitada de metodologia científica e muita vontade de aprender. Essa é a receita que dará o tom da IV Feira de Ciências das Escolas da Floresta Nacional de Caxiuanã, que inicia no dia 22 de junho.
O evento reúne alunos e professores de 11 escolas das comunidades ribeirinhas dos municípios de Portel e Melgaço, localizados no arquipélago do Marajó (PA), na foz do rio Amazonas. Este ano cerca de 700 estudantes são esperados.
Promovida pelo Museu Goeldi em parceria com as secretarias municipais de educação das cidades citadas, a Feira é um espaço de partilha de conhecimentos e exposição de projetos científicos, arte e cultura, feitos por alunos de ensino fundamental, com orientação de seus professores.
Mais que isso, as Feiras anuais despertam o interesse dos alunos ao mundo da ciência, estimulando a produção científica dentro das escolas, valorizando os conhecimentos populares e o contexto das comunidades onde vivem.
Ao final de cada exposição, os trabalhos são avaliados por uma equipe de pesquisadores convidados do Museu Goeldi.
Programação - Este ano, as apresentações começam com os projetos das comunidades de Melgaço (Caxiuanã, Pedreira/Laranjal, Lago do Camuim e Pracupijó). Além da abertura da Feira, no dia 22/06 estão previstas as exposições dos resultados dos projetos “Jornal Vocabulário Antigo”, “Artesanato” e “Teatro Seres da Floresta”. Já no dia 23/06 será a vez da apresentação do projeto “Roçado Sustentável”.
A partir do dia 25/06 as apresentação se iniciam nas escolas das comunidades de Portel (São Sebastião, Santo Antônio, São Tomé, Santa Maria, Santo Amaro e Pracajurá).
Os primeiros projetos das escolas do município a serem apresentados no dia 25/06 são “Buruti” e “Farmácia Natural”. No dia 26/06, é a vez dos projetos “Artesanato” e “Barranco”. Em seguida, no dia 27/06, a comunidade irá conhecer os projetos “Sistema Agroflorestal - SAF” e “Erosão”. Por fim, no dia 28/06, os projetos “Hortaliça” e “Psicultura” serão expostos. Os dias 29 e 30 são reservados para a avaliação dos projetos por pesquisadores convidados e pelos professores da região.
Todos os projetos são elaborados a partir da observação dos problemas detectados pelos estudantes nas comunidades onde vivem, buscando sempre melhorar a qualidade de vida nestes locais. Para Socorro Andrade, coordenadora da ação, “os alunos têm a oportunidade de ampliar o olhar critico sobre a realidade local, refletindo, propondo alternativas e soluções, além de iniciarem um contato direto com os métodos de produção científica”. Além disso, “o evento contribui para a busca do saber científico, no qual o aluno é estimulado a ser construtor de conhecimento e orientado para a aprender a aprender”, complementa a educadora.
Histórico – A ideia das Feiras de Ciências surgiu a partir da avaliação periódica das atividades desenvolvidas pela área de educação da Estação Científica Ferreira Penna do Museu Goeldi, localizada na Floresta Nacional de Caxiuanã. Com a proposta lançada, fincou-se a parceria entre os professores das escolas das comunidades ribeirinhas e os pesquisadores do Museu Goeldi, que se disponibilizaram a apoiar e acompanhar os projetos a serem desenvolvidos pelas escolas participantes. O evento já ocorre há três anos.
Texto: Mayara Maciel