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A Amazônia na TED Conference 2022, no Canadá
Agência Museu Goeldi - Começa no próximo dia 10 e vai até o dia 14 de abril a TED Conference “Uma nova Era”, evento anual e que em 2022 retoma seu formato presencial, com atividades no Vancouver Convention Centre, na cidade de Vancouver, Canadá. Entre os palestrantes da TED Conference 2022, estão o designer e artista visual Lvcas Fiat e o biólogo Leo Lanna, que cursa o Mestrado em Zoologia do Museu Paraense Emílio Goeldi/Universidade Federal do Pará.
Na palestra, Lvcas e Leo abordarão a floresta amazônica no período noturno, apresentando raras imagens da Floresta Nacional de Caxiuanã (PA), onde o Museu Goeldi mantém a Estação Científica Ferreira Penna. Ambos fazem parte da expedição “Amazônia do Poente à Aurora”, projeto financiado pela National Geographic Society e apoiado pelo Museu Goeldi, que investiga aspectos poucos usuais da natureza amazônica, conciliando ciência, tecnologia e arte para chamar atenção da necessidade de conservar a biodiversidade. A apresentação será no dia 14 de abril e os ingressos estão esgotados. Posteriormente, a gravação da palestra deve ser disponibilizada online pelo TED.
O Evento - A TED Conference 2022 - “Uma Nova Era” espera mais de mil participantes para assistir a uma programação variada. O objetivo é promover a diversidade de ideias e pessoas com trabalhos que tenham potencial de impacto positivo nas ciências, artes, tecnologia, e no futuro do planeta. Serão mais de 70 palestrantes, selecionados a partir de um processo de curadoria rigoroso.
No caso de Leo e Lvcas, houve um processo de seleção com foco na América Latina que recebeu mais de 700 inscrições. A beleza e a importância científica de seu trabalho de registro de florestas foi decisiva para que fossem selecionados.
Eles estarão na sessão chamada de “Awe” (algo como “deslumbramento” em inglês), junto a várias personalidades das artes e negócios, como a cineasta e atriz Bryce Dallas Howard (famosa pelos filmes “Jurassic World” e pela série “Black Mirror”) e o bilionário do ramo da tecnologia, Elon Musk.
Ciência e Arte - No segundo semestre de 2021, cientistas e artistas da expedição “Amazônia do Poente à Aurora” estiveram na Estação Científica Ferreira Penna (PA). Eles buscavam registrar a faceta menos conhecida da floresta: seu período noturno, um dos momentos menos explorados pelos cientistas nesses ambientes. Com técnicas especiais, a equipe captou imagens e sons que revelam o comportamento de animais e a beleza da maior floresta tropical do mundo no escuro. Algumas dessas imagens inéditas estarão na apresentação no TED. Leo Lanna compartilha um dos principais objetivos do projeto: é que as pessoas possam se inspirar na Amazônia, por meio da união de informações científicas e imagens deslumbrantes, e protegê-la.
“A gente precisa colocar a Amazônia no centro do mundo. Ela não pode ser periferia, não pode estar de lado, tratada como a ‘Amazônia longe’ ou ‘outro lugar’. As florestas tropicais deveriam ser centro do mundo. Isso inclui a Mata Atlântica, as florestas tropicais do sudeste asiático... Elas deveriam ser o centro do mundo pois são onde vibra a biodiversidade do planeta”, defende Leo.
Louva-a-deus - Leo e Lvcas também trabalham juntos no Projeto Mantis, iniciativa criada por Leo em 2015 e que já teve parcerias como o Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro e o Greenpeace. O objetivo do Projeto Mantis é encontrar, identificar e catalogar insetos da Ordem Mantodea, os famosos louva-a-deus, animais que também são tema do mestrado de Leo no Museu Goeldi.
De acordo com Leo Lanna, insetos como o louva-a-deus, e biodiversidade em geral, são encontrados em todo lugar do mundo. Unir seus registros científicos da natureza ao trabalho criativo de Lvcas Fiat é um caminho para usar a sensibilidade artística das imagens para chamar atenção para a preservação desses seres vivos. “A gente mostra fotografias macro e takes impressionantes dos bichos, trazendo tanta personalidade que impressiona. Parece uma ficção científica. Mas é uma ficção científica que acontece na Terra”, ressalta.
Texto: Uriel Pinho, com informações da expedição