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Museu - BPA orienta população sobre como agir com animais silvestres encontrados em áreas urbanas, em Belém
As pessoas devem acionar o resgate e se manter longe do animal para prevenir acidentes tanto com pessoas quanto para o próprio bicho
Dilson Pimentel/ O Liberal
Acionar o resgate e se manter longe do animal para prevenir acidentes tanto com pessoas quanto para o próprio bicho. Essa é a orientação do Batalhão de Polícia Ambiental (BPA) em relação ao aparecimento de animais silvestres em áreas urbanas, o que aumenta com o período chuvoso e cheias de rios, igarapés e canais que entrecortam a Região Metropolitana de Belém.
Na terça-feira (1º), uma cobra surpreendeu moradores de uma residência no bairro do Jurunas, na capital. Assustadas, as pessoas tentaram imobilizar o exemplar da espécie sucuri, que media cerca de dois metros de comprimento. Uma guarnição do Batalhão de Polícia Ambiental (BPA) foi enviada ao local e encontrou o animal dentro de um saco. "A sucuri não é peçonhenta, mas poderia ser uma espécie venenosa. Não aconselhamos de forma alguma que a população faça o resgate, pois geralmente não sabem qual a espécie e podem se machucar. O primeiro passo é ligar para o 190 e não se aproximar de forma alguma do animal. O Centro Integrado de Operações (Ciop) aciona o BPA para deslocar uma guarnição, que fará o resgate, em seguida uma avaliação das condições de saúde do animal para depois soltá-lo ao habitat natural”, explicou o major Jeremias Moura, comandante do BPA.
O major Moura também acrescentou que a cobra encontrada não apresentou nenhum ferimento e foi solta em seguida. “Na semana passada, fizemos um resgate na perimetral de uma jararaca, que é peçonhenta. Há episódios em que o BPA chega ao local e a população acaba ferindo e levando o animal a óbito, com lesões graves”, afirmou.
Nesta época do ano, os animais procuram áreas alagadas, um dos fatores que ocasionam a incidência de ofídios. “No período da chuva é quando o BPA é mais acionado pois os rios são interligados com os canais, a rede de esgoto. As cobras são predadoras de ratos e procuram na beira de canais e adentram as residências”, disse o major Moura.
Não houve registro de pessoas vítimas de acidentes com cobras na Região Metropolitana de Belém. Entretanto, ao ser picado por um animal, a orientação é procurar uma unidade básica de saúde para a aplicação de soro antiofídico, além dos cuidados iniciais e possível encaminhamento para o Hospital Universitário João de Barros Barreto.
BPA resgatou 1.572 animais silvestres na região metropolitana de Belém em 2020
Em 2021, o BPA resgatou 1.572 animais silvestres na região metropolitana de Belém, dos quais foram 640 aves, 341 ofídios e 215 répteis. A maioria dos animais foi devolvida à natureza e/ou receberam os devidos cuidados até a reinserção em seu habitat. O Batalhão também apreendeu 14.385 animais, sendo quase a totalidade de caranguejo-uçá (13.850), em operações realizadas em conjunto com Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), principalmente nas feiras livres da RMB.
Ulisses Galatti, pesquisador do Museu Goeldi, da coordenação de Zoologia, disse que a população convive com uma fauna urbana. “A gente tem aqui urubu, no Ver-o-Peso, garças, papagaio no quintal...ratos. Tem uma fauna mais carismática e uma menos carismática”, disse. Ele citou que as pessoas ocupam áreas em que, antes, eram natureza. “O ser humano se estabelece e cria cidades onde, antes, não existiam. Os animais já estavam aqui”, disse.
E o aumento do aparecimento desses animais nesse período, principalmente cobras sucuris e jiboias e jacarés, tem, sim, muita relação com as chuvas, com o inverno na região, sobretudo quando coincide com a maré cheia. “Quando aparece, pelo grande porte do animal, gera preocupação. E o que se deve fazer é contatar a Polícia Ambiental ou Corpo de Bombeiros para a remoção e o encaminhamento dos animais a um local apropriado. O cidadão comum não deve ficar tentando imobilizar, tirar o animal”, explicou.