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Museu - Morre aos 54 anos a professora e pesquisadora maranhense Zafira da Silva
Zafira deixou um grande legado no ramo das ciências biológicas no Maranhão, em especial o estudo dos recursos pesqueiros do estado.
Por g1 MA — São Luís
Zafira deixou um grande legado no ramo das ciências biológicas no Maranhão. — Foto: Arquivo Pessoal
Na manhã deste sábado (11), morreu a professora e pesquisadora maranhense Zafira da Silva de Almeida. Natural de Imperatriz, ela faleceu aos 54 anos, vítima de câncer.
Zafira tinha destaque no ramo da pesquisa acadêmica no Maranhão. Foi graduada em Ciências Biológicas pela UEMA, Mestre em Oceanografia pela Universidade Federal de Pernambuco e Doutora em Zoologia pela Universidade Federal do Pará/Museu Emilio Goeldi.
Na UEMA, foi fundadora e diretora do Curso de Ciências Biológicas do Cecen e coordenou o curso de Especialização em Educação Ambiental. Também chefiou o Laboratório de Pesca e Ecologia Aquática. Docente e orientadora dos Programas de Pós-Graduação em Ciência Animal, Recursos Aquáticos e Pesca e da Rede de Biodiversidade e Biotecnologia da Amazônia Legal. Foi ainda Assessora de Gestão Ambiental e Pró-Reitora de Graduação em 2021.
Membro efetiva da Academia Maranhense de Ciências, Zafira foi uma das mais destacadas pesquisadoras do Maranhão, recebendo prêmios e honrarias, como a Medalha Gomes de Sousa de Mérito Acadêmico da UEMA e ao prêmio FAPEMA 2021.
"A professora Zafira Almeida sempre se dedicou aos estudos dos vários recursos pesqueiros amazônicos. Publicou vários artigos científicos, capítulos de livro e livros nesta temática. Formou muitos alunos na graduação, mestrado e doutorado. Agora com sua partida, a principal lição foi deixada foi de como dedicar-se à ciência com muita alegria. Sou muito grato à minha mãe científica que tantas lições me ensinou", afirmou ao g1 o biólogo e professor Jorge Nunes.
O velório acontece na Central de Velórios da Pax União, em São Luís. Já o enterro está marcado para às 9h deste domingo (12), no Memorial Pax União, em Paço do Lumiar.
Várias entidades prestaram homenagens à pesquisadora, incluindo a Sociedade Brasileira para os Estudos dos Eslamobrânquios, ramo da ciência voltado para os animais de esqueleto cartilaginoso (como as raias e os tubarões), do qual ela se dedicou e contribuiu para os estudos dos recursos pesqueiros do Maranhão.
A Universidade Estadual do Maranhão divulgou uma nota de pesar em que exalta o legado que Zafira deixa para a ciência.
"A Professora Zafira exerceu a docência com plenitude, de modo abnegado e integral. Dedicou-se com paixão e entusiasmo a tudo que realizou como mulher, educadora e pesquisadora. Inspirou colegas e estudantes, ensinou e aprendeu, viveu com intensidade o mundo da ciência e da natureza. Autora de intensa produção científica, contribuiu exemplarmente para a consolidação acadêmica da Universidade Estadual do Maranhão. Exemplo de amor à vida, de alegria, de companheirismo, de entrega e de compromisso com a profissão, deixa um legado singular para todos que tiveram o privilégio de conhecê-la e uma lacuna impreenchível na nossa universidade. A UEMA solidariza-se com Claudio, seus filhos, familiares e amigos, na certeza de que o exemplo virtuoso de Zafira haverá de lhes trazer paz e conforto", diz a nota.