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Museu - Parque de Monte Alegre é listado como patrimônio ameaçado de extinção
Situado no oeste do Pará, o Parque Estadual de Monte Alegre possui pinturas rupestres e resquícios históricos inestimáveis, mas está prestes a sumir. (imagem: Emílio Goeldi / Edithe Pereira)
Localizado no oeste do Pará, o Parque Estadual de Monte Alegre possui pinturas rupestres e resquícios históricos inestimáveis dos povos antigos da América do Sul, mas está prestes a desaparecer.
As mudanças climáticas já são um consenso entre cientistas de todo o mundo. Pesquisas de origens diversas , como China, Rússia, Europa, Estados Unidos e até mesmo Brasil indicam, em conclusão, que elas estão acontecendo muito mais rápido do que esperávamos .
E o pior: Em meio a todas as catástrofes que já estão acontecendo , a maior parte dos compromissos climáticos de empresas e países não estão sendo cumpridos , o que mostra que as grandes lideranças não estão levando o problema a sério . E o mundo pagará um preço alto por isso.
Em sua publicação mais recente, o World Monuments Watch , parte de uma organização sem fins lucrativos, destacou 25 locais do planeta considerados patrimônios culturais extremamente significativos para a história, mas que estão prestes a sumir devido, principalmente, à destruição climática causada pelo ser humano.
O Brasil está na lista de monumentos prestes a sumir?
A cada dois anos, o projeto adiciona novos pontos de relevância à sua lista, com o objetivo de conscientizar e ajudar a angariar fundos para a proteção dos locais. A seleção foi realizada a partir de uma chamada que recebeu centenas de inscrições e passou por uma análise criterios a de órgãos internacionais.
A lista já conta com vários pontos em território brasileiro, mas este ano a adição do Parque Estadual Monte Alegre chama a atenção. A indicação foi resultado de um relatório coordenado pelos arqueólogos Claide Morais (UFOPA) e Edithe Pereira (MPEG), em parceria com a plataforma Cipó .
Monte Alegre está situado no oeste do Pará. Em seus 5800 hectares , possui um complexo de serras, cavernas, diversas espécies ameaçadas de extinção e o mais impressionante: Sítios arqueológicos com pinturas e gravuras rupestres deixadas pelos primeiros habitantes da região , que datam de até 12 mil anos atrás .
Este é, portanto, um dos sítios de ocupação mais antigos das Américas . As pinturas abundantes são as mais antigas de toda a Bacia Amazônica . No mesmo local, também há registros de cerâmicas que desconstruíram a visão errada de que os povos da Amazônia nunca desenvolveram sofisticação cultural e tecnológica no passado.
O maior desafio enfrentado atualmente pelo parque é a degradação causada pela expansão da agricultura e da criação de gado na região. Projeções climáticas recentes apontam ainda que a região tende a ficar cada vez mais seca no futuro , aumentando o risco de incêndios de grande escala. Ainda há sítios arqueológicos na região que não foram estudados pelos cientistas e correm o risco de sumir para sempre .
Até o momento, a organização responsável pela lista relata ter contribuído diretamente com mais de 110 milhões de dólares para projetos de conservação em mais de 300 locais . Os habitantes também obtêm benefícios econômicos significativos com o aumento da visibilidade turística que a lista de destaques traz. Mas isso não é o suficiente.
É fato que o Brasil ainda não está se preparando para as mudanças que o aquecimento global trará nas próximas décadas. Portanto, a pergunta que essa lista deixa em nossas mentes é: Será que algum dia prestaremos atenção no clima e cuidaremos daquilo que é nosso? Ou será que toda nossa herança cultural está fadada a desaparecer ?