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Museu - Educação: O Liberal na Escola chega à escola quilombola no Acará
Parceria do Grupo Liberal e a unidade escolar foi ratificada por técnicos, professores, estudantes e pais de alunos
Eduardo Rocha
Na exuberante e continental Amazônia, estudantes vencem distâncias para aprender, e nesse processo toda contribuição é válida, como a do Programa O Liberal na Escola, do Grupo Liberal, que acaba de iniciar atividades na Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental Nossa Senhora do Perpétuo Socorro II - Quilombola, na zona rural do Município do Acará, no nordeste do Pará, abrangendo comunidades ribeirinhas. Na quarta-feira (30), estudantes, professores, gestores e pais de alunos reuniram-se com técnicos do programa na sede da unidade escolar, para que as partes pudessem trocar informações sobre a realidade quilombola e ribeirinha da unidade escolar no Furo do Maracujá, Ilha Jussara, Sítio Itancoãzinho, no Baixo Acará. De Belém até a escola são 40 minutos de lancha. As atividades com a ferramenta jornal estão em andamento na escola.
No encontro sobre O Liberal na Escola, 100 estudantes tiveram acesso a uma apresentação do programa. O coordenador pedagógico de O Liberal na Escola, Alan Siqueira, comemora a parceria com a escola, “Foi um momento em que nós conseguimos conversar sobre nossas ações, sobre o desenvolvimento delas, nossa metodologia de trabalho, sobre a ferramenta jornal impresso e jornal digital que eles terão acesso, palestras e atividades extraclasse, das quais os alunos terão oportunidade de participar. Então, nós atuamos para que os alunos pudessem se sentir acolhidos pelo Grupo Liberal. Fica muito claro que o nosso direcionamento de trabalho é o de responsabilidade social, e isso é de suma importância, porque escolas que muitas vezes não têm visibilidade e acesso a locais de grande relevância no Estado, e, então, atuamos para que elas possam de fato ser incluídas nesse processo educacional. Afinal, isso também é inclusão educacional”, afirma Alan Siqueira.
“Vimos nos alunos o brilho no olhar ao entenderem que vão participar de um momento diferenciado, que eles vão fazer uma atividade fora da sala de aula, que eles vão conhecer os nossos locais parceiros (institucionais), como Museu Goeldi, TV Liberal, Jornal O Liberal, todos os museus do Sistema Integrado de Museus, como o Forte do Presépio, Casa das Onze Janelas, Museu de Arte Sacra, Complexo de Santo Alexandre e Museu do Círio, com grande potencial educacional que nós temos no Estado”, pontua Alan. No contato direto no Acará, os estudantes expuseram aos gestores e técnicos de O Liberal na Escola a expectativa e necessidades deles.
O Liberal na Escola adentra as escolas e conhece de fato a realidade vivenciada nas unidades educacionais. “A gente trabalha em cima das necessidades das escolas”, completa Alan Siqueira. De 1995, quando começou o programa, até 2021, O Liberal na Escola já atendeu 4.200 instituições de ensino, beneficiando mais de 570 mil estudantes, mobilizando mais de 22 mil professores parceiros e disponibilizando mais de 3 milhões de exemplares de O Liberal. Em 2022, a meta é atuar em 85 instituições de ensino (públicas e privadas), mediante o engajamento de 15 mil alunos em média e 600 professores em média e com a distribuição de 5 mil exemplares de O Liberal por mês.
O foco do programa é fortalecer a educação no Pará e formar cidadãos conscientes da sociedade em que estão inseridos para transformá-la por meio das suas ações cidadãs qualitativas. O programa atende outras outras escolas quilombolas, mas este ano a “Nossa Senhora do Perpétuo Socorro II - Quilombola” é a única cadastrada no Acará.
