Notícias
Museu tem programação cultural durante o Abril Indígena
Durante o Abril Indígena, o Museu Nacional dos Povos Indígenas programou algumas atividades culturais. O destaque foi o seminário internacional ‘Povos indígenas e diversidade cultural: saberes, fazeres e biodiversidade. Como Proteger Para o Futuro?’, realizado, de 8 a 10 de abril, em parceria com a Fundação Casa de Rui Barbosa e a cooperação da Representação da Unesco no Brasil.
O evento promoveu o debate sobre o reconhecimento de direitos dos povos indígenas sobre seu patrimônio cultural, especialmente os direitos de propriedade intelectual sobre seus conhecimentos tradicionais, recursos genéticos e expressões culturais tradicionais.
No 19 de abril, Dia dos Povos Indígenas, estão programadas duas atividades na sede do Museu, em Botafogo: a inauguração da exposição "Memórias Ancestrais Presente", na galeria da instituição, e uma edição especial da Feira UrussuMirim Karioka.
Exposição ‘Memórias Ancestrais Presente’
A exposição “Memórias Ancestrais Presente” tem curadoria de três indígenas: o comunicador e artista indígena Anápuáka Tupinambá Hãhãhãe, a educadora Sara Rebeca Kokama, e a artista e antropóloga Emanuely Potyguara.
O objetivo é contar um pouco da história do museu, das mostras já realizadas, do período em que esteve fechado e do novo momento iniciado com a primeira gestão indígena do órgão em 70 anos de história.
A mostra propõe um mergulho na cultura e história do povo Ashaninka, que vive numa região de fronteira entre o Brasil e o Peru. Esse povo tem preocupação estética fortemente presente na vida cotidiana das aldeias. Essa mostra conta com fotos da exposição “O Poder da Beleza”, realizada pelo museu em 2014.
Além disso, são exibidas peças representativas da cultura de povos indígenas dos seis biomas brasileiros.
Feira UrussuMirim Karioka e oficinas de contação de histórias
Os jardins do Museu abrigarão, no dia 19 de abril, uma edição especial da Feira UrussuMirim Karioka. O evento é promovido pelo Koletivo UrussuMirim Karioka, integrado por representantes de diversos povos indígenas como os Tupinambá, Saterê Mawè, Pataxó, entre outros.
A feira contará com 20 estandes onde serão realizadas venda de produtos indígenas como arte, bolsas, camisetas, biojoias e outros tipos de adornos, e também de serviços relacionados à cultura indígena, a exemplo cursos, turismo local e vivências nas aldeias, exposições, cultura alimentar indígena, shows étnicos, produtos medicinais, além de danças e cantos.
Durante a realização da feira, o Museu promoverá oficinas de contação de histórias com Dauá Puri e Lúcia Tukuju, apresentação de coral Guarani, discotecagem étnica com DJ Natty Dread Zulu King, palestra sobre Saúde da Mulher com Twry Pataxó e homenagem ao líder Dohetyró Yepá-Mahsã e aos empreendedores do Koletivo UrussuMirim Karioka.
Exposição ‘Trançados de arumã e tucum: artes de uma comunidade Baniwa’
No dia 4 de abril foi inaugurada, dentro da programação do Abril Indígena do Museu Nacional dos Povos Indígenas, a exposição “Trançados de arumã e tucum: artes de uma comunidade Baniwa”, resultado de uma parceria com o Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (CNFCP/Iphan).
A mostra, que ficará em cartaz até o dia 19 de maio, exibe a produção artística do povo indígena Baniwa, que habita a região do baixo Içana, afluente do Rio Negro, localizada no município amazonense de São Gabriel da Cachoeira.
O trançado feito com arumã e tucum, plantas presentes em abundância na localidade, transforma-se em balaios, jarros, fruteiras, peneiras, abanos e outras criações, que têm forte conexão com o modo de viver cotidiano. Tipitis, peneiras, aturás, por exemplo, são utilizados no processo de produção de farinha e beiju para o consumo familiar, a partir da mandioca.
A exposição é a 206ª do Programa Sala do Artista Popular, criado em 1983 com o intuito de oferecer um espaço de exposições de curta duração, voltado para difundir e comercializar as obras de artistas e comunidades da cultura popular.
Seminário Permanente Culturas Indígenas
A primeira edição do Seminário Permanente sobre Cultura Indígena, uma promoção conjunta da Casa de Dirce/UERJ e do Museu Nacional dos Povos Indígenas foi realizado no dia 9 de abril e teve como convidada Rita Tupinambá Hã Hã Hãe, a primeira mulher pajé da Terra Indígena Caramuru / Paraguassu, situada no município de Pau Brasil, na Bahia.
O evento foi coordenado por Lívia Penedo Jacob, da UERJ. A pajé fez uma caminhada do Museu para a Casa Dirce, localizada na mesma rua, onde participou de uma roda de conversa.
Todos os meses haverá uma programação com um convidado indígena.
Exposição ‘Nhe’ẽ Porã: memória e transformação’
No dia 19 de abril será inaugurada do Museu de Arte do Rio (MAR) a exposição ‘Nhe’ẽ Porã: memória e transformação’. Realizada pelo Museu da Língua Portuguesa, a mostra tem curadoria da artista indígena e mestre em Direitos Humanos Daiara Tukano e da antropóloga Majoí Gongora e conta com arquivos sonoros e peças do acervo etnográfico do Museu Nacional dos Povos Indígenas.
Foram emprestadas pelo Museu uma peça de cerâmica utilizada para servir caxiri (bebida fermentada à base de mandioca) do povo Tukano, além de tembetás de madeira e quartzo do povo Parakaña (peças colocadas sob os lábios) e botoques dos povos Xikrin e Tapayuna (tipo de adorno usado para alargar o lábio inferior). Destaque também para um conjunto de peças do povo Tukano, entre elas um tambor e objetos cerimoniais.
Inaugurada em 2022, na sede do Museu da Língua Portuguesa, a versão carioca da mostra, que passou por Paris e Belém, terá novidades e obras de 50 profissionais indígenas, entre pesquisadores, acadêmicos e artistas e comunicadores.
A proposta é oferecer um mergulho na história, memória e realidade atual das línguas dos povos indígenas no Brasil, mostrando, segundo a curadoria, outros pontos de vista sobre os territórios materiais, imateriais, e identidades desses povos, trazendo à tona suas trajetórias de luta e resistência, assim como os cantos e encantos de suas culturas.