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Museu - Automonitoramento da pesca na RDS Itatupã-Baquiá ganha novos indicadores
Na segunda quinzena de novembro, monitores que realizam o automonitoramento da pesca na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Itatupã-Baquiá, localizada no Pará, participaram da amostragem anual da atividade, que neste ano incluiu novos indicadores para o formulário de coleta: potência do motor da embarcação de pesca e informações da malhadeira (rede de pesca), como o comprimento em metros e o tamanho da malha em milímetros. “Com essas informações será possível trabalhar melhor a questão do esforço da atividade durante o monitoramento”, explica Ana Maira Bastos Neves, pesquisadora local do IPÊ.
As informações obtidas com o formulário de coleta serão utilizadas para criar e avaliar padrões de observação que possibilitem acompanhar e comparar o desenvolvimento da atividade ao longo do tempo. “A coleta dessas informações irá contribuir para tomada de decisões e a construção de políticas públicas”, destaca a pesquisadora.
Crédito da foto: Raimundo Anacleto das Graças de Souza, Comunidade de São João / RDS Itatupã-Baquiá
A novidade é o resultado do monitoramento participativo, que na RDS Itatupã-Baquiá conta com 39 famílias, entre jovens e adultos, de cinco comunidades São Francisco do Piracuí, Santa Maria do Tauari, Belo Horizonte, Santa Luzia do Urucuri e São João do Jaburu, além de pesquisadores do IPÊ, do CEPAM, gestor e profissionais da RDS, pesquisadores da UFPA – Universidade Federal do Pará, do INPA – Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, da UFOPA – Universidade Federal do Oeste do Pará, da UFAM – Universidade Federal do Amazonas, do MPEG – Museu Paraense Emílio Goeldi e da WCS Brasil – Wildlife Conservation Society.
Durante a visita, Ana Maira também capacitou duas técnicas que passaram a integrar a equipe do automonitoramento da pesca da RDS. Elas atuam na parte de digitação das informações coletadas pelos monitores. Ambas são contratadas via NGI – Núcleo de Gestão Integrada, do ICMBio, para realizar essa entre outras atividades. A equipe também foi ampliada com a contratação pelo NGI de um articulador para apoiar as atividades em campo, morador da Reserva e apoiador desde a criação da Unidade de Conservação.
A atividade integra o projeto MPB – Monitoramento Participativo da Biodiversidade, uma parceria entre IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas e o ICMBio –Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, por meio do MONITORA – Programa Nacional de Monitoramento da Biodiversidade e do CEPAM – Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Amazônica que coordena o subprograma aquático continental.
Encontro dos Saberes
Em abril de 2022, os monitores da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Itatupã-Baquiá vão participar do Encontro de Saberes. O tema do encontro será a apresentação dos resultados obtidos com o automonitoramento da pesca que teve início em 2017. Em 2019, os monitores receberam devolutiva pelo trabalho realizado entre 2017 e 2018 e passaram por capacitação. Com a pandemia, a próxima devolutiva será realizada em abril de 2022 e trará um consolidado dos avanços obtidos até o momento.
Durante o encontro, serão respondidas questões relativas à produção da unidade, como espécies capturadas, áreas de pesca, material mais utilizado nas pescarias, consumo e venda, além de potenciais novos alvos”, antecipa Ana Maira Bastos Neves, pesquisadora local do IPÊ.
Leonardo Rodrigues, coordenador pedagógico do MPB-IPÊ, à frente dos Encontros dos Saberes, realizou o alinhamento para a realização do Encontro com as comunidades, previsto para 2022.
Sobre o Encontro dos Saberes
O Encontro dos Saberes tem se revelado uma experiência muito rica e tem aumentado o interesse das comunidades na luta pela conservação da biodiversidade. Esses encontros oferecem aos pesquisadores, monitores e gestores, um diálogo entre eles para que cada um, com o saber que possui, com a sua experiência, com sua vivência no monitoramento, dialogue olhando para a biodiversidade a partir da lente da ciência, no caso dos pesquisadores; jurídico-administrativa, no caso dos gestores; e da lente do conhecimento tradicional e da sua experiência vivencial, no caso dos monitores.
A atividade faz parte da parceria entre IPÊ e o ICMBio, por meio do CEPAM – Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Amazônica, que faz parte do MONITORA -Programa Nacional de Monitoramento da Biodiversidade, Subprograma Aquático Continental.
A iniciativa integra o projeto de “Monitoramento Participativo da Biodiversidade em Unidades de Conservação da Amazônia”, desenvolvido pelo IPÊ em parceria com o ICMBio, com apoio de Gordon and Betty Moore Foundation e USAID.
Sobre o MPB
O Projeto de Monitoramento Participativo da Biodiversidade em Unidades de Conservação da Amazônia (MPB) apoia a implementação do Programa Nacional de Monitoramento da Biodiversidade (Monitora), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e conta com apoio da Fundação Gordon e Betty Moore, USAID, Programa ARPA e mais de 20 instituições locais.
Desde 2013, o projeto realiza o monitoramento participativo da biodiversidade e promove o envolvimento socioambiental para o fortalecimento da gestão e da conservação da biodiversidade em unidades de conservação da Amazônia. Esse processo é estratégico para entender e moderar a extensão de mudanças que possam levar à perda de biodiversidade local, subsidiar o manejo adequado dos recursos naturais e promover a manutenção do modo de vida das comunidades locais e a obtenção de renda de maneira sustentável. A principal motivação do MPB é fomentar a participação social como alicerce para compreensão e conservação da biodiversidade.