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25º FICA tem apoio do Museu e conta com Mostra de Cinema Indígena e Povos Tradicionais
O Museu Nacional dos Povos Indígenas é um dos apoiadores do 25º Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (FICA), que será realizado de 11 a 16 de junho e este ano conta com uma novidade: a Mostra de Cinema Indígena e Povos Tradicionais.
Para essa mostra, que também é competitiva e visa fortalecer a produção audiovisual de representantes de diferentes povos indígenas, foram selecionados nove filmes, sendo três longas e seis curtas-metragens. A curadoria dessa Mostra é de Glicéria Tupinambá, artista visual, cineasta, escritora, antropóloga e pesquisadora. Célia Tupinambá, como também é conhecida, é oriunda da Terra Indígena Tupinambá de Olivença, localizada no sul do estado da Bahia e avalia que o audiovisual potencializa as lutas, sensibiliza e mostra outro olhar sobre as comunidades indígenas.
“O audiovisual chega rápido, chega nos espaços e promove a desconstrução do pensamento colonial. E descolonizar muitas das vivências das vidas das pessoas é necessário. O festival tem uma ampla abrangência sobre todas as demandas que são pautadas pelas sociedades minoritárias e a minha participação traz um olhar de comunidade, de luta, de resistência”, ressalta Célia.
Segundo o diretor de programação do festival, Pedro Novaes, apesar de as edições anteriores do Fica terem contado com filmes de diretores indígenas na mostra principal, a criação de uma mostra específica é pautada pela necessidade de ampliar a visibilidade e o reconhecimento das produções indígenas e de comunidades tradicionais, como os quilombolas e ciganos.
“Existe uma produção muito grande de filmes feitos sobre as comunidades, mas buscamos especialmente os que são feitos por pessoas que fazem parte dessas comunidades. O audiovisual se tornou uma ferramenta importante para essas comunidades na luta por direitos, pelos territórios, e a gente achou que era o momento de criar um espaço que pudesse dar a relevância que essa produção merece”, avalia Novaes.
O FICA registrou um recorde de inscrições este ano, com mais de mil filmes inscritos oriundos de 77 países, o dobro do registrado em 2023. Por isso, além do Cine Teatro São Joaquim, o festival contará com uma segunda sala de exibição no Centro de Memória e Cultura do Poder Judiciário. A nova sala abrigará a Mostra de Cinema Indígena e Povos Tradicionais, além de mostras de instituições parceiras, como da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e de Embaixadas.
O festival
A Cidade de Goiás sedia o FICA, que é uma realização do Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), em correalização com a Universidade Federal de Goiás (UFG), por meio da Fundação Rádio e Televisão Educativa (RTVE).
O festival oferece mais de R$ 250 mil entre prêmios e licenciamentos de filmes nas suas quatro mostras competitivas: Mostra Internacional Washington Novaes, Mostra do Cinema Goiano - que este ano passa a aceitar também longa-metragens -, Mostra Becos da Minha Terra de Curtas da Cidade de Goiás e Mostra de Cinema Indígena e Povos Tradicionais.
Primeiro a abordar a temática ambiental brasileira, o festival, que este ano completa 25 anos, tornou-se uma referência tanto no cenário nacional quanto internacional. As mostras exibem um recorte do que há de mais novo e relevante em filmes que tratam da relação entre ser humano e natureza.
O FICA também é um fórum de debates ambientais, reunindo pensadores e líderes internacionais para discutir o presente e o futuro do planeta e da humanidade.