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Museu - Parque do Utinga: filhotes de tartarugas, tracajás e peremas são soltos na natureza
Ao todo, 27 quelônios foram levados à área do lago Água Preta em uma ação conjunta do Parque do Utinga, Semas e Mangal das Garças
O Parque Estadual do Utinga (Peut), em Belém, teve 27 filhotes de quelônios sendo soltos na natureza. Nesta quinta-feira (03/02), os animais foram levados à área do lago Água Preta, nas dependências do parque, num espaço considerado habitat natural dos bichos. Foram 10 tartarugas da Amazônia ( Podocnemis expansa ), 14 tracajás ( Podocnemis unifilis ) e três peremas ( Rhinoclemmys punctularia ).
A ação ambiental ocorreu de forma conjunta entre o Peut, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) e o Mangal das Garças. O agrônomo Patrick Quintela e o técnico em gestão ambiental Ronald Costa, ambos da Gerência de Fauna e Recursos Pesqueiros (Gefau), da Semas, observam que os filhotes viverão no ambiente adequado. Os animais silvestres foram transportados por um veículo adaptado para esta finalidade, com gaiolas e outros detalhes, para garantir o conforto dos bichos. O equipamento foi projetado com a participação da gerência de fiscalização da fauna e recursos pesqueiros na elaboração do projeto.
“O Lago Água Preta, no Peut, oferece ambiente propício para abrigo, alimentação e proteção contra a caça ilegal, dentro da Unidade de Conservação do Estado”, garante o técnico ambiental. Os quelônios podem reproduzir duas vezes ao ano e colocar até 30 ovos em cada ninhada. Além dos predadores naturais, que ameaçam os animais, existe a ação ilegal dos homens, que caçam os bichos ou pegam irregularmente os ovos nos ninhos.
O biólogo Basílio Guerreiro, do Mangal das Garças, explicou que os quelônios, quando chegam, muitas vezes debilitados, são colocados em quarentena, em espaço adequado. “Se necessário, são submetidos a radiografias, exames de sangue e fezes. Após os resultados e possíveis tratamentos dos problemas de saúde, vão para os lagos, que atualmente contam com cerca de 500 espécimes, e aumentam a possibilidade de procriação”, avalia.
O diretor de fiscalização da Semas, Jorge Silveira, orienta que essa soltura é parte das ações voltadas à conservação do meio ambiente. “É um trabalho constante, com todo tipo de animais silvestres, com entregas voluntárias do público e do BPA (Batalhão de Policiamento Ambiental), com as apreensões. O efeito é extremamente positivo, com restituição da fauna para o equilíbrio do meio ambiente. A viatura chegou no final do ano passado, para essa missão do transporte seguro dos animais silvestres e cumpriu, com eficiência, essa primeira missão oficial”, comemora.
É a segunda soltura de quelônios que a Semas promove neste ano. A primeira ocorreu foi em janeiro, na praia da ilha de Jutuba, no distrito de Outeiro, área com tradição da presença desses animais em época de desova. No local, no rio Pará, foram soltos 83 quelônios: 17 da espécie tracajá, 62 tartarugas da Amazônia e três peremas.
A Semas realiza o trabalho de recebimento de animais entregues voluntariamente pela população na Diretoria de Fiscalização, no Parque do Utinga, e também pelo Batalhão de Polícia Ambiental (BPA), de espécies apreendidas em operações movidas por denúncias de maus tratos, abandono, comportamentos alterados e até acidentes. Os animais silvestres que chegam com ferimentos físicos ou doentes são encaminhados a parceiros, como Mangal das Garças e Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), Museu Paraense Emílio Goeldi (Mpeg), Bosque Rodrigues Alves e Hospital Veterinário da Universidade Federal do Pará (UFPA), no município de Castanhal, nordeste do estado.
A entrega voluntária, em Belém, deve ser realizada de 8h às 12h, na Diretoria de Fiscalização, da Semas, no Parque Estadual do Utinga, na avenida João Paulo II. Deve ser apresentado identificação com foto, CPF e endereço. O ato obedece o artigo 24, parágrafo 5º, do decreto Federal 6.514/2008.