Notícias
A flora de Canga de Carajás na Feira Pan-Amazônica do Livro
Agência Museu Goeldi – O público da Feira Pan-Amazônica do Livro tem a oportunidade de conhecer o primeiro número especial dedicado à Flora das Cangas da Serra dos Carajás , resultado das pesquisas coordenadas pelo Museu Goeldi e pelo Instituto Tecnológico Vale naquela região. A edição temática da Rodriguésia, organizada pelos pesquisadores Pedro Viana (MPEG) e Ana Maria Giulieti (ITV), traz descrições taxonômicas, ilustrações, distribuição geográfica e chaves de identificação de 139 gêneros e 248 espécies tratadas. Publicada pelo Jardim Botânico do Rio de Janeiro desde 1935, a revista Rodriguésia é um dos mais importantes periódicos brasileiros da área da botânica.
As cangas são ecossistemas vegetais associados a locais onde ocorre o afloramento de rochas ferruginosas e são encontradas em vários locais do Brasil. Elas são conhecidas por abrigarem seres vivos muito específicos e adaptados às características desses lugares. O Museu Goeldi é a instituição pioneira na investigação científica sobre a flora de Carajás, com a primeira expedição de coleta na região realizada em 1969. De lá para cá, Carajás entrou na rota da pesquisa institucional.
A região de Carajás, sudeste do Pará, guarda uma das maiores reservas minerais do mundo e abriga ecossistemas peculiares conhecidos como campos ferruginosos ou cangas. Em 2015, o Museu Paraense Emílio Goeldi e o Instituto Tecnológico Vale iniciaram parceria para estudar a flora de canga da região, ainda desconhecida em vários aspectos com o projeto "Flora das Cangas da Serra dos Carajás, Pará, Brasil", que já resultou na coleta de mais de 8.800 amostras depositadas no Herbário Museu Goeldi.
O esforço científico poderá ser conferido em edições especiais da “Rodriguésia”, boletim científico do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. O primeiro volume apresenta informações sobre 139 gêneros e 248 espécies. Esse contingente de informação será complementado por mais duas edições especiais da Rodriguésia com resultados do projeto.
Coordenador da pesquisa, o botânico Pedro Viana (MPEG), estima que, até a conclusão dos estudos prevista para 2017, serão monografadas mais de 600 espécies vegetais. A informação gerada é resultado de coletas de campo em Carajás e em outros pontos do Pará, levantamento bibliográfico, e consulta a coleções botânicas de várias partes do mundo, que detém dados sobre a vegetação de campos ferruginosos.
O Museu na Feira – O Museu Paraense Emílio Goeldi participa dos dez dias de programação que fazem da Feira Pan-Amazônica do Livro um dos principais eventos literários do Brasil. Entre os dias 26 de maio e 4 de junho, 400 mil pessoas devem visitar os 220 estandes. Nessa grande festa da literatura, o Museu lançará três livros, uma edição especial sobre a Flora de Carajás e um caderno de anotações com trechos de obras dos naturalistas que percorreram a Amazônia. O evento acontece no Hangar – Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, em Belém.