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Campanha convida para vestir a camisa do Museu Goeldi
Agência Museu Goeldi – Com a hashtag #estemuseuénosso três camisas temáticas chamam a atenção dos frequentadores do shopping Boulevard para um ícone popular da cidade de Belém – o sesquicentenário Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG). Até o final do mês de janeiro , as pessoas ter ão oportunidade de comprar camisas com ilustrações coloridas da vitória-régia, da preguiça e do prédio histórico da Rocinha. A iniciativa é do Na Figueredo e do Boulevard Shopping, com a parceria do Museu Goeldi e programa ProGoeldi . Ao adquirir as camisas, as pessoas investem na melhoria da infraestrutura para acolher as pequenas preguiças vítimas do tráfico e cativeiro ilegais e do desmatamento.
Os dizeres da hashtag (palavra-chave utilizada para identificar um conteúdo compartilhado nas redes sociais) relembra o abraço da sociedade na instituição, movimento que em duas semanas mobilizou milhares de pessoas para defende-la quando foi anunciado que, devido ao contingenciamento e corte de orçamento, o Museu Goeldi iria fechar por tempo indeterminado seu Parque Zoobotânico e a Estação Científica na Floresta de Caxiuanã (arquipélago do Marajó - PA).
No mês do aniversário de Belém, os clientes do Boulevard poderão trocar suas notas de compras em um bistrô no 4º piso por camisas do Goeldi produzidas pela Na Figueredo. As estampas são criações do artista plástico Sergio Bastos (preguiça) e livremente inspiradas nos trabalhos autorais de Antar Rohit (rocinha) e Lívia Prestes (vitória-régia). O valor arrecadado será doado ao Museu Goeldi, que aplicará na compra de insumos necessários pra reprodução da vitória-régia e na manutenção e compra de equipamentos para o berçário de preguiças.
Charmosas e muito queridas pelos visitantes do Parque Zoobotânico do Museu Goeldi, atualmente as preguiças totalizam mais de 30 indivíduos de 2 espécies: a Bradypus variegatus e Choloepus didactylus .
A doação de filhotes de preguiças em ritmo crescente tem sido a principal responsável pelo crescimento do plantel do Parque Zoobotânico. Eles chegam a instituição encaminhados pelos órgãos ambientais do estado ou por moradores. E cada animal recebido no Museu Goeldi conta com cuidados especiais da equipe da veterinária, onde são acolhidos com o objetivo de recuperação da saúde e adaptação a nova circunstância. Delicados, os filhotes têm desafiado a criatividade de tratadores, técnicos e pesquisadores para garantir sua sobrevivência.
Berçário - É no berçário que são tratados filhotes com um ou dois dias de vida que chegam ao Zoobotânico. Trata-se de uma área isolada, onde apenas pessoas autorizadas podem adentrar, devido ao risco de contaminação - entre os procedimentos de higiene necessários estão a limpeza dos calçados e mãos em um líquido antisséptico.
A equipe técnica do Museu Goeldi também fica alerta para o comportamento dos animais. Muitos animais chegam com alto grau de domesticação, necessitando de apoio humano para se manterem vivos. Nesses casos, é impossível que sobrevivam soltos, mesmo dentro do Parque.
Durante o processo de recuperação, “aos poucos vamos colocando [o filhote de preguiça] no galho para se locomover. Porque tudo isso é a mãe que ensina, então a gente tem que fazer um pouco o papel de mãe dele. Ensinar devagarzinho para procurar alimentos, se sustentar nas árvores, e que tipo de alimento escolher”, explica Thatiana Figueiredo, bióloga e chefe substituta do Serviço do Parque Zoobotânico do Museu Goeldi.
O berçário de preguiças do Parque Zoobotânico funciona desde o final de 2017 e foi feito, em grande parte, reaproveitando materiais. “Por exemplo, portas que já eram antigas de outros setores e que foram disponibilizados. Pouca coisa foi comprada de fato”, ressalta Thatiana. Ela também complementa que, embora estejam felizes com a instalação do berçário (que irá atender, além da preguiça, outros filhotes de mamíferos, como tamanduás e mucuras), o setor não descarta a ampliação do local, caso consigam aumentar o orçamento.
Preguiças – Com seus movimentos lentos, garras compridas e a capacidade de girar a cabeça em até 270° sem mover o resto do corpo, as preguiças costumam fazer bastante sucesso entre os visitantes do Parque do Museu Goeldi. Uma curiosidade sobre o bicho-preguiça é o fato de não beberem água, se hidratando apenas com o líquido que absorvem dos alimentos e orvalhos da vegetação.
Você consegue distinguir a diferença entre as duas espécies que moram no Zoobotânico do Goeldi observando detalhes como a quantidade de dedos. A preguiç a comum (Bradypus variegatus ) tem três dedos , e a preguiça real ( Choloepus didactylus ) possui apenas dois, além de ser maior que a outra.
As preguiças reais, por serem mais resistentes, não são tão exigentes e se adaptam com mais facilidade, diferente das preguiças comuns, que demandam mais cuidados. “Já perdemos alguns animais pequenos porque a gente não tinha um espaço talvez mais adequado para mantê-los. E com a adaptação desse berçário, a gente espera que isso seja mais eficiente”, finaliza Thatiana.
Camisas – Os organizadores da campanha estão expondo três modelos de camisa que representam a flora, a fauna e os monumentos históricos do Museu Goeldi. Cada tema representa a contribuição do Museu Goeldi na produção de conhecimento e na criação da identidade amazônica.
A vitória-régia ( Victoria amazonica ) é um ícone da Amazônia e uma planta histórica da coleção do Museu Goeldi. A instituição paraense foi um dos primeiros jardins botânicos a conseguir sua reprodução fora do seu ambiente natural. Desde o início do século XX a vitória-régia é uma das joias vegetais do Zoobotânico. Clique aqui e conheça essa história.
O bicho-preguiça representa o legado do MPEG no estudo da fauna amazônica, tanto sobre sua evolução, quanto sua distribuição na natureza e adaptação fora do seu ambiente.
O pavilhão expositivo Ferreira Penna (mais conhecido como Rocinha) é uma edificação típica ligada a história da cidade e simboliza o Museu Goeldi. O prédio representa a consolidação da instituição como primeiro projeto científico nacional para o estudo da Amazônia.
Para Cloris Figueredo, gerente e proprietária da Na Figueredo, a campanha resgata também a relevância do Museu Goeldi para o país como parque e centro de pesquisa. O mantra entoado pelas pessoas no dia do abração do Goeldi “Este Museu é Nosso” se tornou a hashtag em cada camisa. “Essa campanha veio para tentar perpetuar na mente das pessoas que esse museu é meu, é seu, é nosso”, diz Cloris.
Esse pensamento também tem a adesão de Maria Emília Sales, coordenadora de comunicação e extensão do museu. “O Museu Goeldi é um patrimônio mundial. Então, é importante que ele continue na pauta, compartilhando suas descobertas e análises sobre a Amazônia e lembrando a importância da Ciência para o entendimento da nossa realidade”.
Serviço - A campanha vai até o dia 31 de janeiro ou até durarem os estoques. As notas fiscais podem ser trocadas no lounge do 4º piso do Shopping Boulevard Belém, de segunda a sábado , das 10h às 22h, e nos domingos e feriados das 14h às 22h. Quem desejar também ter á disponíveis, gratuitamente, os desenhos das ilustrações para colorir. É só pedir aos recepcionistas, sentar nas mesas espalhadas no salão e se divertir colorindo.
Texto: Karolina Cunha, Karolany Lima, Érika Morhy e Joice Santos
#EsteMuseuÉNosso