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Museu - Floresta de Caxiuanã, no Marajó, completa 60 anos de preservação e uso consciente dos recursos naturais
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A Floresta Nacional de Caxiaunã, que ocupa parte dos territórios de Portel e Melgaço, na ilha do Marajó, no Pará, completa 60 anos neste domingo (28). A área de preservação foi criada em 1961 e tem como objetivo o uso racional dos recursos naturais e o desenvolvimento de pesquisas científicas pelo Museu Emílio Goeldi.
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A gestão do território é realizada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), com a participação das comunidades que habitam seu interior. Segundo Simone Albarado Rabelo, analista ambiental e chefe do ICMBio Breves, o Instituto atua em diferentes frentes:
“fiscalização e proteção do meio ambiente, apoio ao acesso de políticas públicas, apoio à realização de pesquisas científicas, mas acredito que a mais forte e importante atuação na região é o apoio, fomento e realização do manejo florestal comunitário madeireiro e não madeireiro. Além disso, o ICMBio colabora com ordenamento territorial do Marajó, elaborando e publicando o Plano de Manejo, Acordos de Gestão Territorial e Perfil de famílias beneficiárias”, destacou.
As populações que vivem na Floresta Nacional de Caxiuanã realizam como atividade econômica e de subsistência o extrativismo do açaí, da castanha do Pará e extração de óleos de copaíba. Realizam, ainda, o manejo de cipós, fibras e talas para fabricação de utensílios domésticos como vassouras, peneiras e tipitis.
![Comunidade ribeirinha que vive de subsistência na Floresta Nacional de Caxiuanã, no Marajó, no Pará — Foto: Divulgação/IcmBio](https://s2.glbimg.com/s6IExyR95JHbsfjKjyZ-VSgYJR4=/0x0:1280x720/1000x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2021/b/C/L0AXwFRu2o65niSmlBzQ/comunidade-cax.jpeg)
As populações ribeirinhas da região caçam e pescam somente para consumo, além de coletarem frutos, óleos e resinas. Os agricultores cultivam roças para produção de mandioca, que origina a farinha e que, além de consumida, é comercializada em pequena escala, assim como milho e melancia.
Para Augusto Ramos da Costa, 61 anos, morador da comunidade São Tomé, a vida na região tem restrições, em virtude da necessidade de conservar o ambiente, retirando o que precisa para subsistência.
“eu vivo da agricultura, faço a roça, tudo para consumo próprio, faço a coleta da castanha e produzo farinha para vender e conseguir um dinheiro, então posso dizer que a vida aqui é muito boa. Aqui a gente tem direito de uso da terra, então de certa forma é nossa também, por isso é preciso trabalhar de forma correta, respeitando, não degradando. É por isso que tem muito peixe, muita caça, muita fruta”, contou.
Quem comunga da mesma opinião é Maria Carvalho do Nascimento, 51 anos, conhecida como Dalva, é moradora da comunidade Caxiuanã, que se casou com um morador da Flona na década de 1990 e mudou-se para a unidade.
“Para mim é um privilégio grande morar aqui. Não quero sair daqui. Só quero ampliar minha moradia e continuar vivendo aqui, por causa da tranquilidade, da paz, da alimentação. Aqui se você não tiver dinheiro você vai no rio, pega um peixe, e tem o que comer. Alimento sempre tem. Fico imaginando quem mora em uma cidade e não tem condições. Por isso mesmo temos que conservar, garantir que tudo isso não acabe”, completou a moradora Maria Carvalho do Nascimento, 51 anos.
Para Maria, o papel de quem mora no território é ter consciência ambiental e por isso é importante se organizar e seguir lutando por melhorias, para que todas as gerações tenham acesso aos recursos naturais.