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Arte, memória e ancestralidade africana em exposição no Museu Goeldi
Agência Museu Goeldi - Inaugurada no dia 30 de novembro de 2022, a exposição “Diásporas - Artefatos africanos e de origem africana do acervo do Museu Goeldi” já recebeu quase 100 mil visitantes entre dezembro de 2022 e outubro deste ano. O público que visita o Parque Zoobotânico tem até o próximo mês para conhecer uma parcela do incrível patrimônio que representa a cultura, a memória e a luta de milhões de africanos marcados pela dispersão e violência da escravidão. O fim do ciclo da exposição contará com uma programação temática em dezembro, envolvendo roda de conversa, literatura e dança.
A exposição reúne artefatos oriundos das atuais República de Angola; República Democrática do Congo; República Gabonesa; República da Guiné-Bissau; República do Sudão; República do Zimbabwe e República de Moçambique. Além de comunidades no Suriname, na América do Sul. A grande maioria do material que compõe a exposição foi doado ao Museu Goeldi ainda na década de 1930. Desde então esses itens constituem a Coleção Etnográfica Africana que não estava acessível ao público geral há quase 40 anos, mas dada a parceria e curadoria compartilhada com o Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará (CEDENPA), os visitantes tem a oportunidade de ver bem de perto os objetos que remontam ao século XIX.
Para Nilma Bentes (CEDENPA), escritora e ativista pelos direitos das mulheres e das pessoas negras, a exposição assim como “a divulgação de qualquer aspecto ligado ao continente africano - sobretudo se aspecto positivo -, se torna importante para nós, pois a maioria da população brasileira se diz negra (preta ou parda) e, no Pará esse percentual chega a mais de 70%. Pensa-se assim, pois a luta secular contra o racismo deve ser travada em todos os espaços e em vários flancos.”
20 de novembro - O mês de novembro é marcado pela celebração da consciência negra no Brasil. E o dia 20 data, simbolicamente, a trajetória de luta e estratégias de sobrevivência de personagens heroicos como Zumbi e Dandara de Palmares.
O dia 20 de novembro foi instituído para não esquecer os desafios do passado, mas sobretudo, para criar novas estratégias diante dos problemas do presente que tantos outros personagens anônimos ainda enfrentam cotidianamente.
Atuando como espaço de diálogo e inclusão social por meio da ciência, conservação e divulgação de patrimônio, o Museu Goeldi marca o Dia da Consciência Negra renovando o convite para visitar a exposição “Diásporas - Artefatos africanos e de origem africana do acervo do Museu Goeldi”, pois celebrar essa data significa também partilhar conhecimento de que a Amazônia é também negra.
Texto: Julieth Paula
Edição: Joice Santos
Serviço
Exposição “Diásporas - Artefatos africanos e de origem africana do acervo do Museu Goeldi”
Local: Centro de Exposições Eduardo Galvão, no Parque Zoobotânico (Av. Magalhães Barata, 376 - São Brás, Belém – PA).
Horário: De quarta-feira à domingo, de 9h às 15h.
Valor: A entrada no Parque custa R$3, com gratuidades e meia entrada previstos em lei. O ingresso já inclui a visita a todas as exposições e espaços públicos do Parque.