As atividades desenvolvidas são gerais e interdisciplinares. O jornal impresso e o jornal digital são utilizados nas mais variadas estratégias de ensino e aprendizagem. O programa também atua com as vertentes de palestras e atividades extraclasses em locais de relevância social, cultural e educacional na Grande Belém, visando contribuir com a percepção de mundo, assim como, instigar os educandos a conhecerem sobre temas mais específicos e as culturas sociais. Promove também a formação continuada de professores.
Expectativas de ampliar a educação nas ilhas
A estudante Maria Eduarda Santos acabou de ingressar na Escola Nossa Senhora do Perpétuo Socorro II - Quilombola. “Para mim, é importante o jornal estar na escola porque a gente pode saber sobre todas as coisas que acontecem no mundo”, afirma. Eduarda ressalta que as atividades extraclasse são um atrativo a mais do programa e revela que quer muito visitar a Casa das Onze Janelas.
Para o estudante Samuel Barata, há 3 anos na escola, “esse projeto contribui com a escola, trazendo informações sobre o Pará, o Brasil e o mundo para os estudantes”. Sobre as palestras previstas no programa, Samuel revela que gostaria de receber a visita de um professor de Educação Física, de Artes Marciais na escola. “Seria bem legal a gente ter esse tipo de aula”, reforça. O aluno conta que nunca foi ao Parque Estadual do Utinga e gostaria muito de conhecê-lo.
O professor Jesus Costa destaca que “o projeto é um ganho muito importante, um aliado no processo de ensino-aprendizagem de nossos educandos; no caso específico como professor das séries iniciais, o jornal é um importante instrumento para contribuir no processo de alfabetização e letramento desses educandos”.
“A pandemia nos deixou grandes lacunas nesse processo de alfabetização e ter um jornal com um instrumento impresso é fundamental para que esse aluno possa ter contato com a letra, com o universo da escrita impressa”, salienta o docente. Como destaca Jesus, o jornal pode ser utilizado em um leque de atividades, inclusive, no ambiente familiar. Ele gostaria de contar com o intercâmbio com profissionais para debater sobre direitos e deveres das famílias (quilombolas), entre outras temáticas. Paulo Jaime, professor de Estudos Amazônicos e Geografia, coloca que a partir das notícias do jornal se pode aprofundar conteúdos escolares. Ele gostaria de ter na escola um (a) jornalista e outros profissionais em prol do processo pedagógico.
Para a coordenadora da escola, Mariane Sousa, “a adesão da nossa escola ao programa O Liberal na Escola é de suma importância para que os nossos alunos desenvolvam a sua habilidade leitora, e, assim, possam construir a sua criticidade e os seus conhecimentos serem ampliados”. Mariane relata que os alunos já externaram interesse em conhecer a TV e a Rádio Liberal.
Alan Siqueira, coordenador pedagógico do programa O Liberal na Escola explica como o jornal pode fazer parte das rotinas de educação e formação de cidadãos (Filipe Bispo / O Liberal)
O Liberal na Escola: programas referência em educação e responsabilidade social
Por iniciativa do Grupo Liberal, O Liberal na Escola surgiu em 1995, como programa de jornal e educação, de responsabilidade social, atendendo 20 escolas na Região Metropolitana de Belém. Em 26 anos de funcionamento, o programa se tornou referência no Pará, atingindo instituições públicas e privadas de todas as faixas etárias, níveis e modalidades de ensino. O programa busca formar cidadãos críticos e construtivos por meio da leitura do jornal. A direção geral é de Rosângela Maiorana, vice-presidente do Grupo Liberal, e a Coordenação Pedagógica é de Alan Siqueira.
No pique da pandemia da covid-19, as instituições de ensino precisaram adequar as suas metodologias à realidade social vivenciada. Com isso, o ensino à distância e híbrido passou a ser utilizado nas escolas públicas e privadas, conforme orientação dos órgãos de saúde e de educação. Nesse contexto, o programa também adequou os seus produtos educacionais à realidade do público atendido e disponibilizou palestras para professores e alunos, formação continuada de professores, dicas de atividades e visitas virtuais, à distância, por meio de www.oliberal.com/oliberalnaescola.