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Presidenta da Funai reforça compromisso de fortalecer Museu do Índio
Em visita ao Museu do Índio (MI), no dia 11 de outubro, a presidenta da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana, reforçou o compromisso com o fortalecimento do MI e reiterou que, em breve, a instituição passará a se chamar Museu dos Povos Indígenas, para retratar toda a diversidade e pluralidade étnica e cultural dos povos originários. Na ocasião, ela anunciou que, após um processo seletivo para definição da pessoa que assumirá a direção do órgão, a escolha recaiu sobre a advogada Fernanda Kaingang, que também acompanhou a visita.
Liderança indígena, Fernanda é mestre em Direito pela Universidade de Brasília (UnB) e está concluindo o doutorado em Patrimônio Cultural e Propriedade Intelectual pela Universidade de Leiden, na Holanda. “Fernanda tem uma trajetória admirável e está vindo para somar”, destacou a presidenta da Funai.
Porém, antes de entrar em exercício, o nome de Fernanda, que foi encaminhado ao Ministério dos Povos Indígenas (MPI), será submetido à análise da Secretaria Especial para Assuntos Jurídicos da Casa Civil da Presidência da República, conforme estabelecido na legislação vigente. Sendo aprovado, o MPI providenciará a publicação da Portaria de nomeação. Após o ato de provimento, o nomeado tem prazo de 30 dias para tomar posse.
Ao falar sobre sua visita ao Museu, Joenia disse que “ouvir as demandas do Museu dos Povos Indígenas é parte da responsabilidade relacionada ao fortalecimento da Funai”. Segundo ela, o órgão é fundamental para preservação da memória e da arte dos povos indígenas, e destacou que seu acervo preserva documentos datados da época do SPI. “Era necessário a gente estar presente aqui para que, no planejamento estratégico da Funai, o museu também seja fortalecido”, ressaltou.
A diretora substituta do MI, Elena Guimarães, classificou a visita como histórica. “O Museu do Índio completou 70 anos e, pela primeira vez, a gente tem aqui a presença de uma presidenta da Funai que é indígena, no ano em que foi criado o Ministério dos Povos Indígenas. E temos em vista a mudança do nome Museu do Índio para Museu dos Povos Indígenas e a perspectiva de uma direção indígena. Então, é um momento de protagonismo indígena em todas as frentes”, enfatizou.
Joenia veio acompanhada da diretora de Administração e Gestão, Mislene Metchacuna Martins Mendes; da ouvidora substitua; Maial Paiakan kaiapó; da assessora parlamentar, Ana Paula Sabino; e de Matheus Araújo, da Assessoria de Comunicação. A comitiva, guiada por Elena Guimarães, visitou as reservas técnicas do museu, que abrigam mais de 20 mil itens etnográficos, expressões da cultura material de aproximadamente 180 povos indígenas que viveram e vivem no território brasileiro.
São peças de uso ritual e cotidiano, a exemplo de cerâmicas, adornos e cestarias. As coleções começaram a ser adquiridas, a partir de 1947, diretamente das comunidades tradicionais por meio de doações e compras.
Ela conheceu também um pouco do acervo arquivístico que reúne cerca de 300 mil itens e se mostrou impressionada com os acervos do Museu e com sua importância para os povos indígenas.
Durante a visita, a comitiva também se defrontou com as fragilidades estruturais enfrentadas pelo órgão, como a necessidade de reforma do conjunto arquitetônico tombado, que ainda depende de recursos para ser concretizada. Ao mesmo tempo, os visitantes foram informados sobre as obras de infraestrutura já concluídas e em andamento como as relativas à prevenção contra incêndio, modernização da rede elétrica, reforma do sistema hidráulico e construção da nova recepção.
Conversa com servidores e colaboradores
Na parte da tarde, Joenia e a comitiva participaram de uma roda de conversa com os servidores e colaboradores do MI. Ela ressaltou que a Fundação enfrenta muitos desafios e que está atuando em várias frentes visando obter mais recursos, especialmente por meio de parcerias.
Em relação à necessidade de recomposição do quadro funcional, Joenia Wapichana disse que a Funai decidiu participar do concurso público unificado e que em breve o Museu poderá contar com alguns novos servidores.
Presente à conversa, Fernanda Kaingang revelou estar encantada com o acervo do MI e relatou que trabalha com patrimônio cultural há 20 anos. Quanto à indicação do seu nome, ela lembrou que o processo de consulta e diálogo que levou à sua indicação faz parte da cultura indígena. Fernanda disse que sua intenção é trabalhar em parceria com os servidores e colaboradores, ouvindo suas experiências.
A diretora de Administração e Gestão, Mislene Mendes; a ouvidora substitua; Maial Paiakan Kaiapó; e a assessora parlamentar, Ana Paula Sabino, também fizeram uma breve apresentação do trabalho que estão realizando.